Juliano Loureiro • dez. 01, 2020

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A cultura africana é imensamente rica, contribuiu e contribui muito para a cultura mundial. Um dos maiores exemplos é a expressão artística afrofuturismo. Para celebrar o tema, falaremos hoje no blog sobre Octavia E. Butler, condecorada como rainha do movimento. Você já ouviu falar sobre ela?


É fato que o
racismo e o machismo estão enraizados na sociedade mundial. Uma das formas de combater esses dois males é discutindo e conhecendo as suas pautas, principalmente de quem possui lugar de fala. Dessa forma, não reproduzimos alguns comportamentos tóxicos e ultrapassados.


Se você quer
sair um pouco da sua bolha habitual e se degustar ainda mais com a literatura africana, convido você a saber mais sobre o movimento afrofuturismo e também sobre a escritora e ativista Octavia E. Butler.


Vamos lá?

Antes de tudo, o que é o movimento afrofuturismo?

Antes mesmo de demonstrar as principais obras de Butler, que tal saber o que é o movimento afrofuturismo?


O afrofuturismo é um movimento cultural, social e político, cuja produção promove o encontro entre ficção científica, tecnologia, realismo fantástico, ancestralidade, mitologia e diáspora africana negra. 


Essas
narrativas da ficção especulativa permitem imaginar novos futuros para a população negra, reelaborar o passado — que historicamente é de desconexão com o continente africano e suas narrativas, perdidas no tempo e nas correntes da escravidão — ou fabular o presente.


Um dos grandes exemplos recentes de arte visual que usou bastante o afrofuturismo é o filme
“Pantera Negra”, que utiliza da ficção científica, realismo e outros aspectos para apresentar o mundo de Wakanda.

Quem é e qual a história de Octavia E. Butler?

Butler é uma escritora afro-americana extremamente consagrada por conter uma literatura antirracista e também feminista. Seu nascimento ocorreu na cidade de Pasadena, na Califórnia, lá em 1947.


Octavia Butler decidiu tornar-se escritora aos doze anos ao assistir ao filme Devil Girl from Mars e convencendo-se de que poderia escrever uma história melhor. A sua primeira história comercializada foi "Child Finder", escrita durante a década de 1970.


Sua ascensão começou a acontecer a partir da década de 1980, quando seu conto "Speech Sounds" ganhou o prêmio Hugo de Melhor Conto e "Bloodchild" ganhou os prêmios Hugo, Locus e o prêmio Science Fiction Chronicle Reader de melhor Novelette.


Durante a sua trajetória,
mais de 20 obras foram publicadas, incluindo romances, séries e coletâneas de contos. Dentre todos, destaca-se o livro “Kindred” lançado em 1979, seu livro mais vendido.


Butler faleceu em 2006, aos 58 anos. No entanto,
o seu legado será eterno. Um dos grandes exemplos é a bolsa de estudos “Octavia Butler", criada para incentivar estudantes negros inscritos nas oficinas de escrita onde a autora foi aluna e, mais tarde, professora.

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Quais são as suas principais obras?

Abaixo, reuni as 4 principais obras de Butler. Não deixe de incluí-las na sua lista de leituras. Confira:

1 - A Parábola do Semeador

Quando uma crise ambiental e econômica leva ao caos social, nem mesmo os bairros murados estão seguros. Em uma noite de fogo e morte, Lauren Olamina, a jovem filha de um pastor, perde tudo e se aventura por um Estados Unidos dominado pela violência e pelo terror. 


Mas o que começa como uma fuga pela sobrevivência acaba levando a algo muito maior: uma surpreendente visão do destino humano e ao nascimento de uma nova fé. Com sua narrativa distópica, interligada a elementos de ficção científica, adentramos num mundo caótico, sem lei, sem autoridade, destruído e devastado por mãos humanas.

2 - Kindred: Laços de Sangue

Em seu vigésimo sexto aniversário, Dana e seu marido estão de mudança para um novo apartamento. Em meio a pilhas de livros e caixas abertas, ela começa a se sentir tonta e cai de joelhos, nauseada. Então, o mundo se despedaça.


Dana repentinamente se encontra à beira de uma floresta, próxima a um rio. Uma criança está se afogando e ela corre para salvá-la. Mas, assim que arrasta o menino para fora da água, vê-se diante do cano de uma antiga espingarda. Em um piscar de olhos, ela voltou a seu novo apartamento, completamente encharcada


Quanto mais tempo passa no século XIX, numa Maryland pré-Guerra Civil – um lugar perigoso para uma mulher negra –, mais consciente Dana fica de que sua vida pode acabar antes mesmo de ter começado.

3 - A Parábola dos Talentos

Lauren Olamina está casada e acaba de ter uma filha em Bolota, a comunidade que construiu com outras pessoas que haviam perdido tudo. Nos últimos cinco anos sua religião Semente da Terra cresceu e se desenvolveu com a comunidade. 


O país, porém, começa a passar por uma preocupante mudança. O candidato à presidência Andrew Steele Jarret está ganhando popularidade com a promessa de “tornar a América grande novamente” em um retorno aos valores tradicionais e cristãos. 


Para seus fanáticos seguidores, isso exige o fim da tolerância religiosa e de qualquer equidade racial ou de gênero – e estão dispostos a impor sua doutrina com violência. A segurança da pequena comunidade e da família nascente de Olamina nunca foi garantida. “Deus é mudança”, mas eles sobreviverão a mais uma?

4 - Ritos de Passagem

Nessa sequência de Despertar, Lilith Iyapo deu à luz ao que parece um menino saudável de nome Akin. Porém, Akin tem, na verdade, cinco pais: um homem e uma mulher, um Oankali macho e uma fêmea, e um Ooloi. 


Os Oankali e os Ooloi são parte de uma raça alienígena que resgatou a humanidade de uma devastadora guerra nuclear. Mas o preço a ser pago a eles é alto, uma vez que os alienígenas são obrigados a unir seu material genético com o de outras raças, alterando drasticamente ambos no processo.


Nesse planeta Terra em reabilitação, essa “nova” raça está emergindo através da mistura de humano/Oankali/Ooloi, mas há também humanos “puros” que escolhem resistir aos alienígenas e a salvação que oferecem.


Gostou de conhecer um pouco mais sobre Octavia E. Butler e também sobre o afrofuturismo? Então, quero apresentar o meu romance autoral “Lucas”.
Clique aqui e descubra mais sobre a narrativa e como ajudar na publicação! ;)

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

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