Juliano Loureiro • jun. 30, 2021

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A vírgula é um dos sinais gráficos mais importantes da língua portuguesa. Por mais que seu ensino beire a exaustão nos anos escolares, o seu uso é ainda é um dos que mais gera dúvidas em estudantes e, até mesmo, em escritores.


A vírgula requer muita atenção, pois o seu uso é obrigatório para a estruturação de frases - o seu uso incorreto pode acarretar perda ou duplicidade de sentido -, mas também funciona como indicador de entonação de fala.


Há ainda a “licença poética” para a expressão de pensamentos, de emoções e de sentidos, bastante usada por poetas e escritores que se utilizam da vírgula para uma representação mais próxima da oralidade.


E tão importante saber utilizar a vírgula, o quando não se utilizar também é fundamental. Por isso, fiz este conteúdo com dicas rápidas e práticas sobre a vírgula.


Boa leitura!

Quando NÃO se usa a vírgula

Talvez, a regra mais lembrada sobre o uso da vírgula, na verdade, diz respeito a não utilizá-la. Digamos que, por convenção, a estrutura básica de uma frase seja: sujeito + verbo + complementos. Entre esses elementos, não utilizamos vírgulas. 


Para facilitar mais a compreensão, podemos assim determinar:


  1. Não se usa vírgula entre sujeito e predicado: João (sujeito) sempre acordou muito cedo (predicado = tudo que se diz a respeito do sujeito).
  2. Nem entre verbo e complementos: João (sujeito) acordou (verbo) com muita sede (complemento do verbo)


Os exemplos acima são frases curtas, somente para ilustrar as situações. É muito importante se atentar sempre às regras, mesmo em períodos mais extensos, e não usar a vírgula erroneamente como um sinal de pausa.

Quando se usa a vírgula

Agora que você já relembrou as regras de ouro de quando não se deve utilizar a vírgula, peço bastante atenção para o seu uso, principalmente, porque há casos de uso facultativos e obrigatórios.

Com adjuntos adverbiais no final da oração

Peguemos uma frase construída no modelo padrão sujeito + verbo + complementos:


Juliano escreveu um livro.


Como explicado anteriormente, nesse exemplo não cabe o uso da vírgula. Porém, caso eu acrescente um adjunto adverbial no final da oração, o uso da vírgula é optativo:


Juliano escreveu um livro ano passado.

Juliano escreveu um livro, ano passado.


Porém, caso eu acrescente de um adjunto adverbial, é preciso fazer ao menos o uso de uma vírgula:


Juliano escreveu um livro ano passado, durante a pandemia.

Juliano escreveu um livro, ano passado, durante a pandemia.

Juliano escreveu um livro, ano passado durante a pandemia.

Com adjuntos adverbiais deslocados na oração

Os adjuntos adverbiais podem ocupar qualquer lugar em uma oração, a posição ao final não é obrigatória. Ao deslocarmos tais adjuntos, a vírgula deve ser utilizada:


Ano passado, Juliano escreveu um livro.

Juliano, ano passado, escreveu um livro.

Para separar oração subordinada adverbial da oração principal

Quando os adjuntos adverbiais se apresentam como orações, temos a mesma situação do primeiro tópico. Caso a oração subordinada adverbial esteja no final da frase, o uso da vírgula é facultativo.


Juliano escreveu um livro quando começou o verão.

Quando começou o verão, Juliano escreveu um livro.

cta-juliano
cta-juliano

Para separar o vocativo

Essa é uma das regras mais básicas do uso da vírgula: sempre separar o termo que chamamos a atenção.


Juliano, poderia autografar o seu livro?

Poderia autografar o seu livro, Juliano?

Poderia, Juliano, autografar o seu livro?

Para separar aposto

Apostos são termos explicativos ao sujeito e estão sempre isolados por vírgulas, independentemente de sua ordem na frase:


O Atlético, único time mineiro na série A, continua na liderança do campeonato.

Único time mineiro na série A, o Atlético continua na liderança do campeonato.

Intercalar termos com mesma função sintática

Quando temos elementos que exercem a mesma função sintática, que não estão unidos por conjunções, fazemos o uso da vírgula:


Juliano achou a referência simples, superficial, inexpressiva, insuficiente.

Antes dos conectivos mas, porém, contudo, pois, logo

Juliano escreveu um livro ano passado, mas deve ser lançado este ano.

Juliano pesquisou muito, logo seu livro estará repleto de referências.

Isolar termos explicativos ou de retificação

Juliano escreveu um conto, ou melhor, um romance policial.

O romance, isto é, o mais completo gênero literário, contempla as mais belas escritas.

Para omitir um verbo já utilizado na frase

Você, com certeza, já ouviu falar da elipse do verbo. É quando você omite um verbo que já apareceu na oração anterior. E o que substitui esse verbo? Isso mesmo, o uso da vírgula.


Juliano escreveu um livro ano passado, esse ano, dois!

Mauricio acorda para o trabalho às 6 horas durante a semana, no fim de semana, às 8h.

Orações adjetivas explicativas

Esse é o momento em que o uso da vírgula mais causa confusão, ou melhor dizendo, a falta dela. Sabe aquelas frases ambíguas, que até você mesmo não sabe o que realmente quis dizer? Provavelmente, foi por conta do uso errado da vírgula.


A oração explicativa deve vir separada por vírgulas:


Os atletas que são esforçados estão sempre no pódio.

Os atletas, que são esforçados, estão sempre no pódio.

Orações deslocadas dentro de outra oração

Ao intercalar um pensamento ou informação, utilizamos de expressões que se destacam da oração e, por isso, devem vir isoladas por vírgula:


O resultado só veio, acredito eu, porque o atleta superou seus limites físicos.


Existem algumas outras situações de uso obrigatório da vírgula que utilizamos de forma quase que instintiva, por exemplo:


  • Separar data e local (em correspondências): Belo Horizonte, 23 de maio de 1992.
  • Enumerar itens de uma lista: Juliano foi ao mercado e comprou feijão, arroz, batata doce, carne de boi e um refrigerante.


Agora que você já relembrou os principais usos (ou não) da vírgula, o que falta para escrever o seu livro? Tenho uma dica tão incrível quanto a vírgula.


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Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

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