Juliano Loureiro • out. 08, 2021

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Victor Hugo foi um dos maiores romancistas francês, quiçá do mundo. Dono de um vasto catálogo, Victor também era poeta e dramaturgo, em suas obras defendia um nacionalismo com seus heróis, mas também era ferrenho defensor da liberdade e dos valores humanitários.


A vida de Victor Hugo sempre foi uma mescla de eventos políticos e sociais que acabaram refletindo nas suas produções literárias, quem já teve a oportunidade de ler sua obra prima, Os Miseráveis, sabe muito bem do que estou falando.


A obra de 1862 é apenas um dos marcos da vida de Victor Hugo e, para você conhecer um pouco mais sobre o romancista francês, preparei uma pequena biografia e separei algumas curiosidades sobre a sua vida. Prepare-se para uma viagem à França.


Boa leitura!

Biografia de Victor Hugo

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Victor-Marie Hugo nasceu na cidade de Besançon, na França, no dia 26 de fevereiro de 1802. E para confirmar o que eu disse na introdução, de que a vida de Victor Hugo esteve sempre atrelado à política, o escritor era filho de Sophie Trébucher e do Conde Joseph Léopold-Sigisbert Hugo, general de Napoleão Bonaparte.


Por conta da profissão de seu pai, Victor Hugo e família viviam em constantes mudanças de país. A família chegou a viver na Espanha e na Itália, porém o relacionamento de Sophie e Joseph se dissolveu devido a inúmeros atritos e incompatibilidade de gênios.


A vida escolar e acadêmica de Victor Hugo foi marcada pelo conflito de interesses do seu pai, que queria vê-lo ingressar na Escola Politécnica, e do outro lado, sua mãe, que sempre incentivava o filho a se dedicar à carreira literária. Não é preciso dizer qual lado saiu vitorioso, não é mesmo?


O interesse pela literatura começou bem cedo na vida de Victor Hugo. Com 14 anos já era admirador de um grande romancista. “Quero ser Chateaubriand ou nada", referindo-se ao precursor do Romantismo na França, René Chateaubriand.


Apesar de ter iniciado os estudos em Direito, em Paris, em 1818, a literatura falou mais alto e ouvindo os conselhos da mãe, Victor Hugo embarcou de vez no universo literário. 


Em 1819, fundou a revista Le Conservateur Littéraire com seus irmãos. Com pouco mais de um ano, a revista havia publicado mais de cem artigos, entre política e crítica literária, teatral e artística. E não poderia faltar uma homenagem a Chateaubriand. Ode ao Gênio foi o primeiro ensaio publicado pela revista.


Por dois anos seguidos, 1819 e 1820, Victor Hugo foi premiado pelos seus textos, no primeiro ano recebeu o prêmio Lys d’or e, no ano seguinte, o título de Maître ès Jeux, ambos da Academia dos Jeux Floraux, em Toulouse.

Carreira literária

A primeira obra publicada de Victor Hugo foi uma antologia poética, Odes e Poesias Diversas, em 1823. Já com o seu primeiro trabalho, o escritor foi recompensado com uma pensão de Luís XVIII. O primeiro romance seria publicado no ano seguinte; Han de Islândia, com fortes tendências ao romantismo.


Cromwell foi a sua primeira peça teatral, em 1827, e foi uma estreia grandiosa, com sucesso de público e crítica. Para alguns pesquisadores, Cromwell foi uma das obras responsáveis por alavancar o nome de Victor Hugo e colocá-lo como um dos porta-vozes do romantismo.


Em 1829, dois marcos na carreira literária do escritor: O Último Dia de um Condenado é uma das obras mais lembradas e tem um forte apelo político e social contra a pena de morte. Mas nem tudo são flores, a peça teatral Marion Delorme foi censurada porque um dos personagens é Luís XIII. Em 1832, a censura se repete, dessa vez com a peça O Rei Se Diverte.


Mas entre um entrave e outro com a censura, Victor Hugo produziu o seu mais famoso romance, a história da tragédia do "corcunda Quasímodo" e da "cigana Esmeralda". Estou falando de O Corcunda de Notre-Dame, de 1831.

A vida fora da literatura

 “A liberdade literária é filha da liberdade política. Eis-nos libertos da velha forma social; e como não nos libertaríamos da velha forma poética? A um povo novo, uma nova arte". 


