Juliano Loureiro • out. 16, 2020

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Desconheço a pessoa que não possui ao menos uma rede social ativa. Raro também, encontrar alguém que só tenha somente uma e que a pouco utiliza. Não há como negar as grandes vantagens das redes sociais nas nossas vidas. Encurtamos distâncias entre pessoas, nos mantemos informados sobre diversos assuntos, compartilhamos nossos sentimentos etc. Poderia ficar linhas e linhas falando sobre as coisas boas das redes sociais no nosso cotidiano.


Mas nem tudo são flores! A rede social também é local de desrespeito, ofensas, crimes, exposição e tudo aquilo que condenamos (e que, muitas vezes, fazemos sem perceber). Contudo, tudo isso que falei até agora não é novidade para ninguém. Vantagens, desvantagens... Ok. Muitas pessoas já abordam esses assuntos. Então, qual o ponto que eu gostaria de chegar?


Estamos ficando cada vez mais imediatistas. Geramos uma autocobrança desnecessária, do tipo: preciso postar, preciso falar que estou bem, preciso compartilhar a minha vida boa, preciso sorrir sempre, preciso me mostrar, preciso ser melhor que o outro. E, pior, PRECISO fazer isso sempre e antes de todo mundo.


Há um estudo recente, publicado no Canadian Journal of Psychiatry, que diz que o ato de passar muito tempo em frente às telas, principalmente nas redes sociais, está relacionado a um crescimento da ansiedade em jovens. Ou seja, o meu relato está embasado nos estudos. Essa nossa necessidade do preciso postar nos torna, além de imediatistas, fúteis, rasos e pouco intensos.


Quem tem 30 anos ou mais sabe o quanto valorizávamos as 12, 24 ou 36 poses de um filme fotográfico. Tirar uma foto era algo "arriscado", tinha que ser planejado, afinal, tínhamos poucas "poses" para vários dias de viagem, por exemplo. Óbvio que não estou reclamando da tecnologia que nos permite tirar centenas de fotos em poucos minutos. A minha crítica é sobre os danos que a facilidade pode nos causar. Assumimos compromissos desnecessários conosco mesmos.

Como deixar de ser refém das redes sociais?

O primeiro passo é se perguntar o porquê você usa as redes sociais. Utiliza a trabalho? Para se manter perto daquele parente que mora em outra cidade? Para se manter informado? Enfim, há inúmeras justificativas. Mas para as todas opções você deve se questionar o porquê está fazendo o que vocês está fazendo. E, dependendo do modelo do seu smartphone, você consegue ver quantas horas por dia você passa conectado às redes sociais. Eu, por exemplo, neste exato momento que lhe escrevo - 23h59 do dia 21 de outubro de 2020 - dediquei 3 horas e 54 minutos do meu dia às redes socais. Com esse dado em mãos, você conseguirá pensar se vale à pena ou não ficar tanto tempo assim conectado.


É muito tempo? É pouco tempo? Para mim, hoje, é um tempo razoável. Já cheguei a ficar 7 horas por dia nas redes sociais e estava ficando doente! Espero que você não esteja e/ou não chegue a este ponto.


A minha intenção com esta crônica é alertar e não conduzir um tratamento. Esse trabalho, caso você se identifique com este texto e se sinta ansioso, é do psicólogo/psiquiatra. Se estiver se sentindo mal com isso, sem saber como lidar com a pressão que as redes sociais fazem na sua vida, não hesite em procurar um profissional.

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Utilizando as redes sociais de forma saudável

Dado o recado, como posso ajudar você a refletir sobre o impacto das redes sociais tem na sua rotina? Pense nessas seguintes dicas e veja quais fazem sentido:


  • experimente ficar longe do celular alguns momentos do dia;
  • desabilite as notificações das suas redes sociais;
  • publique menos vezes ao longo do dia;
  • faça um levantamento de qual conteúdo você mais consome e selecione aqueles indispensáveis. Os outros, abandone;
  • faça outro levantamento. Dessa vez, de quais pessoas são realmente importantes para você se relacionar via rede social;
  • analise quais são as redes socais que você utiliza e quais delas você pode parar de usar;
  • procure outras opções de entretenimento, descanso e lazer. 

Como combater o imediatismo?

Eu não estou aqui determinar que você pare de usar as redes sociais. Só estou dando dicas de como podemos fazer muito mais atividades além de postar e passar stories. Eu era uma pessoa que fazia pelos menos 3 publicações no Instagram do BINGO por dia. Além das questões técnicas (eu dividia a minha audiência e perdia bastante engajamento), não estava sendo saudável para mim ter que pensar a todo o momento o que postar.


Qual foi a minha solução, tendo em vista que eu deveria manter recorrente e relevante a minha página? Passei a fazer apenas uma publicação diária, sempre às 8h da manhã. Criei um novo formato de publicação, o Daily Bingo, que se assemelha a um jornal. E, por falar em jornal, esta é uma ótima forma de consumir conteúdo. E vou explicar o porquê.


O nosso hábito de leitura tem mudado bastante. Agora, lemos a manchete, geralmente um tweet de 280 caracteres e nada a mais. Difícil lermos uma matéria inteira, como ocorre nos jornais e revistas. Ou seja, sugiro que você faça mais o uso da mídia tradicional para combater o imediatismo trazido pelas redes sociais. A absorção de conteúdo certamente será maior.

Leia mais livros

Troquei boa parte das minhas horas nas redes sociais pela leitura de livros. E isso foi maravilhoso. Não estou falando que a mudança de hábito foi rápida ou fácil. Na verdade, foi demorada e gradual. À noite, antes de dormir, por exemplo, eu passava mais ou menos uma hora zapeando no twitter ou instagram. Hoje, dedico esta hora à leitura de um bom romance. Resultado: minha escrita melhorou, naturalmente tenho mais conteúdo para compartilhar no BINGO e ainda tenho sonos muito mais regulares.


Por fim, acredito que o primeiro passo deva ser um diagnóstico. Você deve se entender, se questionar. Após isso, pense o que mais você poderia fazer para não ficar tão refém de uma rede social. Acredite, essa mudança de hábito trará bons resultados para você.

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

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