Juliano Loureiro • out. 05, 2020

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Impulsionado pelo lançamento da série televisiva na Netflix, li Bom dia, Verônica "correndo", para não perder o hype da série. Claro, ter uma adaptação na Netflix não é motivo suficiente para ler um livro, mas acompanho o trabalho do Raphael Monte há algum tempo e, somado às boas críticas, decidi apostar.


Montes co-escreve Bom dia, Verônica com Ilana Casoy, autora que eu desconhecia até então. Mas o trabalho em conjunto resultou em uma obra densa e interessante.


Sempre bom falar,  terão spoilers  do livro nesta resenha. Portanto, sugiro navegar por outros conteúdos do blog caso não queira pegar estes spoilers. Se decidiu ficar, boa leitura! :)

Sobre os autores: Raphael Montes e Ilana Casoy

Há uma curiosidade em relação ao Bom dia, Verônica. Originalmente, o livro foi publicado com a assinatura de Andrea Killmore, em 2016. O nome Andrea foi escolhido sabiamente, já que não possui gênero, representando bem os dois autores por trás da obra.


Somente em 2019 que Raphael Montes e Ilana Casoy revelaram ser os reais autores do livro. Após a revelação, o livro recebeu uma nova edição com os nomes reais dos autores na capa. E mesmo antes da revelação já havia vendido mais de 10 mil cópias É esperada duas continuações:. Boa tarde, Verônica e Boa noite, Verônica.

Montes é figurinha carimbada aqui no blog. Além do artigo dedicado a falar dele e suas obras, também publiquei a resenha de Uma mulher no escuro, último romance solo do autor.


Montes nasceu em 22 de setembro de 1990, no Rio de Janeiro. É conhecido por suas histórias de suspense, crime e terror. Formado em direito, pouco teve tempo de exercer a carreira jurídica, já que aos 20 anos, em 2010, publicou o seu primeiro romance: Suicidas, pela Editora Benvirá.


Após Suicidas, lançou outros romances e além de escritor, também é roteirista e produtor executivo de obras televisivas. Em 2018, lançou um curso online, Escreva o seu romance, curso de escrita criativa com o objetivo de ajudar escritores iniciantes com técnicas de escrita literária.


Atualmente, Raphael Montes está escrevendo seu novo romance (ainda não revelado), é colunista recorrente na revista Veja e escreve diversos roteiros para cinema e TV.

Ilana Casoy

Casoy é uma escritora e criminóloga brasileira. Dedica sua carreira a estudar o perfil psicológicos de criminosos, especialmente de serial killers. Naturalmente, sua obras permeiam o suspense e a temática policial, detalhando de forma primorosa diversos crimes.


Dentre suas várias publicações não ficcionais, Ilana já publicou livros sobre crimes que ficaram famosos no Brasil, como A Prova é a Testemunha, relato inédito do Caso Nardoni, e O Quinto Mandamento – Caso de Polícia, sobre o assassinato do casal Richthofen.


Curiosidades: Ilana é sobrinha do icônico jornalista Boris Casoy e é prima do apresentador Serginho Groismann.

Sinopse de Bom dia, Verônica

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A rotina da secretária de polícia Verônica Torres era pacata, burocrática e repleta de sonhos interrompidos até aquela manhã. Um abismo se abre diante de seus pés de uma hora para outra quando, na mesma semana, ela presencia um suicídio inesperado e recebe a ligação anônima de uma mulher clamando por sua vida.


Verônica sente um verdadeiro calafrio, mas abraça a oportunidade de mostrar suas habilidades investigativas e decide mergulhar sozinha nos dois casos. Um turbilhão de acontecimentos inesperados é desencadeado e a levam a um encontro com lado mais sombrio do coração humano.

Como se desenvolve a narrativa

O primeiro ponto que me chamou a atenção no livro foi a alternância do ponto de vista. Ora é em primeira pessoa, ora em terceira pessoa. E nos capítulos apresentados em primeira pessoa é na voz de Verônica Torres, a protagonista.


