Juliano Loureiro • nov. 27, 2020

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Para você, tamanho é documento? Ou o que importa é o prazer proporcionado?


Essas questões permeiam o universo literário, não é mesmo? Ou você achou que estava falando de outra coisa? Porque não há nada melhor do que uma boa história e um bom calhamaço para ler. Em tempos de redes sociais, trocas de mensagens, abreviações, emojis, há quem ainda se aventure por livros grandes, com suas 800, 900 e até mais de mil páginas.


Mas, será que um bom livro para ler, precisa ser imenso? Ou as melhores histórias são as menores? Eu acredito que existam as duas. No post de hoje, vou me dedicar à primeira alternativa. Confira as dicas de calhamaços que separei para você!

It, a Coisa (Stephen King): 1.104 páginas

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Para quem nunca teve a curiosidade de conferir o livro que deu origem ao palhaço mais famoso do cinema, dá para ter noção do calhamaço para ler que é It - a coisa. Se no cinema, a primeira adaptação teve uma duração de aproximadamente 3 horas e o remake foi dividido em duas partes, não é de se estranhar que o grande livro branco de King, ultrapassasse a marca de mil e cem páginas!


A história, conhecida por muitos, conta a vida de um grupo de crianças amigas que são atacadas por um ser maligno, vindo de outro planeta.
Esse ser é A Coisa e ataca transvestida do palhaço dançante Pennywise. Além de ser um palhaço dançante, o que por si só já gera uma sensação de estranheza, A Coisa tem a capacidade de se transformar naquilo que as suas vítimas têm mais medo.


Após esse confronto, supostamente vencido pelas crianças, 30 anos se passam e a cidade de Derry é atacada por uma força sobrenatural. É hora daquele grupo de amigos se reunir e combater novamente A Coisa. Falando assim, parece pouca coisa, não é? Mas King tem uma narrativa que passa pela construção de cada personagem, por isso a história se estende, mas não entenda como “enrolação”. A compreensão de cada história particular é fundamental para o clímax dessa que é considerada uma das obras primas de Stephen King.

A Dança da Morte (Stephen King): 1.248 páginas

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Você já imaginou como seria o fim do mundo? Se ainda não, King contou a sua versão ao longo de mais de mil e duzentas páginas, A Dança da Morte.


Para se ter ideia do trabalho que foi produzir um livro tão grande, no seu ano de lançamento, em 1978, as gráficas tiveram sérias dificuldades em imprimi-lo, o que levou o livro a ser publicado com alguns cortes. Somente em 1990, ao menos no Brasil, foi que a versão na íntegra chegou às livrarias.


Voltando a história do livro:
o mundo acaba devido a um vírus que se espalhou. O contato das pessoas desencadeou as mortes (viu a importância do distanciamento social? Stephen King é um visionário.). Após o fim do mundo que conhecemos, o que surge é um novo ambiente, 99% livre de seres humanos. Pois bem, o 1% é responsável pela representação da luta do bem contra o mal.


A
Dança da Morte ganhou uma versão televisiva, virou uma série nos anos 90, pelo canal ABC. 


King ainda tem um calhamaço que merece menção,
Sob a Redoma, mas como o livro não tem mil páginas - ele tem ‘apenas’ 960 -, resolvi deixá-lo de fora dessa primeira lista.

Dom Quixote de La Mancha (Miguel de Cervantes): 1.056 páginas

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É muito difícil encontrar quem nunca tenha sequer ouvido falar em Dom Quixote. Mas, quem aí já se aventurou pelas mais de mil páginas do escritor castelhano?


Se você não conhece a história, vale a curiosidade sobre o personagem principal, Dom Quixote, que tem como hobby a leitura de livros sobre cavalaria. Será que ele encontrou um bom livro para ler? Talvez vários.


Agora, o que eu acho mais legal nessa história é que a seu desenrolar se dá sob uma perspectiva “delirante” desse ávido leitor. Ele acredita piamente nas histórias que lê e, muito empolgado com as leituras, resolve se tornar um cavaleiro andante.


E aí, nessa “viagem” (nos dois sentidos), ele enfrenta diversos “inimigos”, como os moinhos de vento. Com certeza, uma história que vai te prender tanto, que as mil páginas passarão mais rápidas que o cavalgar de Dom Quixote.