Victor Hugo nunca escondeu seu posicionamento político liberal e levou isso com seu Romantismo. Em 1845, o autor torna-se membro do senado francês. E como um grande escritor pode auxiliar o seu povo na política? Mediante denúncias. 


O jornal O Acontecimento, fundado por Victor Hugo e com seus filhos como redatores, é uma forma de denunciar a miséria social. Porém, a gente sabe que na política não há verdade que dure 24 horas.


Victor Hugo usa seu jornal para defender a candidatura do príncipe Luís Napoleão para a presidência da República. Porém, após ser eleito, Napoleão III viola a Constituição Francesa, deixando Victor Hugo muito desiludido e com sensação de traição.


Em uma tentativa de criar uma resistência ao governo de Napoleão III é perseguido e sua única alternativa é o exílio. Foram quase 20 anos fora da França, mas não podemos dizer que foram anos perdidos.


Enquanto esteve fora do território francês, Victor Hugo escreveu algumas de suas principais obras: Os Castigos (1853), As Contemplações (1856),  Os Miseráveis (1862), Os Trabalhadores do Mar (1866) e O Homem que Ri (1869).


Mas você acha que ao fim do exílio, ele largou a política? Victor Hugo ainda foi eleito deputado e presidente da ala esquerda da Assembleia Nacional e em 1876 se elege senador.

"Os Miseráveis", a obra-prima de Victor Hugo

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"Os Miseráveis" é uma das obras-primas de Victor Hugo, publicada pela primeira vez em 1862. Este romance monumental é conhecido tanto por sua imensa envergadura quanto por seu retrato detalhado das condições sociais e políticas do século 19 na França.


A história é centrada em Jean Valjean, um ex-condenado que busca redenção após ser libertado de 19 anos de prisão por roubar um pedaço de pão. A narrativa segue a sua jornada de sofrimento, luta, e eventual transformação. Enquanto ele é perseguido incansavelmente pelo policial Javert, um homem dedicado à lei, que não consegue ver além do passado criminoso de Valjean.rna o protetor de Cosette, a filha órfã de Fantine, outra personagem central da história, cuja vida é devastada pela pobreza e pela exploração. As vidas de Valjean e Cosette se entrelaçam com as de outros personagens ricos e complexos, como Marius, um jovem revolucionário, e os Thénardiers, uma família oportunista e maliciosa.


"Os Miseráveis" é um estudo profundo e abrangente sobre a natureza humana, a moralidade, a justiça social, e o poder redentor do amor e da compaixão. Hugo explora temas como a injustiça social, a pobreza, e o impacto da história na vida das pessoas comuns. A Revolução Francesa e as revoltas de 1832 em Paris fornecem o pano de fundo histórico para a trama, adicionando um sentido de urgência e realismo político à história.


A obra é notável não apenas por sua narrativa complexa e personagens bem desenvolvidos, mas também pela rica descrição de Hugo da sociedade francesa. Sua crítica às injustiças sociais e políticas de sua época é tão relevante hoje quanto era na época em que o livro foi escrito.


"Os Miseráveis" influenciou profundamente a literatura e continua sendo um texto vital para a compreensão da história social e política do século 19. Também foi adaptado em várias formas, incluindo uma famosa produção musical e várias adaptações cinematográficas.

"O Corcunda de Notre Dame", outra obra-prima de Victor Hugo

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"O Corcunda de Notre Dame", também conhecido como "Notre-Dame de Paris" em francês, é um romance publicado em 1831. A obra é ambientada em Paris do século XV e é famosa por sua representação da Catedral de Notre-Dame como uma personagem central da história. O livro combina elementos de romance gótico, drama e tragédia, criando uma narrativa rica e complexa.

Enredo e personagens principais

  • Quasimodo: O personagem principal, um corcunda surdo, feio e rejeitado, é o sineiro de Notre-Dame. Apesar de sua aparência física, Quasimodo possui um coração gentil e é profundamente leal a Claude Frollo, o homem que o criou.
  • Claude Frollo: O arquidiácono de Notre-Dame, é uma figura complexa, atormentada por seus próprios desejos proibidos e obsessões. Apesar de sua posição na igreja, Frollo se apaixona obsessivamente por Esmeralda, levando a uma série de eventos trágicos.
  • Esmeralda: Uma jovem e bela dançarina cigana, é o objeto do afeto de vários personagens, incluindo Quasimodo e Frollo. Sua beleza e bondade contrastam fortemente com o mundo sombrio ao seu redor.
  • Phoebus: Um capitão da guarda, é amado por Esmeralda, mas sua natureza frívola e interesse por mulheres o tornam um personagem menos honroso do que aparenta inicialmente.