O livro já começa com suspense e mistério. Nas primeiras páginas já presenciamos o suicídio de Marta Campos, mulher que fora à delegacia onde Verônica trabalha para prestar queixa contra um homem que lhe dera o golpe do "boa noite, Cinderela". Logo após prestar o depoimento, ainda na delegacia, se sentindo humilhada e rejeitada, Marta Campos pula pela janela e morre.


Verônica quer a todo custo investigar o caso, mas encontra inúmeras barreiras, principalmente pelo fato dela ser "apenas" uma escrivã da Polícia Civil e, teoricamente, não tem capacidade de conduzir o caso. Bem que o Delegado chefe da delegacia, Wilson Carnava, tenta convencê-la a abandonar a ideia, mas Verônica insiste e passa a conduzir as investigações escondida.


Momentos após dar uma entrevista para a TV sobre o caso Marta Campos, Verônica recebe a ligação de Janete, uma mulher que sofre abusos terríveis do marido, o policial militar Cláudio Brandão.


À partir deste momento, suicídio de Marta Campos e o relato de abuso de Janete, o livro se desenvolve com foco nas investigações escondidas de Verônica. E para tudo isso, ela conta apenas com o apoio do seu colega de trabalho, o especialista em TI Nelson. 


Verônica é casada com Paulo e tem dois filho pequenos. Os filhos em si possuem pouca relevância na história e Paulo é apresentado como um bom marido e bom pai, mas incapaz de satisfazer as necessidades e desejos da esposa. Além dos três, o pai de Verônica, Júlio Torres, ex-policial de passado sombrio, serve como ponto de conforto e alívio para ela. Nos piores momentos de pressão, ela o visita no asilo. Detalhe: todos acham que Júlio está morto. Somente Carvana e ela sabem que ele ainda está vivo.


As investigações dos dois casos ocorrem de forma paralela. Em um momento, Verônica tenta descobrir quem é o homem que provocou o suicídio de Marta Campos e, para isso, cadastra um perfil fake em um site de relacionamentos, o mesmo que Marca Campos conheceu o sujeito. Quanto ao caso de Janete, Verônica passa a monitorar a rotina de Brandão e tenta aconselhar Janete a denunciar o marido. Com medo, ela coloca Verônica como vilã em vários momentos.


Brandão é um homem cruel e misterioso. Ele não apenas agride a mulher, ele mata mulheres em rituais macabros. Esta é a parte mais intrigante e interessante da trama. À partir de 70-80% do livro, esses rituais ficam mais claros. Todavia, sem saída e sem poder contar com a ajuda da sua delegacia, Verônica está perdida, sem saber o que fazer. Então, o desenvolver da narrativa nos faz entender que não haverá um término satisfatório.


O último capítulo e o epílogo são bons e fecham o livro com maestria, deixando um forte gancho para a uma continuação. O livro deixa várias pontas soltas e alguns elementos que a priori são desnecessários. Por saber que uma continuação é certa, o que ficou em aberto pode ser solucionado no segundo livro.

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Características do livro

Publicado pela Darkside, originalmente o livro foi lançado como obra de Andrea Killmore, alcunha escolhida por Casoy e Montes, já que eles queriam lançar um livro "como se fosse a primeira vez". O livro possui 259 páginas, está na sua segunda edição e é comercializado em edição de luxo, capa dura.

Bom dia, Verônica vale à pena?

Sim, vale à pena. Apesar dos críticas citadas acima, de uma forma geral o livro é bom e agrada. Para os amantes de suspense e investigação policial, o livro deve agradar. Uma boa sugestão antes de ler Bom dia, Verônica, é se aventurar em outros livros do Raphael Montes e da Ilana Casoy, para se familiarizar com a escrita de ambos. E, assim, é possível ver a "assinatura" de ambos nos textos.


O que achou dessa resenha? Me diz nos comentários! E nos vemos nos próximos textos! :D


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Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


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