Juliano Loureiro • ago. 17, 2022

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Fabrício Carpinejar é um dos escritores contemporâneos mais famosos e importantes da literatura nacional. O seu sucesso foi tão espontâneo que, por vezes, nos perguntamos de onde “surgiu” Carpinejar.


O poeta teve (e mantém) uma forte presença na internet, mesmo antes das redes sociais atingirem a proporção e alcance que têm hoje. V
ersos de Fabrício Carpinejar começaram a pipocar aqui e ali, em sites de textos e poesias (aqueles que a gente recorre para mandar uma mensagem mais bonitinha) e, principalmente, em seus blogs.


Apesar da sutileza ao falar das coisas mundanas e da vida, Carpinejar não pode dizer que a sua própria vida tenha sido fonte inspiradora. Por isso, hoje
contarei um pouco da vida de um poeta realmente fora da curva, a começar pelo seu “sobrenome artístico”.

Uma mini biografia de Fabrício Carpinejar

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O escritor, poeta, cronista, jornalista e apresentador Fabrício Carpinejar nasceu em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, no dia 23 de outubro de 1972. Porém, o Carpinejar é por conta do autor e explico.


Filho de Carlos Nejar e Maria Carpi, ambos poetas, Fabrício adotou e assinou o Carpinejar somente em 1998, logo após o lançamento do seu primeiro livro. 

O bullying e problemas médicos na infância

A infância de Carpinejar não foi nada fácil, não bastassem problemas de saúde, ele ainda teve que lidar com os valentões da escola, em um cenário de bullying tão recorrente à época.


Fabrício nasceu com um pequeno problema nos pés, o chamado “pé chato”. Por causa dessa condição, ele era obrigado a utilizar botas ortopédicas que não ofereciam nenhum conforto, muito pelo contrário.


Além do desconforto do calçado, na escola, os alunos debochavam da aparência de Carpinejar que recebeu apelidos como Cavalinho de pau, Cara de morcego, Placenta e Panqueca.


Essa experiência traumática foi relatada no livro Filhote de Cruz Credo, de 2006.


Não bastasse o bullying na escola, Carpinejar foi diagnosticado, ainda pequeno, com atraso das capacidades cognitivas e motoras, o que acarretava dificuldades para se expressar e aprender.


Para o desespero da família, o conselho médico era afastar Fabrício do ambiente escolar e começar um tratamento com medicação. Porém, sua mãe contrariou os médicos e ajudou seu filho a superar tudo isso.


Maria Carpi não só recusou dar os medicamentos como manteve Carpinejar na escola. Ela mesma o ajudou a melhorar a sua dicção e ainda criou jogos e brincadeiras para ajudar o filho a melhorar.


Um último detalhe sobre a vida familiar: em 1981, os pais de Fabrício se separaram e ele foi criado pela mãe.

A carreira como escritor

Após contar tudo isso, sobre como foi a infância e a dificuldade de aprendizagem, superada com a ajuda da mãe, parece até mentira que estamos falando de um autor de mais de 40 livros e vencedor de mais de 20 prêmios!


Fabrício Carpinejar e família mudaram-se para Porto Alegre, cidade onde o escritor cursou a faculdade de jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Foi na universidade que Fabrício publicou seu primeiro poema, na revista da Faculdade de Comunicação.


O seu primeiro livro foi
As Solas do Sol, em 1998. E se existia alguma dúvida de que o escritor teria futuro, a obra foi finalista do Prêmio Açorianos de Literatura 1999, da Secretaria Municipal de Porto Alegre (RS), categoria poesia, e recebeu o Prêmio Nacional Fernando Pessoa, da União Brasileira de Escritores (RJ), na categoria Revelação e Estreia, em 2000.


Carpinejar começou mesmo com o pé direito, porque ainda no ano de 2000, ele lançou
Um Terno de Pássaros ao Sul, e adivinha o que aconteceu. 


O livro recebeu o
Prêmio Destaque Literário – Júri Oficial como melhor livro de poesia da 46ª Feira do Livro de Porto Alegre, em 2000. Em 2001, recebeu novamente o Prêmio Açorianos de Literatura, agora na categoria Poesia.


