Juliano Loureiro • jun. 20, 2021

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Ao escrever o meu livro, obviamente, me preocupei muito com o desenrolar da história, construção dos personagens, clímax e sua conclusão. A história bem amarrada, era hora de publicar, e aí veio aquela dúvida sobre as outras partes compõem um livro, principalmente aquela que antecede tudo: o prefácio.


Após muito estudar, finalmente publiquei o meu livro, mas senti ser preciso compartilhar todo o aprendizado que tive para compor a minha obra literária. Por essas e outras, publiquei, aqui no blog, alguns conteúdos sobre a composição de um livro. 


É sério, na hora de publicar o seu livro, você verá como são importantes essas
partes, que por vezes são negligenciadas pelos leitores, mas que enriquecem e muito a sua obra. Então, se quer proporcionar uma experiência completa, um bom prefácio é fundamental.


E é sobre isso que falarei neste texto, preparado(a)? Boa leitura!

O que é o prefácio?

A palavra prefácio vem do latim: prae (antes) fatio (ditos). Literalmente, aquilo que é dito antes de uma história. Se você prestou atenção no que leu até agora, perceberá que a introdução deste texto é um mini prefácio.


Como antecessor da história do seu livro, o prefácio é um texto que serve para contextualizar o leitor sobre o que seguirá, é como se fosse a sua justificativa para a criação da história. 


Você pode, também, contar um pouco da sua experiência ao escrever o livro, assim como iniciei falando, neste texto, que senti a necessidade de escrever o post, após publicar o meu livro e querer compartilhar alguns aprendizados.

Quem deve escrever o prefácio?

Muita gente acredita que o autor deve ser o responsável pela escrita do prefácio, afinal, ninguém melhor que o próprio para contextualizar e justificar a obra. E não está errado esse pensamento, faz todo o sentido. Porém, não existe uma regra única sobre isso.


Quando o próprio autor se propõe a escrever o prefácio, esperamos que, no mínimo, o texto fale um pouco sobre o escritor ou sobre os motivos que o motivaram a escrever o livro. Escrever o próprio prefácio é uma excelente oportunidade de criar uma conexão imediata com o leitor.


O prefácio escrito por terceiros é uma opção e não é tão difícil de encontrarmos exemplos. Escritores mais novos, principalmente, optam por buscar autores próximos, com uma bagagem e reconhecimento maior para redigir o prefácio. Tal escolha ajuda na credibilidade da obra.


Caso opte em convidar, então, alguém para escrever o seu prefácio, tenha preferência por alguém que tenha uma certa relevância para o seu público, isso será um ótimo atrativo para os leitores.


Agora que você já sabe o que é o prefácio e quem deve escrevê-lo, vamos às suas funções.

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Funções do prefácio

Ao conceituar o prefácio, acredito que tenha ficado bem claro qual a sua importância e o papel desempenhado na construção do seu livro. Mas, para que você não deixe passar nenhum detalhe, aprofundarei um pouco mais as explicações.


Um bom prefácio deve:


  1. Apresentar o autor: principalmente, em caso de novos escritores. E aqui fica a sugestão de pedir um terceiro para ser o autor do seu prefácio. Um escritor com mais bagagem pode chancelar a sua obra e, ainda, abrir as portas do mercado literário para você. Pode ser também o momento de falar sobre as inspirações do autor, não só para tal obra, mas como para a carreira como toda.
  2. Introduzir a obra: o prefácio deve trazer o porquê da obra, ele será a vitrine da sua história. Se a “parte de fora” do texto for atrativa, o leitor, com certeza, irá entrar e comprar a sua história.
  3. Contextualizar a escrita: independente do estilo ou gênero literário, o prefácio pode trazer já as prerrogativas nas quais a sua história se baseia, isso elimina possíveis dúvidas e questionamentos do leitor sobre suas escolhas narrativas.
  4. Provocar: o prefácio não deve ser uma análise crítica da obra, em momento nenhum. Mas pode se valer de seu posicionamento ante a história para apontar alguns elementos fundamentais da narrativa, a fim de deixar o leitor ansioso para entender como tais elementos se conectam na história e prepará-lo para criar suas análises.

Como escrever um prefácio

Agora que você já sabe o que é o prefácio, é hora de colocar a mão na massa. Lembrando que você pode escrever o seu próprio prefácio ou, ainda, escrever o prefácio para o livro de alguém.

1. Lembre-se que o prefácio é uma introdução

Antes de seguirmos, gostaria de lembrá-los que tudo o que foi falado até aqui, são orientações sobre o prefácio e seus conceitos. Pode parecer que é muita coisa para se ter em um texto introdutório do livro, mas a verdade é que o prefácio não é nem obrigatório. 


Então, não ache que você tem que munir seu leitor com milhares de informações, bastam aquelas que fazem realmente sentido para o livro como todo.

2. Contextualize a obra

Uma das funções básicas do prefácio é contextualizar a obra que virá nas páginas seguintes. Então, faça do prefácio um texto introdutório, que não deixe dúvidas do que os leitores encontrarão a seguir.


Não há como falar o que exatamente deve vir nessa contextualização, dependerá do tipo do seu livro. Um romance de ficção, por exemplo, pode ter um prefácio explicando como o autor conseguiu dados para a história ou algum recado do próprio escritor para seus leitores, contando como foi escrever o livro.

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3. Desperte a curiosidade de leitor

Você pode ganhar o leitor já nas primeiras páginas e linhas do seu prefácio. Uma dica é ‘cutucar’ o leitor, exigindo que ele reflita sobre a sua história e se proponha a levar para a vida, os ensinamentos de sua obra.


Mostre a ele alguns elementos que surgirão ao longo da leitura, mas sem entregar completamente o significado para a história e deixe que ele faça a sua leitura crítica.

4. Compartilhe suas inspirações

No caso de escrever o seu próprio prefácio, que tal compartilhar com os leitores, tudo aquilo que lhe inspirou? A probabilidade de vocês curtirem e desfrutarem do mesmo universo inspiracional é grande e fará com que o leitor crie uma conexão inconsciente com você.


Claro que essas inspirações não precisam ser outros livros, podem ser até mesmo fatos marcantes em sua vida. Compartilhar alguns momentos individuais, como fonte de inspiração para a publicação de um livro, faz com que os leitores enxerguem o escritor como uma “pessoa comum”, humana, próxima da realidade de qualquer um.

Existe diferença entre prefácio e prólogo?

Caso você já esteja na finalização da publicação de seu livro, com certeza deve ter lido em algum lugar sobre prólogo. E nesse ponto reside uma dúvida comum: qual a diferença entre prólogo e prefácio.


O que posso já adiantar é que de comum eles têm apenas o fato de anteceder a história, no livro. Enquanto o prefácio se apresenta como uma justificativa, o porquê da publicação do livro, o prólogo já faz parte da narrativa da história.


Para esclarecer de vez essa dúvida, o ideal é que você leia o post: Prólogo: saiba o que é e como usar no seu livro e releia este para efeito comparativo.


Agora que você já compreendeu o que é prefácio, suas funções e como escrevê-lo, fica mais fácil montar o seu livro, não é mesmo? Não deixe dúvidas para trás, escreva nos comentários se algo ainda não ficou claro ou, até mesmo, compartilhe suas dicas para um bom prefácio.


E, antes que você vá embora, para você que está produzindo ou ponderando começar a escrever um livro, não o faça sem ler o e-book: Quero escrever um livro. E agora?. Nele, eu dou dicas de escritas e todo o processo em torno disso e como funciona o mercado editorial.


Clique aqui e baixe agora: Quero escrever um livro. E agora?

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

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