Temas abordados em "O Corcunda de Notre Dame"

O romance aborda temas como a alienação social, a natureza do bem e do mal, e a luta entre o destino e a livre vontade. Hugo usa os personagens e a ambientação para explorar a marginalização social, a hipocrisia da sociedade e o julgamento baseado em aparências. Além disso, a obra critica as injustiças sociais e a brutalidade da justiça da época.

Significado histórico cultural

"O Corcunda de Notre Dame" teve um impacto significativo na preservação do patrimônio histórico francês. A representação detalhada e apaixonada de Hugo sobre a Catedral de Notre-Dame ajudou a despertar o interesse do público pela preservação de monumentos históricos, que estavam na época em estado de degradação. O livro desempenhou um papel crucial no início dos esforços de restauração da catedral no século XIX.

Legado de "O Corcunda de Notre Dame"

A história de Quasimodo e Esmeralda continua a ressoar com o público moderno, tendo sido adaptada inúmeras vezes para cinema, televisão e teatro, incluindo uma famosa versão musical da Disney. As complexas interações entre personagens, os temas universais e a descrição vívida da Paris medieval fazem de "O Corcunda de Notre Dame" uma obra atemporal e um marco importante na literatura mundial.

Curiosidades sobre Victor Hugo

Não é porque ele é um gênio da literatura que ele não teria alguns fatos curiosos, não é mesmo? Até mesmo algumas histórias bem comuns que acontecem com tanta gente, que não imaginaríamos que Victor Hugo seria protagonista de histórias assim. Aticei a sua curiosidade? Então, vamos lá:


  1. Espiritismo: há relatos de que Victor Hugo experimentou diferentes episódios mediúnicos e espirituais, coisas como conversar com espíritos e até premonições. Alguns pesquisadores o consideram como um dos precursores do espiritismo na França.
  2. Os Miseráveis não foi o primeiro nome de sua obra mais famosa: antes do título mais famoso de sua carreira, Victor Hugo pensou em batizar seu livro como Les misères (As Misérias) e até mesmo como Jean Tréjean, que também seria o nome do protagonista, mas mudou para Jean Valjean.
  3. Exílio: Victor Hugo fugiu da França, em 1851, após o golpe de Estado de Napoleão III. Foram 15 anos exilado só em Guernsey. Mas o isolamento acabou ajudando na dedicação do autor para escrever a sua obra prima.
  4. Escrevia pelado: é como dizem por aí: “cada louco com a sua loucura”. Victor Hugo tinha um hábito um tanto quanto estranho para conseguir se concentrar e evitar a procrastinação: ele entrava em um quarto, totalmente pelado, apenas com um papel e caneta disponíveis.
  5. Santo: não basta ser considerado como um dos gênios da literatura, Victor Hugo está entre os santos da religião vietnamita Cao Dai, que mescla Budismo, Taoísmo, Confucionismo e Cristianismo. Há, inclusive, uma estátua do escritor no templo Cao Dai, na cidade de Tay Ninh.
  6. Vida política: as críticas e seu posicionamento a favor dos menos favorecidos extrapolaram o campo da literatura. Em 1848, Victor Hugo foi eleito membro da Assembleia Nacional Francesa e defendeu pautas como educação gratuita e abolição da pena de morte. Chegou a ocupar o cargo de senador, em em 1876, porém não chegou a concluir o mandato.
  7. Sofrência: sim, um dos mestres da literatura mundial sofreu por amor (e também fez sofrer). Victor Hugo era casado desde os seus 16 anos com Adele Foucher e, durante os 46 anos de casamento, o casal dava suas puladas de cerca. Enquanto Adele traía Victor com um de seus amigos, o escritor tinha uma amante, Juliette Drouet, que muito ciumenta, chegou a escrever em torno de 20 mil cartas para Victor Hugo.
  8. Herói da Pátria: Victor Hugo faleceu no dia 22 de maio de 1885 e está sepultado no Panthéon de Paris, monumento dedicado aos heróis da pátria.

