5 livros Young Adult com a realidade distópica

1 - Battle Royale, de Koushun Takami

Vou começar por uma distopia young adult que vai exigir muito estômago do leitor. Se você gosta de histórias violentas, com detalhes minuciosos, essa é a indicação perfeita. Para você ter ideia, Battle Royale foi excluído do Japan Grand Prix Horror Novel, um concurso de literatura de terror. O motivo? A obra de Koushun Takami foi considerada muito violenta.

O ano era 1997, dois anos depois o livro foi publicado, obviamente, cercado de polêmicas e dando o que falar. E qual o resultado para um livro quando ele é amplamente comentado - pelo bem ou pelo mal? Um boom de vendas! Só no Japão, foram vendidas mais de 1 milhão de cópias.

E aí você se pergunta o que tem de tão violento nessa história? Em Battle Royale, jovens japoneses, ao chegarem ao nono ano escolar, são levados à uma ilha e recebem um kit sobrevivência que inclui água, mapas e algumas armas. Isso mesmo. Os alunos são levados à ilha, mas apenas um único sobrevivente sairá. Os jovens são submetidos a uma verdadeira guerra pela sobrevivência.

A violência está nos relatos das batalhas e punições, como cabeças explodidas em caso de tentativa de fuga do jogo. E como toda boa distopia, um governo autoritário está por trás dessa barbárie e ainda é televisionada para todo o país.

Koushun traz uma narrativa tão impactante que é bem provável causar repulsas em certos momentos da história, por isso, como disse, é preciso estômago forte para chegar ao final da leitura.

Battle Royale fez um sucesso tão estrondoso que ganhou adaptações cinematográficas e até animes. Quentin Tarantino afirmou que o filme inspirado no livro foi o melhor que ele viu desde que começou a sua carreira como cineasta. Há, inclusive, boatos de que Kill Bill tenha sido inspirado em Battle Royale. Dá para se ter uma noção então da violência gráfica da obra, não é mesmo?

Esse cenário de jovens presos em uma ilha, lutando um contra o outro pela sobrevivência, sob o domínio de um governo autoritário, não lhe é familiar? Não te lembra um grande blockbuster de 2012, 2013 e 2014?

Battle Royale é um fenômeno de vendas e isso não lhe impediu de cair em uma polêmica envolvendo plágio. E é exatamente a plagiadora - ou não - a próxima obra a ser apresentada!

2 - Jogos Vorazes, de Suzanne Collins

Jovens, uma ilha, luta pela sobrevivência, todo mundo contra todo mundo sob os olhos de um governo autoritário. A premissa das obras Battle Royale e Jogos Vorazes pode ser a mesma, mas para por aí - segundo leitores e fãs das obras. 

O principal ponto de diferenciação entre os livros é a construção e a apresentação dos mais de 40 personagens presentes na obra de Takami. Além disso, o autor japonês faz questão de narrar os detalhes mais sórdidos das batalhas. De qualquer forma, não estou aqui para fazer juízo e julgar se há plágio ou não. 

Suzanne Collins afirmou, à época dos boatos, que foi ter conhecimento de Battle Royale quando o seu Jogos Vorazes estava pronto para publicação. Takami não deu muita ideia para os boatos, segundo o autor, cada livro é uma oportunidade ímpar de conhecimento para o leitor. Bem, se há plágio ou não, só há uma forma de descobrir: lendo as duas obras!

Em Jogos Vorazes, os jovens escolhidos para lutar não são os estudantes, mas sim os moradores das regiões pobres de Panem, um país em um futuro pós-apocalíptico. A Capital, a parte nobre e comandante de Panem, assiste às batalhas, chamadas de Jogos Vorazes, pela televisão.

No primeiro livro da série, somos apresentados à Katniss, uma jovem que, para proteger a sua irmã mais nova, se voluntaria para a batalha, no lugar da caçula. O medo é real, pois as batalhas só se encerram, realmente, com a morte do oponente. Outro ponto interessante é que para mostrar o seu domínio, a Capital deu início aos Jogos, após exterminar inteiramente um distrito.

