Juliano Loureiro • jan. 03, 2021

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Há vários anos, quando ainda comprava DVD's para assistir minhas sérias favoritas, adquiri o box com a primeira - e única - temporada de Flashforward. A série oferece tudo aquilo que eu gosto: ficção científica, investigação policial e suspense. É uma das minhas favoritas até hoje.


E foi somente ano passado, 2020, que descobri que a série televisiva fora inspirada no livro de Sawyer, publicado pela primeira vez em 1999. Como já pretendia rever a série, entendi que este seria o melhor momento para ler a obra. Leia agora a minha resenha. Saiba o que gostei, o que não gostei e as diferenças entre a série e o livro.


Boa leitura!

Sobre o autor Robert J. Sawyer

O autor canadense tem 60 anos  e é especialista na literatura de ficção científica. Teve 21 romances publicados, nos quais ganhou o Prêmio Nebula, o Hugo Award, e o John W. Campbell Memorial Award. O livro FlashForward, inspirou a série homônima produzida pela ABC, na qual trabalhou como consultor.

Sinopse de Flashforward

E se você pudesse visitar o futuro, o que mudaria?


Em Flashforward, físicos que conduzem uma experiência de alta energia, acidentalmente, provocam uma mudança global. Num instante, todos da Terra são levados 21 anos à frente do tempo, experimentando minutos do provir.


Enquanto todo mundo está, literalmente, fora de suas mentes, os corpos ficam imóveis, o que acarreta acidentes de carro, quedas de avião, destruição. Acordando em meio ao caos, lentamente as pessoas percebem que, durante flashforward - como passa a ser chamado o evento -, tiveram um lampejo do futuro.


A gama de visões é espantosa. Há aqueles que estavam dormindo e, por isso, tiveram sonhos psicodélicos. Já outros não viram nada... Estariam mortos? Mas todos se deparam com uma realidade perturbadora: evidências de sonhos abandonado (ou realizados) 21 anos depois.


De imediato, os físicos se esforçam para ajudar o mundo a decidir se o futuro é mutável - e se fale à pena repetir essa experiência. Mas o que um evento como esse poderia significar para a humanidade?

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Como se desenvolve a narrativa

21 de abril de 2009. O dia que tudo mudou. Liderados por Lloyd Simcoe, um grupo de cientistas da CERN - Organização Europeias de Pesquisas Nucleares, trabalham em diversos experimentos no Grande Colisor de Hádrons (LHC). Tudo normal. Pessoas trabalhando e experimentos sendo realizados.


Lloyd era diretor do grupo colaborativo formado por mais de mil cientistas que utilizava o detector ALICE ("A Large Ion Collider Experiment", ou "O Experimento do Grande Colisor de Íons"). Junto com Theo, figura importante na metade para o final do livro, haviam passado dois anos projetando o colisor de particular atual.


Eles buscavam recriar níveis de energia que não existiam desde um nanossegundo após o Big Bang, quando a temperatura do universo atingira 10.000.000.000.000.000 ºC. No processo, esperavam detectar o Santo Graal da física de alta energia, o há tempos procurado bóson de Higgs, a partícula cujas interações dotavam de massa as outras partículas. Tanto Lloyd quanto Theo esperavam que com o sucesso do experimento eles ganhariam o Prêmio Nobel da Física.


E o dia de realizar o experimento havia chegado. 17h do horário local, Suíça. Mas o teste falhou e por 2 minutos e 17 segundos todos os humanos da Terra foram "desligados".  As pessoas simplesmente perderam a consciência. Claro, o caos fora instaurado.


E assim começa o livro. Promissor, sufocante e que deixa curioso.


Quando todos acordam, muitos questionamentos surgem, principalmente em relação ao sonho que todos tiveram. Em pouco tempo descobre-se que os sonhos eram, na verdade, visões de um futuro 21 anos à frente. Theo não sonhara com nada. E logo clonclui que sim, estava morto. Neste ponto do livro, há uma divisão. Enquanto Lloyd busca uma relação científica entre o experimento e o "apagão", Theo tenta encontrar pessoas que tivessem sonhado com a notícia da sua morte.


O CERN, na figura de Lloyd, assume que o flashforward ocorreu por conta do experimento. Com todas as atenções voltadas para a Organização, Lloyd busca viabilidade para replicar um segundo experimento, que ratificaria dúvidas e daria a oportunidade das pessoas saborearem novamente o futuro. Theo consegue diversas pistas sobre a sua morte e isto o deixar desestabilizado psicologicamente.


O segundo experimento é marcado mas fora um fracasso. Em partes. Em relação ao bóson de Higgs, sucesso. Mas não ocorre outro flashforward. Acusado de fraude, somente para alcançar o sucesso pessoal, Lloyd fica em maus lençóis. Neste ponto, a narrativa é arrastada, chata. Muita explicação científica e pouco avanço na história.


Os 21 anos se passam e para muitas pessoas o futuro foi exatamente o mesmo do sonho de 2009, inclusive para Lloyd, agora aposentado. Theo não havia chegado ao nome do seu assassino, mas tinha plena certeza que o seu futuro poderia ser diferente. Agora ele liderava os experimentos no CERN e preparava um terceiro experimento. Descobriu-se que para ter um novo flashforward, diversas combinações cósmicas deveriam ocorrer. E o horário do terceiro experimento seria exatamente no momento para o qual as mentes foram transportadas em 2009.


Para não estragar a sua experiência com a parte final do livro, não falarei se houve ou não sucesso. nesta terceira tentativa. Mas digo que o final foi surpreende mas, ao mesmo tempo,  morno.


Por fim, as semelhanças entre roteiro e narrativa entre livro e da série são mínimas. Na série, por exemplo, as pessoas tem visões de apenas 6 meses no futuro, contra os 21 anos do livro. As adaptações foram bem vindas e tornou a narrativa da série mais interessante.

Características do livro

O livro é publicado no Brasil pela editora Galera, que faz parte do Grupo Editorial Record, desde 2014 e está em primeira edição. Possui 382 páginas amareladas encadernadas em capa brochura.

Flashforward vale à pena?

Eu fiquei impressionado com o nível de detalhamento que o autor emprega ao falar de ciências e física. Páginas e mais páginas explicando fenômenos, fórmulas, teorias e tudo aquilo que rodeia vida de um cientista. E isso é, em sua maioria, um fator negativo. O autor se posicionar como autoridade no assunto é importante, mas à partir do momento que boa parte do livro é dedicada a essas explicações, ele acaba dividindo opiniões e afastando àqueles leitores que buscam uma leitura mais leve.


O início do livro é ótimo, o meio é morno e o fim é bom. Portanto, recomendo o livro aos que gostam dessa temática aliada, claro, à temática de ficção científica. Por diversos momentos o livro é monótono e arrastado.


Minha nota final: 6,5/10.


E, você? Já leu ou tomou interesse em ler Flashfoward? Me diz nos comentários e até o próximo blogpost.

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


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