Juliano Loureiro • ago. 22, 2021

Compartilhe este artigo:

Quando a gente entra no debate sobre o que é melhor, filme ou livro, a maioria das pessoas opta pela obra literária. Então, pegando essa ‘verdade’, poderíamos dizer que filmes e séries de terror inspiradas em livros seriam menos assustadores?


O legal é que essas adaptações podem quebrar a barreira do medo. Sim, há gente que tem realmente pavor de ler um livro de terror ou suspense, mas até encara um cineminha ou até uma série. 


O motivo pode ser porque o filme tem ali sua uma hora, uma hora e meia, já o livro, a pessoa pode levar dias para ler, além de estar muito mais focado na história do que quando está assentada frente à TV, aí levanta para comer alguma coisa, mexe no celular, ou seja, tem algumas distrações.


Mas o intuito deste conteúdo não é falar o que é melhor ou pior - já me desculpem se eu transparecer parcialidade em algum comentário -, mas sim indicar adaptações cinematográficas e televisivas de alguns clássicos da literatura de terror.


E o Stephen King que me desculpe, mas dessa vez, pouco falarei dele, porque ele já tem o seu próprio
e-book produzido pela equipe do Bingo!

Psicose (filme) e Bates Motel (série)

psicose-bater-motel

Psycho, de Robert Bloch, foi publicado em 1959 e, logo no ano seguinte, ganhou as telas de cinema com uma das mais aclamadas películas de terror dirigida por ninguém menos que Alfred Hitchcock.


Psicose é um clássico do cinema, com cenas cultuadas pela cultura pop e a trilha sonora da cena do banheiro é uma das mais marcantes. Tanto que, mesmo que ainda não tenha visto o filme, sabe de que cena estou falando. Mas, o livro tem uma curiosidade que, aí sim, é novidade para muita gente.


Não são somente os filmes e a série que foram inspirados, o livro de Bloch é baseado em uma história real: o caso do assassino de Wisconsin, Ed Gein. Em 1957, Gein matou 2 mulheres e desenterrou diversos cadáveres de mulheres que se assemelhavam a sua mãe.


Agora, falando das adaptações, a história do filme é fiel ao livro, contando como Marion Crane consegue se meter em uma enrascada aterrorizante. Após roubar 40 mil dólares da imobiliária onde trabalha, a secretária em fuga é forçada a hospedar-se em um hotel à beira da estrada. O responsável pelo hotel é Norman Bates, até então um verdadeiro cavalheiro.


Mas toda gentileza de Bates esconde um comportamento nem um pouco natural e uma obsessão pela sua mãe. Então, é nessa atmosfera sombria que Marion Crane vai passar suas últimas horas, em um motel cercado de mistérios.


Como não é legal dar spoilers, mesmo de um filme lançado lá nos anos 60, só posso me contentar em dizer que a série Bates Motel é como se fosse um prelúdio (ou spin off como se diz no mundo das séries) da história contada no filme. Ao longo das 5 temporadas, você vai compreender - ou tentar - como Norman Bates tornou-se o indivíduo insano do filme. Ah! E vai conhecer, realmente, Norma Bates, a mãe de Norman.


É uma trinca que vale muito a pena ler, ver e maratonar.

O nevoeiro (filme e série)

o-neoveiro

Eu prometi não falar muito de Stephen King, até porque são muitos os filmes e séries de terror inspirados em livros do autor. E suas histórias são tão boas que, um simples conto, é capaz de dar origem a um filme e a uma série. King não brinca em serviço.


The Mist
, em português O Nevoeiro, faz parte do livro Tripulação de esqueletos e conta a história de uma cidade que é surpreendida pela chegada de uma estranha névoa. O que a população não esperava é que o nevoeiro fosse capaz de mudar o comportamento das pessoas e trazer, para a cidade, estranhas criaturas.


Filme e série são bem parecidos na premissa das histórias. Algumas diferenças é que o filme tem suas principais cenas em uma mercearia, enquanto, na série, outros espaços aparecem, como shopping e igreja.


A história de King parece bem atual, pois conta como a população reage a uma situação de extremo perigo. Isolados, começam os conflitos psicológicos, surtos psicóticos, radicalismo religioso e o sobrenatural agindo a todo momento.


O filme tem um dos finais mais impressionantes que já vi em todos os tempos e é aclamado pela crítica. Já a série, original da Netflix, não teve o mesmo sucesso e foi encerrada com apenas 1 temporada. 

Drácula (série)

dracula-serie

Falar de filmes e séries de terror inspiradas em livros sem ter ao menos uma indicação sobre vampiros é quase impossível. Bram Stoker e seu Drácula, com certeza, são das figuras com o maior número de adaptações para cinemas, filmes e séries.


E a Netflix não poderia ficar sem a sua adaptação. Em 2020, lançou a sua minissérie de 3 capítulos, recontando à maneira dos diretores Mark Gatiss e Steven Moffat , a história de o Conde Drácula. Aos desavisados, apesar de serem apenas 3 episódios, cada um tem em torno de 1h30, ou seja, é muita história em cada episódio.


