Maurício Almeida • jul. 18, 2023

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No dia 19 de julho de 2023, chegou às prateleiras digitais da Amazon Terraço. O mais novo conto de Juliano Loureiro. E nós fomos conversar com ele. Por sorte, não foi preciso subir escadas e nem fugir de….opa! Quase entrego mais do que deveria.


Nesta pequena entrevista que segue, Juliano fala um pouco das
inspirações para seu novo trabalho, do processo criativo e edição e conseguimos arrancar alguns spoilers dos próximos trabalhos. É, temos notícias em primeira mão não só de um livro, mas de muita coisa grande e boa que está por vir.


Então, chega de conversar, vamos passar a bola para o protagonista do momento:

Entrevista com Juliano Loureiro, autor de Terraço

Oi, Juliano, tudo bem? A primeira pergunta, acho que é uma percepção geral de quem te acompanha, principalmente, nas redes sociais. Todo mundo sabe ou já percebeu que você tem os dois pés na ficção científica, não é mesmo? Eu quero saber se já era uma temática que você curtia. Ou ela veio com a vontade de escrever?

Na verdade, eu sempre gostei de ficção científica e fantasia. Me lembro muito bem que fui ao cinema assistir às estreias de Star Wars: Episódio I - Ameaça Fantasma, em 1999 e Senhor dos Anéis: a Sociedade do Anel, em 2001. 


E em 2000, eu tive o primeiro contato com a literatura de fantasia, com
Harry Potter e a Pedra Filosofal


Sair da fantasia e cair na ficção científica foi um caminho natural. Sempre gostei de tecnologia e astronomia. Mesmo sem aprofundar em conhecimentos específicos, gostava bastante de ver como os filmes especulavam o fim da humanidade ou a descoberta de outros seres.


Quando comecei a escrever ficção, resgatei as minhas últimas referências e refleti sobre qual delas eu poderia, e conseguiria, escrever. E logo nas primeiras ideias de histórias, não tive dúvidas de que a ficção científica era o que eu mais gostava

Agora, falando do seu novo livro Terraço: temos aqui, mais uma distopia. E uma coisa me chamou atenção na sinopse e eu já relacionei ao seu primeiro livro Lucas: a Esperança do Último (a outra distopia a qual me referi). Ambos protagonistas são, ou começam a história, solitários. É coincidência ou já podemos entender como uma marca sua? Conte pra gente sobre a construção do novo protagonista, tem relação com os protagonistas anteriores?

Em um mundo devastado e com poucos seres humanos, como é o caso de Terraço e Lucas: a Esperança do Último, seres solitários vagando por aí são comuns no meu imaginário. São verdadeiros sobreviventes. Entretanto, não passa de uma coincidência. 


Uma reflexão interessante de ter-se um único personagem na história é a capacidade do leitor de se colocar no lugar desse personagem, afinal, acaba sendo a única referência que ele tem ali.


Terraço
é o início de um grande universo de histórias que estou criando. Inclusive, estou finalizando o próximo conto desse universo e teremos uma dupla de amigos como protagonistas, além do surgimento de um grande antagonista. Em uma outra história já imaginada, temos como núcleo central da narrativa uma família de quatro membros e um cachorro. 


Para contos como
Terraço, a construção de personagens é simples, faço apenas um rascunho de como ele deve se comportar dentro daquela cena que é o conto. Mas, ao mesmo tempo, um conto serve para eu descobrir quem é esse personagem ao longo da escrita.

Ainda nas coincidências: tanto Lucas e Terraço ocorrem num futuro pós-apocalíptico. Esse é o seu terreno? Apesar do primeiro livro ser young adult, ambos têm o mesmo cenário, digamos assim.

Sim, hoje posso dizer que este é o meu terreno. Gosto de exploração, busca por suprimentos, enfrentamento de vilões e monstros imprevisíveis e aquela pontinha de esperança. 


É um desafio grande criar um ambiente distinto entre as histórias, que nada se relacionam. Lucas, além de pós-apocalíptico, é uma baita de uma distopia, com foco em algumas oligarquias que se aproveitaram da destruição em massa para criar pequenos núcleos de poder, os chamados Cinturões. Um paralelo que faço é com
1984, mas, claro, guardando as devidas proporções.


Já em
Terraço, podemos dizer que estamos mais próximos de The Last of Us, Eu Sou a Lenda e The Walking Dead. Mesmo tendo guerras políticas, o foco é na jornada e desenvolvimento pessoal dos personagens.

Aproveitando o gancho e retomando um pouco da primeira pergunta: quem influencia hoje o Juliano que escreveu Terraço? Porque é nítida a guinada narrativa de Lucas até Terraço. Arrisco dizer que saímos de uma coisa meio Eu sou a Lenda para um George Romero.

Curiosamente, assisti as obras de Romero após a publicação de Lucas. Ele é o pai dos filmes de zumbis modernos. Tudo o que temos hoje, como The Walking Dead, Zumbilândia etc é graças ao Romero. 


E, sim, vejo que há uma evolução na minha escrita e muito disso é pela minha constante busca por conhecimento através dos grandes escritores e diretores desse gênero. Terraço é mais maduro e menos young adult.

