Juliano Loureiro • fev. 27, 2021

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Livros censurados. O que você imagina de uma obra literária quando ela é proibida de circular, de ser vendida? Qual o tipo de conteúdo pode ser tão ofensivo, repugnante a ponto de ser vetado de circular? O que torna uma arte indigna de apreciação?


A censura é um tema sempre polêmico e, por diversas vezes, as razões para a tentativa ou instauração da mesma são bem hipócritas. Digo isso porque inúmeras vezes a censura é arma de um determinado grupo que sentiu seus valores, princípios atingidos e desejam impor a sua vontade.


É muito complicado julgarmos os valores do outro, por isso, o parágrafo acima não é uma crítica específica a nenhum caso, mas uma referência às diversas situações. E os livros não escapam dessa polêmica.


Inúmeros livros já foram, são e serão censurados por outros inúmeros motivos. E, hoje, até em caráter de curiosidade, trouxe um apanhado de livros bem conhecidos pelo grande público e que foram censurados, em algum momento e em algum lugar.


Você vai ver o quão curiosa é essa lista! Boa leitura!

Livros censurados e seus motivos

Motivos para censurar um livro existem aos montes. Se são plausíveis é uma outra história. Em muitos casos, a alegação é de uma obra ir contra os costumes de uma religião majoritária em determinado país, escrita com muitos termos pejorativos e linguagem chula etc. Houve épocas em que as obras eram censuradas por motivos puramente políticos.


Bem, como não cabe a mim fazer os julgamentos, vou listar as obras e os motivos - quando houverem.

1984 (George Orwell)

Ser um dos principais nomes da ficção científica tem seu preço. Por diversas vezes, o mais caro é ser incompreendido.


Veja se você consegue entender:
1984 foi censurado nos Estados Unidos sob a alegação de ser uma propaganda, um incentivo ao comunismo. Porém, em meio à Guerra Fria, foi banido da União Soviética de Stálin, por criticar governos totalitários.

Fahrenheit 451 (Ray Bradbury)

É até cômico - além de trágico - um livro que trata da queima de livros ser censurado. A obra de Ray Bradbury foi censurada em alguns países por motivos, digamos assim, bem distante da temática do livro.


Alguns governos resolveram barrar
Fahrenheit 451 sob a acusação de que o livro incentivava o uso de drogas e a violência. 


Ah! Sobre a queima de livros relatada na história, Ray chegou a afirmar em entrevistas que isso não era um simbolismo à censura, mas sim como os meios de comunicação em massa - TV - estavam destruindo o hábito da leitura.

Feliz Ano Novo (José Rubem Fonseca)

O governo militar brasileiro foi um dos grandes censuradores e, aqui entram as justificativas que a gente pode resumir em “acredite se quiser”.


Feliz Ano Novo foi publicado em 1975 e, um ano depois, já estava sendo recolhido pelo Departamento de Polícia Federal sob a alegação de ser uma ameaça à moral e aos bons costumes da família brasileira.

O Crime do Padre Amaro (Eça de Queirós)

O ano era 1875, em Portugal. Eça resolve criar um frisson nas salas de aula de Portugal. O Crime do Padre Amaro conta a história de um padre que se apaixona. Bem, pode não parecer muito, mas foi o suficiente para colocar toda a Igreja Católica Portuguesa ensandecida.


A obra de Eça foi banida das salas de aulas portuguesas.

Lolita (Vladimir Nabokov)

“O livro mais sujo que já li”, assim classificou o editor John Gordon, do Sunday Times, em 1955. Bem, a história, como muitos conhecem, é sobre um professor de meia idade que se apaixona por uma garotinha - sua enteada - de 12 anos.


Países como Brasil, França, Inglaterra, Nova Zelândia e Argentina não só proibiram o livro como o retiraram de todas as prateleiras.

Cem Anos de Solidão (Gabriel García Márquez)

Um dos livros mais lidos no mundo inteiro, considerado uma das mais importantes obras da literatura latino-americana, também teve seus percalços com a censura. Inclusive no seu país de origem.


Rússia, Irã e Kuwait censuraram Cem Anos por conter “cenas com apelo sexual demasiado”. A obra de García Márquez chegou a ser censurada na Colômbia, mas após o autor vencer o Prêmio Nobel de Literatura, em 1982, o veto foi derrubado.

Harry Potter (J. K. Rowling)

O que um bruxinho tão simpático e gente boa pode ter feito de errado para sofrer com a censura? Bem, aí cada um sabe de si e julga conforme seus valores, mas até instituições conservadoras do Brasil e Estado Unidos protestaram contra a obra de Rowling.


O porquê dessas instituições reclamarem não faz tanto sentido quanto à reclamação dos Emirados Árabes, que
acusavam a série de incentivar a bruxaria. Aí, você já viu como é tensa a divergência religiosa, não é mesmo? Mas eu me pergunto se realmente, algum conservador do e no Brasil tem razão em criticar a obra por “incentivo à bruxaria”.

As vantagens de ser invisível (Stephen Chbosky)

Já que entramos no debate da intolerância em forma de censura, nos Estados Unidos foram capazes de censurar a obra de Chbosky só porque o livro fala abertamente sobre homossexualidade e drogas.

Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll)

Mais uma justificativa um tanto quanto estranha vem da China.


A obra de Lewis Carrol foi banida do país só porque na obra
os animais possuem as mesmas qualidades dos homens e estão em um mesmo nível hierárquico. Que coisa, não? Essa é uma das justificativas mais aleatórias, na minha opinião. Obviamente, sustenta-se pelos costumes chineses.

Cinquenta Tons de Cinza (E. L. James)

Parece que o erotismo e a sexualidade não têm muitos adeptos na literatura, porque toda obra que abusa um pouco mais acaba aumentando essa lista.


Foram muitos países, inclusive cidades no Brasil, que censuraram a série de E.L. James alegando um
erotismo exacerbado e indo contra a moral e os costumes.

O Diário de Anne Frank (Anne Frank)

O Diário não chegou a ser banido dos Estados Unidos, mas constantemente, em alguns estados mais conservadores, as escolas recebem pedidos para que a obra não seja aceita em sala de aula.


As alegações dos pais vão desde
os horrores da Guerra narrados na obra, como também a preocupação com trechos que falam abertamente ou referem-se à sexualidade e homossexualidade. Muitas dessas escolas acabam acatando o pedido dos pais e censurando o livro.


Como você pode ver, motivos para censurar livros não faltam. Faz sentido? Aí já é outra história, por isso, vamos aproveitar a nossa liberdade literária e curtir quantos livros pudermos, da melhor maneira, no nosso ritmo, o importante é estar sempre em contato com a leitura.


Antes de encerrar, já que falei de tantas obras, quero lhe fazer um convite mais que especial. Quero que você conheça o meu livro - e que ele nunca faça parte desta lista!-.


Em
Lucas: a Esperança do Último, apenas 2% da população mundial sobreviveu à Grande Extinção. Estamos em 2042 e Lucas acredita que somente ele e seu gato Félix sobreviveram. Mas algo acontece e ele passa a acreditar que ainda pode encontrar a sua família, para isso, terá de sair em uma jornada de vida ou morte.


Quer saber mais sobre essa história?
Baixe, agora, os capítulos iniciais e conheça Lucas!

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

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