A série tem seus méritos em trazer elementos que estão presentes na obra original e que por vezes são deixadas de lado ou menosprezadas em outras adaptações. Na série você pode ver as noivas do Conde e outros personagens de Bram Stoker com pequenas mudanças com relação ao original. 


Características marcantes como a relação de Drácula com o Sol e a estaca é destacada, nada desses vampiros modernos que têm aparecido em outros filmes. Ao assistir a série, uma coisa me chamou a atenção e que poucas histórias trazem ao espectador é a questão de que, para um vampiro invadir a sua casa, ele tem que ser convidado por alguém. Pode parecer bobagem, mas muitas adaptações ignoram esse fato.


A série, em poucos episódios, consegue abordar diversas formas de mistério e a sua narrativa, mesmo enraizada na obra original, traz uma ambientação mais moderna, o que dá uma compreensão bem fácil da história.


Focada na batalha de Conde e suas vítimas, a série tem um visual muito bacana, efeitos bem característicos dos clássicos do cinema vampiresco, aqueles closes e maquiagens para aterrorizar mesmo. E o texto de Gatiss e Moffat também merece destaque, entre tiradas satíricas e elementos clássicos,
Drácula é uma boa adaptação de Stoker.

Rua do medo (trilogia)

rua do medo

Fãs de terror foram presenteados pela Netflix com uma trilogia lançada completamente em menos de um mês. E, por mais que há quem não tenha gostado, é inegável que Rua do Medo presta belas homenagens aos clássicos do terror, com referências diretas a filmes como Pânico, Sexta-feira 13, O Iluminado, Carrie e tantos outros.


E o que pouca gente sabe é que essa trilogia é inspirada em uma enorme série de livros  escritos por R.L. Stine, são mais de 50 livros da série Fear Street. As três (primeiras?) histórias adaptadas pela Netflix, sob a direção de Leigh Janiak, não são inspiradas exclusivamente em determinados livros, mas sim em todo o universo da série de livros, algo como Stephen King faz com o Maine, Stine tem como hábito ambientar suas histórias na cidade de Shadyside.


Em Rua do Medo: 1994 - Parte 1, uma referência aos filmes dos anos 90: Pânico, Lenda Urbana e tantos outros que trazem um grupo de jovens investigando a morte de um colega e se deparam com algumas histórias macabras de outras épocas e que voltam para atormentar a cidade de Shadyside.


Rua do Medo: 1978 - Parte 2, apesar de ser ainda referência ao final dos anos 70, tem muito mais a ver com os filmes dos anos 80, como Sexta-feira 13. No segundo filme, Shadyside parece não ser a única cidade atormentada por crimes brutais no passado e os jovens moradores da Shadyside se unem aos moradores de Sunnyvale para evitarem serem as próximas vítimas.


E, para finalizar - até então -, Rua do Medo: 1966 - Parte 3, pequeno vilarejo colonial é palco de uma brutal perseguição religiosa durante o século XVII e o resultado catastrófico dessa “inquisição” vai amaldiçoar os moradores da região por séculos.


Para quem gosta dessa coisa de universos cinematográficos, vale a pena assistir aos três filmes e ficar de olho, porque Leigh Janiak quer criar algo como o universo Marvel, da franquia Rua do Medo. Olha que são mais de 50 livros, hein? Vai ter muita história para contar.


Por hora, deixo você com essas oito indicações de filmes e séries de terror inspiradas em livros: Psicose, Bates Motel, O Nevoeiro (tem filme e série Netflix), Drácula (série original Netflix) e a trilogia Rua do Medo. Dá para ocupar todos os fins de semanas de um mês e acrescentar essas sugestões à sua lista de leitura.


Dessas indicações, quais você já leu e assistiu? Compartilhe com a gente a sua opinião!


Agora, eu tenho um convite para você que, além de assistir a filmes inspirados em livros, gosta de ler e ama escrever.


Conheça o meu canal no YouTube, um espaço para falarmos sobre tudo isso e muito mais. Então, inscreva-se agora e não deixe de ativar as notificações. Só assim poderemos criar um vínculo literário e termos boas conversas. Até.

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

Acessar canal no YouTube

Pesquisar no blog

Últimos artigos

assessoria-de-imprensa-como-funciona-a-grande-aliada-dos-autores
Por Juliano Loureiro 24 abr., 2024
om essa liberdade vem o desafio de se destacar em um mercado cada vez mais disputado. É aqui que a assessoria de imprensa/literária se tornam ferramentas cruciais, ajudando autores a construir sua visibilidade e a estabelecer uma marca pessoal forte no espaço literário.
Mostrar mais...
logomarca-reduzida-bingo
Bingo Conteúdos Literários
CNPJ: 41.933.018/0001-23
Fale conosco
Email: suporte@livrobingo.com.br
Endereço: Avenida Getúlio Vargas , n.º1492, 2º andar.
CEP: 30112-024. Belo horizonte/MG
Share by: