Juliano Loureiro • set. 28, 2021

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Os indígenas são os verdadeiros descobridores do Brasil e do continente Americano. Apesar de grande parte das suas histórias terem sido apagadas, o povo indígena permanece, hoje, como símbolo de luta e preservação da nossa cultura. Por isso, confira uma lista com 6 livros para conhecer a literatura indígena.


Seja de forma documento, por contos ou até mesmo ilustração de crianças indígenas, a lista abaixo engloba uma série de questões que precisam ser provocadas.
É mais que necessário exaltar essa cultura e vivência.


Assim, não deixe de incluir pelo menos um título na sua próxima lista de leituras. Quer conferir tudo? Basta continuar lendo o artigo até o final!

1. A queda do céu (Davi Kopenawa e Bruce Albert)

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Um grande xamã e porta-voz dos Yanomami oferece neste livro um relato excepcional, ao mesmo tempo testemunho autobiográfico, manifesto xamânico e libelo contra a destruição da floresta Amazônica.


Publicada originalmente em francês em 2010, na prestigiosa coleção Terre Humaine,
esta história traz as meditações do xamã a respeito do contato predador com o homem branco, ameaça constante para seu povo desde os anos 1960. 


A queda do céu foi escrito a partir de suas palavras contadas a um etnólogo com quem nutre uma longa amizade. Foram mais de trinta anos de convivência entre os signatários e quarenta anos de contato entre Bruce Albert, o etnólogo-escritor, e o povo de Davi Kopenawa, o xamã-narrador.


A vocação de xamã desde a primeira infância, fruto de um saber cosmológico adquirido graças ao uso de potentes alucinógenos, é o primeiro dos três pilares que estruturam este livro.

2. A terra dos mil povos: História Indígena do Brasil Contada por um índio (Kaká Werá Jecupé)

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O Brasil é a terra dos mil povos, o seio que abrigou os filhos de muitas terras estrangeiras e que alimentou, com amor de mãe genuína, os milhares de povos indígenas que aqui habitavam há cerca de 15 mil anos. 


Quem eram e o que pensavam os primeiros habitantes desta terra?
Antropólogos se debruçaram sobre essa questão e deixaram contribuições definitivas para a compreensão desse capítulo da nossa história. 


A maioria das nações indígenas, no entanto, permaneceu calada, sofrendo passivamente as influências da civilização do homem branco, que chegou tão perto e, no entanto, optou por manter-se distante, atirando no esquecimento toda a riqueza da tradição, do pensamento e da espiritualidade indígenas. 


Um novo olhar foi inaugurado às vésperas do aniversário de quinhentos anos do descobrimento do Brasil, e este livro, que nos revela o caráter absolutamente universal dessas tradições, foi um de seus precursores.

3. Ideias para adiar o fim do mundo (Ailton Krenak)

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Ailton Krenak nasceu na região do vale do rio Doce, um lugar cuja ecologia se encontra profundamente afetada pela atividade de extração mineira. 


Neste livro, o líder indígena critica a ideia de humanidade como algo separado da natureza, uma
“humanidade que não reconhece que aquele rio que está em coma é também o nosso avô”.


Essa premissa estaria na origem do desastre socioambiental de nossa era, o chamado Antropoceno. Daí que a resistência indígena se dê pela não aceitação da ideia de que somos todos iguais. 


Somente o reconhecimento da diversidade e a recusa da ideia do humano como superior aos demais seres podem ressignificar nossas existências e refrear nossa marcha insensata em direção ao abismo.


Desde seu inesquecível discurso na Assembleia Constituinte, em 1987, quando pintou o rosto com a tinta preta do jenipapo para protestar contra o retrocesso na luta pelos direitos indígenas, Krenak se destaca como um dos mais originais e importantes pensadores brasileiros.

4. As serpentes que roubaram a noite e outros mitos (Daniel Munduruku/ilustração: Crianças Munduruku da aldeia Katõ)

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Ilustrado pelas crianças da aldeia Katõ, este livro traz mitos contados pelos velhos da aldeia. 


Histórias que nos remetem a um tempo muito distante de nossos dias e que
são contadas e recontadas às crianças indígenas como forma de despertar nelas o amor pela própria história e pelas lutas de seu povo


Tocam o fundo do coração e são uma excelente oportunidade de integração com o universo infanto-juvenil indígena e seus valores.

5. Catando piolhos, contando histórias (Daniel Munduruku)

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“Ali, contávamos para todos os adultos presentes tudo o que havíamos feito durante o dia. Embora não parecesse, todos nos ouviam com atenção e respeito. Aquele era um exercício de participação na vida de nossa comunidade familiar.” 


Memórias de infância de um menino indígena que nos fala das
tradições de seu povo Munduruku transmitidas pela narrativa oral nos momentos felizes quando, sentado na aldeia, no colo dos mais velhos ou ao pé da fogueira, ouvia histórias enquanto eles catam piolhos em seus cabelos e lhe fazia carinhos na cabeça.

6. O Filho da Ditadura (Juvenal Payayá)

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O leitor encontrará neste livro, entre outras histórias, a de uma geração de jovens cujo fator comum são filhos de militares com mães fora do casamento, algumas delas prisioneiras do regime militar. 


Um dos militares infratores ao ser nomeado Ministro da Guerra do Brasil, rendeu-se pela pressão da chamada linha dura impondo normas para que todos os infratores promovessem sustento para seus filhos bastardos. 


Com este intuito foi criado um fundo de pensão com contribuição dos pais e doações de amigos e empresas interesseiras. Crescidos os "Filhos da Ditadura", por não terem a paternidade reconhecida e sem o convívio das mães, perambulavam pelo mundo por conta do fundo de pensão, uns na miséria outro verdadeiros nababos.


Além deste foco, o livro investe na exposição dos ativistas silenciosos, homens e mulheres anônimas que a história oculta, seja pela ótica da direita seja pela ótica das esquerdas.


Gostou de conferir os 6 livros para conhecer a literatura indígena?


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Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


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