A capa de Terraço também me chamou atenção. Como fã de filmes de terror, percebi aqui uma clássica representação dos filmes de zumbi e com um quê de George Romero. Eu já vi algumas coisas sobre a capa do livro, nas suas redes, mas conta pra gente, quem deu a ideia, como surgiu a capa?

Todo o projeto gráfico eu deixei por conta do meu editor, o Fábio Burst. Já havíamos trabalhado em Antônio e o Tempo e agora repetimos. 


Ele veio com a proposta de capa e eu aprovei na hora. Como referência, entreguei para ele algumas capas de livros que eu gostava e sugeri fugirmos do clichê dos livros, aquelas capas estampando o rosto de um zumbi agressivo ou uma mão pronta para unhar a vítima


A estética ficou tão incrível que os próximos livros desse universo serão parecidos.

Falando exclusivamente sobre Terraço: ele é um conto e, na minha humilde percepção de quem ainda só leu a sinopse, parece um recorte de algo maior que está por vir. Estou certo? Porque a moda agora são os multiversos, podemos esperar um “julianoverso”? Você pensa em coisas grandiosas a este ponto?

Você captou muito bem! Já tenho muito claro quais serão os próximos quatro contos. Um deles já está sendo escrito e será lançado em 19 de outubro de 2023. Mas esse e os outros contos serão com outros personagens, em situações completamente distintas, mas ainda pertencentes ao mesmo universo. 


Depois desses quatro contos, pretendo lançar um romance, que será o carro chefe desse universo. Já comecei a escrevê-lo e espero publicá-lo em meados de 2024.


Ao todo, pretendo chegar a uns 8 contos e 2 ou 3 romances. E pode ser que os personagens se cruzem ao longo de tantas histórias.

Olha só, gostamos de spoilers! Mas vamos voltar às suas obras já publicadas: você tem uma média de 1 livro por ano, desde a publicação de Lucas. Mas você não é um escritor full time, você tem suas produções de conteúdo para o Bingo, o podcast Pod Ler e Escrever e o trabalho em parceria com o Clube de Autores. Você já encontrou o seu ritmo de escrita ideal? Ou você pretende aumentar a sua produção literária, ou não, é isso mesmo?

Eu escrevo muito pouco. Depois de Lucas, publicado em janeiro de 2021, ainda não consegui entregar uma narrativa longa e isso me incomoda bastante. Além do Bingo, do Pod Ler e Escrever e da parceria com o Clube de Autores, tenho outros trabalhos profissionais para lidar. 


Mas Terraço tem sido um marco para mim nesse sentido. Estou conseguindo encaixar, na rotina, pelo menos quatro a cinco horas de escrita por semana. O suficiente para esse projeto atual.

Ainda sobre suas produções: olhando aqui, você começou com um romance de 150 páginas, teve o Antônio e o Tempo com 30 páginas, podemos dizer que é um conto, certo? E aí, depois vieram coletâneas até chegar ao Terraço também com poucas páginas. É uma tendência sua produzir histórias menores para produzir mais ou não tem nada a ver?

Isso é uma verdade e eu tenho cada vez mais me descoberto como um contista. Narrativas curtas, para mim, é similar a uma dose de adrenalina. Em pouco tempo, tenho um êxtase grande, onde escrevo, reviso e entrego pro editor em poucos dias. 


Mesmo assim, pretendo lançar um romance em 2024 que ultrapasse as 300 páginas. Será uma obra mais complexa, além de ser um ótimo exercício para meu desenvolvimento como escritor
.

E, claro, não poderia terminar a entrevista sem pedir um spoiler: vem mais de Terraço por aí? Ou o que vem de novo pela frente?

Quem gostou de Terraço, pode esperar mais histórias desse universo. A próxima será focada na relação entre dois amigos, com narrativa alternando entre primeira e terceira pessoa, que, provavelmente, fará o leitor chorar bastante.

Saiba mais sobre Terraço

capa-livro-terraco

“Cada andar é uma batalha árdua até chegar no terraço. Ferido e exausto, ele questiona suas escolhas e lamenta as perdas que enfrentou.”


Terraço foi lançado, em formato digital, oficialmente no último dia 19 de julho. A sua publicação é independente e você pode comprá-lo aqui!


Serviço:


Terraço 

lançamento: 19/07/ 2023

Independente

40 páginas

Projeto gráfico: Fábio Burst

R$ 0,00 (para assinantes Kindle Unlimited) / R$ 7,90 (para comprar) (os valores podem alterar sem aviso prévio)

Conheça as outras obras de Juliano Loureiro

Ao longo da entrevista, citamos dois livros já publicados. E se você ainda não conhece, a hora é agora. Aproveite para conhecer e apoiar os nossos escritores independentes.


Acesse o site oficial para conhecer a bibliografia do Juliano Loureiro. Lá, você encontrará mais distopia, em Lucas: a Esperança do Último, tem também ficção e controle do tempo, com a obra Antônio e o Tempo. Mas você também pode relaxar com algumas reflexões em Frases minhas sobre um coração em festa.

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

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