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Guerra e Paz (Liev Tolstói): 1.544 páginas

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Esse é daqueles livros grandes para ler que impõe um certo receio aos olhos dos novos leitores. Primeiro, pela sua temática embasada em um período histórico de guerras. Então, a primeira sensação é que temos uma leitura complexa, que exige um certo conhecimento de quem se aventura em suas mais de mil e quinhentas páginas.


Complexa ou não, você só vai saber lendo. E, cá entre nós, quem leu confirma que
Guerra e Paz é realmente uma das grandes obras primas da literatura mundial. O russo Tolstói não publicou o livro de maneira integral. Antes do calhamaço como conhecemos, ele foi publicado entre os anos de 1865 e 1869 no jornal Russkii Vestnik.


Resumir em poucas palavras o que é
Guerra e Paz é muito complicado. É um livro sobre a guerra? Talvez, porém, a invasão de Napoleão à Rússia é pano de fundo e contexto para, não uma única, mas diversas histórias que acontecem aos personagens. É um livro sobre a paz? Talvez a busca por ela, mas não a paz no sentido de cessar uma guerra de tiros e bombas, mas sim o equilíbrio do nosso “eu interior”.


Personagens fortes, questionamentos sobre o que é a “guerra” e a “paz” e sim, tem a guerra no seu sentido literal e, digamos assim, os bastidores de uma nação emblemática que é a Rússia!

Os Miseráveis (Victor Hugo): 1.511 páginas

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Um clássico mundial escrito pelo francês Victor Hugo, Os Miseráveis é um bom livro para ler para quem não se importa com a inquietude das injustiças sociais. Escrita em 1862, o calhamaço ganhou inúmeras adaptações cinematográficas e teatrais.


Curiosidade: em um único dia, o de lançamento, somente na França, foram vendidos mais de 7 mil exemplares.


A história dentro das mil e quinhentas páginas é sobre um pai de família, Valjean, que é condenado por roubar um pão, para alimentar a sua família. A condenação de 19 anos, agravada por tentativas de fuga, era de trabalhos forçados. A narrativa se prolonga pelo processo de reintegração de Valjean, suas recaídas e ascensão a dono de uma fábrica.


Os percalços narrados nos faz questionar o nosso senso de justiça e igualdade social. Um clássico escrito nos anos 1800, mas que é atemporal e merece ser lido, hoje!

O Conde de Monte Cristo (Alexandre Dumas): 1.396 páginas

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Os franceses adoram um calhamaço, não é mesmo? E O Conde de Monte Cristo tem, também, o seu início em uma prisão injusta, assim como Os Miseráveis. O romance de Alexandre Dumas foi escrito em parceria com Auguste Maquet e publicado como folhetins entre os anos de 1844 a 1846.


A história é baseada na vida de Pierre Picaud e narra a prisão injusta e arquitetada contra Edmond Dantès, um simples marinheiro aspirante a capitão, o que despertou a inveja de seus inimigos. Após alguns anos na prisão, Edmond enriquece e consegue colocar em prática um plano mirabolante de vingança.


O calhamaço é recheado com tramas políticas, romances, intrigas, traição, vingança e personagens fortes. Uma obra que nos faz refletir sobre a perseverança e sobre aquele sentimento raivoso e vingativo tão comum em nós mesmos, em momentos mais adversos.


O que não falta são livros para ler com muita história. Só nesse texto, indiquei 6 livros, totalizando quase oito mil páginas! É leitura para mais de ano!


É claro que, em um primeiro momento, o tamanho dessas obras pode causar uma certa repulsa, mas se você quer encarar uma leitura dessa magnitude, basta iniciar. Não há livro grande quando há prazer na leitura.


A minha dica para quem ainda não encarou um calhamaço é encontrar um estilo literário de seu agrado, daquele que você já tem o costume de ler e encarar de mente aberta o desafio. Mas sem afobação, respeitando o seu ritmo de leitura, sem se preocupar em acabar o livro em dias ou meses. 


Lembre-se que o livro será o seu parceiro por horas, então que seja da maneira mais agradável possível! 


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Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


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