História envolvente escrita por uma autor espanhol não midiático, narrando o início de um apocalipse zumbi em primeira pessoa. Em apenas uma frase, esta é a melhor definição que pude fazer do livro
Apocalipse Z - o princípio do fim, de Manel Loureiro. Um bom livro, essencial para os amantes do suspense, terror e zumbis.
Histórias pós-apocalípticas de zumbis estão saturadas, é verdade, entretanto, ainda é possível se surpreender com boas histórias e esse é o caso desse livro. A história idealizada pelo autor ainda rendeu dois outros livros,
Os dias escuros e
A ira dos justos.
Me acompanhe nesta resenha para saber em detalhes o que achei do livro. Boa leitura.
Sobre o autor Manel Loureiro
Manel Loureiro é um escritor, jornalista e advogado nascido em Pontevedra, Espanha, em 1975. Formado em direito na Universidade de Santiago de Compostela, trabalhou como apresentador de televisão na Televisión de Galicia1 e como roteirista.
Ele colabora com os jornais diários de Pontevedra, o jornal ABC2 e o World3, e é colaborador regular da Cadena SER e da edição espanhola da revista GQ. O El Confidencial o chamou de o Stephen King espanhol.
Apocalipse Z – o princípio do fim é seu primeiro romance e tornou-se um fenômeno na Internet, onde foi lido por milhares de pessoas em todo o mundo.
Sinopse de Apocalipse Z - o principio do fim
Em uma pequena cidade espanhola, um jovem advogado leva uma vida sem surpresas. Um dia, porém, começa a ouvir notícias sobre um incidente médico ocorrido no Cáucaso. Apesar de aparentemente corriqueiras, as notícias chamam tanto sua atenção que ele resolve registrar suas impressões.
Aos poucos, aqueles acontecimentos incomuns ocorridos em um país distante começam a se espalhar por toda a Europa, então tomada por estranhas criaturas que mais parecem mortos-vivos.
O que achei do livro?
Apocalipse Z - o princípio do fim, como o próprio nome sugere,
é um livro que narra o início do apocalipse zumbi. O leitor acompanha a jornada de um jovem advogado desde os primeiros sinais de contágio. Pessoalmente, tenho preferência por histórias apocalípticas que exploram os estágios iniciais do caos, e Apocalipse Z cumpre bem esse papel ao envolver o leitor desde as primeiras páginas.
A incerteza, a falta de informação, a desorientação, o susto e a incredulidade são elementos que acompanham as pessoas no início de um surto zumbi, gerando uma angústia palpável no leitor. Como se trata de uma história de origem, testemunhamos o amadurecimento e o crescimento do protagonista ao longo da
narrativa, algo que o autor realiza de forma habilidosa. Um detalhe importante é que o desenvolvimento da história ocorre através de pequenos capítulos, como se fossem anotações do diário de bolso do protagonista, sempre indicando o dia e a hora em que ele escreveu o relato.
O livro é dividido em várias partes, e gostaria de destacar quatro delas. A primeira parte é o relato em formato de diário, que abrange desde o início do surto até o momento em que o protagonista embarca em um veleiro em busca de um lugar mais seguro. Vale ressaltar que ele está sempre acompanhado de seu gato,
Lúculo.
A segunda parte se inicia quando o protagonista encontra um enorme navio cargueiro, dando início a outro conflito. Neste caso, o problema não são os "não-mortos", como o protagonista se refere aos zumbis, mas sim os ocupantes do navio: veteranos de guerra ucranianos prontos para eliminá-lo. Ao negociar com os homens da embarcação, o advogado, juntamente com outros sobreviventes do ano,
precisa explorar a cidade de Vigo, onde o navio está ancorado, em busca de um pacote misterioso. É aí que se inicia a terceira parte.
Esta parte do livro é marcada pelo
estreitamento da relação entre o protagonista e Viktor Pritchenko, um piloto de helicóptero. Por fim, ambos são os únicos sobreviventes de uma missão suicida que dura semanas. O autor descreve habilmente toda essa jornada, e podemos perceber como o vínculo entre eles vai se fortalecendo, a ponto de torcermos pela sobrevivência do ucraniano loiro e barbudo.
Ao retornarem, eles preparam uma armadilha para os outros ucranianos, uma vez que o advogado deseja resgatar Lúculo, que havia sido deixado como garantia, e Viktor precisa de uma peça essencial para fazer seu helicóptero funcionar.
Eles conseguem enganar seus perseguidores e escapam, dando início a mais um momento da história.
Livres daquele navio, eles partem em busca do helicóptero mencionado por Viktor. Claro, durante a jornada, eles enfrentam diversas aventuras antes de chegarem ao seu destino. Roubam um Mercedes GL zero quilômetro, Viktor fica gravemente ferido, chegam a um hospital, onde enfrentam diversos zumbis, até o momento que encontram duas pessoas vivas. Há um bom desenvolvimento entre esses personagens, mesmo que por um curto período. Até, finalmente, chegarem ao helicóptero.
Apocalipse Z vale a pena?
O livro é bom e a escrita do autor Manel Loureiro é envolvente. A leitura fluiu facilmente e gostei dos conflitos enfrentados pelos personagens. A única crítica é a falta de originalidade, com o uso do estereótipo de zumbis, que já foi amplamente explorado em obras como
The Walking Dead e outras produções contemporâneas.
Para os fãs do gênero, o livro é uma escolha interessante e pode ser apreciado. No entanto, para aqueles que já estão saturados desse tema, a leitura pode se arrastar e se tornar longa.