O terceiro livro de Carpinejar também angariou algumas premiações.
Terceira Sede, de 2001, conquistou o Prêmio Açorianos de Literatura 2001 e o Prêmio Nacional Cecília Meireles 2001, da União Brasileira de Escritores, como o Melhor Livro de Poesia de 2001.

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Entre publicações e premiações, Fabrício Carpinejar tornou-se mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no ano de 2002.


Mesmo os estudos não impediram que o escritor continuasse a publicar e ser premiado, inclusive, essa é uma constante na vida do autor: livro publicado, livro premiado.


Biografia de Uma Árvore, de 2002, foi condecorado com o Prêmio de Melhor Livro de Poesias do ano de 2002 da Associação Gaúcha de Escritores, e Prêmio Nacional Olavo Bilac 2003, da Academia Brasileira de Letras


Com tantos prêmios, fica difícil acreditar que, somente em 2003, com a antologia Caixa de sapatos, a sua notoriedade tenha sido ampliada a um nível nacional.


Independente do reconhecimento do grande público, Carpinejar seguiu com a média de publicações e premiações:


  • em 2006, recebeu o Prêmio Érico Veríssimo, Pelo Conjunto da Obra, da Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre;
  • 2009: recebeu o Prêmio Jabuti, na Categoria de Contos e Crônicas, com Canalha (2008); 
  • recebeu o Prêmio Açorianos de Literatura 2010, na Categoria Crônicas, com o livro Mulher Perdigueira;
  • Menção Honrosa no Prêmio Alceu Amoroso Lima – Poesia e Liberdade (2012).


E se você ainda acha pouco, em meio a tantos livros e prêmios, Carpinejar ainda arrumou tempo para se tornar coordenador do Curso de Formação de Escritores e Agentes Literários da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, colunista no jornal Zero Hora (RS), apresentador do programa “A Máquina”, na TV Gazeta, em São Paulo, colaborador do jornal O Estado de São Paulo e das revistas Vida Simples e Caras. 


Em 2018, atuou como diretor, dramaturgo e ator na peça De pai para filho, com seu pai Carlos Nejar. E para finalizar, ainda arrumou tempo para participar do programa Encontro, na TV Globo.

Livros de Fabrício Carpinejar

  • 1998 - As solas do sol;
  • 2000 - Um terno de pássaros ao sul;
  • 2001 - Terceira sede;
  • 2002 - Biografia de uma árvore;
  • 2003 - Caixa de sapatos (antologia);
  • 2004 - Porto Alegre e o dia em que a cidade fugiu de casa;
  • 2005 - Como no céu/Livro de visitas;
  • 2006 - O Amor Esquece de Começar;
  • 2006 - Filhote de Cruz Credo;
  • 2006 - Meu filho, minha filha;
  • 2008 - Diário de um apaixonado - Sintomas de um bem incurável;
  • 2008 - Canalha! (crônicas);
  • 2009 - www.twitter.com/carpinejar;
  • 2010 - Mulher perdigueira;
  • 2010 - O menino grisalho;
  • 2011 - Borralheiro - Minha viagem pela casa;
  • 2011 - A menina superdotada;
  • 2012 - Beleza Interior - Uma viagem poética pelo Rio Grande do Sul;
  • 2012 - Ai meu Deus, Ai meu Jesus: Crônicas de amor e sexo;
  • 2012 - Bem-vindo - Histórias com as cidades de nomes mais bonitos e misteriosos do Brasil;
  • 2013 - Espero alguém;
  • 2014 - Me ajude a chorar;
  • 2014 - Curinga;
  • 2015 - Para onde vai o amor?;
  • 2015 - Todas as mulheres;
  • 2016 - Amor à Moda Antiga;
  • 2016 - Felicidade Incurável;
  • 2017 - Amizade é também amor;
  • 2017 - Liberdade na vida é ter um amor para se prender;
  • 2018 - Cuide Dos Pais Antes Que Seja Tarde;
  • 2019 - Minha Esposa Tem a Senha do Meu Celular;
  • 2019 - Família é Tudo;
  • 2020 - Colo, por favor! — Reflexões em tempos de isolamento.

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Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


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