Algumas obras de Victor hugo

  • Odes e poesias diversas (1822);
  • Hans da Islândia (1823);
  • Cromwell (1827);
  • O último dia de um condenado (1829);
  • O corcunda de Notre-Dame (1831);
  • Marion de Lorme (1831);
  • O rei se diverte (1832);
  • As canções do crepúsculo (1835);
  • Os Burgraves (1843);
  • Napoleão, o Pequeno (1852);
  • Os castigos (1853);
  • As contemplações (1856);
  • Os miseráveis (1862);
  • Os trabalhadores do mar (1866);
  • O homem que ri (1869);
  • História de um crime (1877-1878);
  • Religiões e religião (1880);
  • O burro (1880);
  • O fim de Satanás (1886);
  • Alpes e pirineus (1890);
  • Deus (1891);
  • França e Bélgica (1892);
  • Os anos sombrios (1898);
  • Último feixe (1902);
  • Recompensa em mil francos (1934);
  • Pedras (1951).


Esse foi um recorte da vida desse grande romancista francês. Além do
Corcunda de Notre-Dame (graças à animação, acredito eu), quais obras de Victor Hugo você já conhecia? Já teve o prazer de ler Os Miseráveis? Conte para gente, nos comentários abaixo, o que você achou e a sua experiência com o autor.

Por qual motivo ler os livros de Victor Hugo?

Ler os livros de Victor Hugo, como "Os Miseráveis" e "O Corcunda de Notre Dame", é uma experiência enriquecedora por várias razões:


  1. Compreensão Histórica e Social: Hugo era um mestre em tecer a narrativa pessoal com o contexto histórico e social. Seus livros oferecem uma visão profunda dos eventos históricos, especialmente aqueles relacionados à França do século XIX, e auxiliam os leitores a entender melhor as complexidades sociais, políticas e históricas da época.
  2. Exploração de Temas Universais: Os livros de Hugo abordam temas como justiça, moralidade, redenção, amor, o bem contra o mal, e a luta contra a opressão. Estes temas são universais e atemporais, tornando suas obras relevantes mesmo hoje.
  3. Desenvolvimento de Personagens: Hugo era habilidoso na criação de personagens complexos e multifacetados. Personagens como Jean Valjean e Quasimodo são profundamente humanos em suas imperfeições e lutas, permitindo que os leitores se conectem e simpatizem com eles em um nível pessoal.
  4. Riqueza Literária e Estilística: A escrita de Hugo é conhecida por seu estilo poético, descrições vívidas e narrativa poderosa. Ler suas obras é não apenas uma experiência de imersão na história, mas também um deleite literário.
  5. Crítica Social e Política: Hugo não se coibiu de criticar as injustiças sociais e políticas de sua época. Seus livros muitas vezes funcionam como comentários sociais, incentivando os leitores a refletir sobre questões de ética, justiça e responsabilidade social.
  6. Influência Cultural: As obras de Hugo tiveram um impacto significativo na cultura popular, inspirando numerosas adaptações para cinema, televisão e teatro, incluindo musicais famosos. Conhecer suas obras originais oferece uma apreciação mais profunda dessas adaptações e do seu legado cultural.
  7. Desafio Intelectual: A leitura de Hugo pode ser desafiadora devido à sua complexidade temática e densidade literária. Isso pode ser gratificante para leitores que buscam se desafiar e expandir seus horizontes literários.


Em resumo, ler Victor Hugo é não apenas uma jornada por importantes períodos históricos, mas também uma exploração de questões morais e filosóficas profundas, tudo isso mediante uma escrita que é tanto bela quanto poderosa.

Considerações finais

Em conclusão, a vida e a obra de Victor Hugo são testemunhos monumentais do poder da literatura em refletir e moldar a sociedade. Nascido em um período de grandes turbulências políticas e sociais, Hugo não apenas capturou a essência de sua época, mas também transcendia os limites temporais, abordando temas universais de justiça, redenção, amor e resistência humana.


Suas obras, notavelmente "Os Miseráveis" e "O Corcunda de Notre Dame", permanecem como pilares da literatura mundial, oferecendo não apenas uma janela para a alma do século XIX, mas também lições atemporais sobre a condição humana. Hugo foi mais do que um romancista e poeta; ele foi um ativista social, um filósofo moral e um visionário cujo legado continua a inspirar, desafiar e emocionar leitores em todo o mundo.


Ao mergulhar em suas páginas, somos convidados a refletir sobre nossas próprias sociedades, moralidades e a natureza eterna da humanidade. Em última análise, a vida e a obra de Victor Hugo são um lembrete poderoso de que a literatura pode ser uma força para a mudança, iluminando as sombras da injustiça e celebrando o triunfo do espírito humano sobre a adversidade.

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Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


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