Jogos Vorazes é uma série distópica young adult composta pelas obras: 

1. Jogos Vorazes (2010);
2. Jogos Vorazes: Em Chamas (2011);
3. Jogos Vorazes: A Esperança (2012);
4. A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes.

3 - O Teste, de Joelle Charbonneau

O cenário de O Teste é o mesmo das distopias, um mundo pós catástrofe, com faltas de recursos básicos de sobrevivência e, como de costume, uma pequena parcela da população detém o poder.

Porém, Joelle traz um outro ponto de questionamento, muito além do mais forte vencer o mais fraco em uma batalha mortal. Em O Teste o que está em xeque é a formação de líderes da sociedade. 

Os jovens, após se formarem no ensino médio, não têm acesso à faculdade ou ensino superior. Apenas os escolhidos pela Comunidade das Nações Unificadas terão a oportunidade de continuarem os estudos e tornarem-se líderes de uma nação em reconstrução.

Neste livro YA distópico, a personagem Cia tem uma frustração a não ser selecionada para fazer O Teste, logo após a sua formatura. Porém, em uma reviravolta, ela passa a ser uma das candidatas, o que leva à suspeita de seu pai, que já participou do processo.

O que Cia não sabia era que o tal Teste era um experimento que avaliava os candidatos em condições mais extremas e delicadas, levando a protagonista a questionar que tipo de líderes seriam formados pelo programa e em quem ela poderia confiar a partir daí.

O Teste é o primeiro livro de uma trilogia composta ainda pelas obras Estudos Independentes e A Formatura.

4 - Delírio, de Lauren Oliver

Imagine que o amor é uma doença e que, para tal enfermidade, já exista um remédio!

Em Delírio, todos os jovens, ao completarem 18 anos, são curados do amor e, ao entrarem no ensino superior, o Governo é quem escolhe seus parceiros para o resto da vida. O Governo é tão autoritário que até mesmo a hora de dormir por ele é controlado.

Lena Haloway é a personagem principal dessa trama e, como todo jovem, já está aguardando o momento de ser curada e poder ter a sua própria vida, ao lado do marido escolhido pelo Governo. 

Mas, dias antes de receber a cura, Lena apaixonou-se. E aí fica o questionamento: vale seguir o que se sente ou obedecer aquilo que sempre lhe foi imposto como verdade única?

Delírio é o primeiro livro de uma série distópica, seguido por:  Pandemonium e Réquiem.

5 - O Ceifador, de Neal Shusterman

Um livro young adult com distopia, mas com o mundo sem mazelas? Sim, isso é possível e, mesmo assim, a morte está presente e o suspense também. Afinal, o primeiro mandamento do ceifador é “matarás!”.

Em O Ceifador, temos um mundo sem doenças, sem desigualdades sociais e sem governos autoritários, ao menos, em uma leitura desatenta, esse detalhe pode passar despercebido. Neal Shusterman nos apresenta uma Terra perfeita para se viver, tão perfeita que o problema passa ser o aumento populacional, afinal, não há guerras, não há doenças. Não haveria a morte, se não fosse por um grupo de pessoas: os ceifadores.

O ceifador é responsável pela “colheita”, ou seja, pela morte das pessoas. E, nessa história, conhecemos Citra e Rowan, dois aprendizes de ceifador. Porém, nenhum dos dois deseja desempenhar tal função e eles precisam salvar suas vidas durante o treinamento.

Aqui temos mais uma trilogia, composta por O Ceifador, A Nuvem e O Timbre.

Nesse post, eu trouxe cinco distopias young adult, o que não é quase nada dentro desse vasto universo literário. Mas eu já citei outras obras YA distópicas, como A Rainha Vermelha e Feios. Você pode conferir, no post: 8 distopias que você provavelmente não conhece.

E já que a conversa, de hoje, foi sobre distopias em um universo young adult, quero deixar um convite muito especial, para você conhecer a minha obra!

Lucas: a esperança do último é um romance distópico que estou produzindo através de um projeto de financiamento coletivo. Para que você conheça um pouco sobre a história de um futuro sombrio, onde apenas 2% da população está viva, disponibilizei os três primeiros capítulos para leitura!

Baixe, agora os primeiros capítulos e conheça Lucas!