Você com certeza (como todo bom brasileiro) já ouviu falar em
Vinícius de Moraes. O escritor e compositor é um dos cartões portais do nosso país, tanto para nós, quanto para os estrangeiros. E não é para menos: o seu legado e música estão imortalizados.
Quer um exemplo bem claro? A clássica canção
“Garota de Ipanema” foi escrita por ele, em conjunto com o também consagrado Antônio Carlos Jobim. A música é descrita como
o maior hit brasileiro de todos os tempos, ganhando versões internacionais interpretadas por Frank Sinatra e Amy Winehouse.
Nascido na
cidade maravilhosa no dia 19 de outubro de 1913, Marcus Vinicius Melo Morais formou-se em direito pela Faculdade Nacional do Rio de Janeiro, mas as suas palavras enquanto artista fizeram com que o seu nome fosse além do esperado.
Quer conhecer mais sobre Vinícius de Moraes e também os seus principais poemas? Neste artigo, levo você a uma verdadeira viagem com o intuito de aprofundar ainda mais na vida do poeta. Vamos lá?
O início da vida adulta
Vinícius de Moraes, como citado, tem formação em Direito, mas nunca chegou, de fato, a exercer advocacia. Foi durante os anos na academia que publicou o seu primeiro livro de poemas,
“O Caminho Para a Distância”, no ano de 1938.
Esse livro, inclusive, marcou a sua primeira fase como escritor. Todos os seus poemas eram carregados de misticismo e profundamente cristã. No breve texto de abertura, o poeta diz:
"Este livro é o meu primeiro livro. Desnecessário dizer aqui o que ele significa para mim como coisa minha [...]. São cerca de quarenta poemas intimamente ligados num só movimento, vivendo e pulsando juntos, isolando-se no ritmo e prolongando-se na continuidade, sem que nada possa contar em separado. Há um todo comum indivisível".
Logo após, Vinícius de Moraes se aventurou
como jornalista, integrando o time da BBC Londrina. Durante esse período publicou “Forma e Exegese” (1935) e “Ariana, a Mulher” (1936).
Já em 1943
decidiu ser Diplomata brasileiro, vivendo um tempo em Los Angeles, onde assumiu o posto de vice-cônsul em Los Angeles. Serviu sucessivamente em Paris, a partir de 1953, em Montevidéu a partir de 1959 e novamente em Paris, em 1963.
Em 1964 (ano em que a Ditadura Militar teve início no Brasil) decidiu voltar e ficar por aqui. Seguindo para o ano de 1968, foi aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional Número Cinco.
A música na vida de Vinícius de Moraes
No ano de 1956, o poetinha (como era popularmente conhecido na época) publicou a peça teatral
Orfeu da Conceição, levada ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A peça continha músicas de Vinicius e de Tom Jobim.
Nesse mesmo ano, a peça foi levada para o cinema pelo francês Marcel Camus. O filme, intitulado Orfeu Negro, alcançou sucesso internacional, recebendo a Palma de Ouro, em Cannes e o Oscar de Melhor Filme estrangeiro, em Hollywood, no ano de 1959.
Quando retornou ao Brasil em 1964,
Vinicius de Moraes dedicou-se à poesia e à música popular brasileira. Fez parcerias musicais com Toquinho, Tom Jobim, Baden Powell, João Gilberto, Francis Hime, Edu Lobo, Carlos Lyra e Chico Buarque.
Entre suas parcerias destacam-se as músicas: “Garota de Ipanema”, escrita em 1962 e musicada por Antônio Carlos Jobim, e no ano seguinte foi lançada a versão em inglês.
A música fez tanto sucesso mundo afora que a sua versão em inglês,
“The Girl from Ipanema” ficou em 5º lugar na parada oficial dos Estados Unidos, a Billboard. Um recorde para uma música brasileira, até hoje.
Outros clássicos compostos em parceria com Jobim são: “Gente Humilde”, “Arrastão”, “A Rosa de Hiroshima”, “Berimbau”, “A Tonga da Mironga do Kabuletê”, “Canto de Ossanha”, “Insensatez”, “Eu Sei Que Vou Te Amar” e “Chega de Saudade”.
A parceria com o músico Toquinho foi considerada a mais produtiva. Rendeu músicas importantes como “Aquarela”, “A Casa”, “As Cores de Abril”, “Testamento”, “Maria Vai com as Outras'', “Morena Flor”, “A Rosa Desfolhada”, “Para Viver Um Grande Amor e Regra Três”.
Vinicius participou de vários shows e gravações com cantores e compositores importantes como Chico Buarque de Holanda, Elis Regina, Dorival Caymmi, Maria Creuza, Miúcha e Maria Bethânia.
As fases da obra do poeta e escritor
Como citado anteriormente, as primeiras obras de Vinícius de Moraes foram marcadas pelas suas crenças e religiões. Dessa forma, podemos dizer que a sua trajetória foi marcada por duas fases:
- a primeira fase marcada pelo misticismo e profundamente cristã, começa em "O Caminho para a Distância" (1933) e, termina com o poema, “Ariana, a Mulher” (1936);
- a segunda fase, iniciada com “Cinco Elegias” (1943), assinala
a explosão de uma poesia mais viril. “Nela estão nitidamente marcados os movimentos de aproximação do mundo material, com a difícil, mas consistente repulsa ao idealismo dos primeiros anos”.
Vinícius é dito como um dos precursores da
Segunda Fase do Modernismo no Brasil, que representa o segundo momento do movimento modernista no Brasil que se estende de 1930 a 1945. Chamada de “Geração de 30”, essa fase foi marcada pela consolidação dos ideais modernistas, apresentados na Semana de 1922.
As obras de Vinícius de Moraes
Confira abaixo as obras oficiais publicadas por Vinícius de Moraes:
Poesia:
- O Caminho Para a Distância (1933);
- Forma e Exegese (1935);
- Ariana, a Mulher (1936);
- Novos Poemas (1938);
- Cinco Elegias (1943);
- Poemas, Sonetos e Baladas (1946);
- Pátria Minha (1949);
- Antología Poética (1955);
- Livro de Sonetos (1956);
- O Mergulhador (1965);
- A Arca de Noé (1970).
Teatro:
- Orfeu da Conceição (1954);
- Cordélia e o Peregrino (1965);
- Pobre Menina Rica (1962).
Prosa:
- O Amor dos Homens (1960);
- Para Viver Um Grande Amor (1962);
- Para Uma Menina Com Uma Flor (1966).
Vinícius de Moraes morreu em 9 de julho de 1980, no Rio de Janeiro. Mas não podemos negar que
a sua obra viverá para sempre, seja pela música ou pela poesia. Gostou de conferir o conteúdo? Então aproveite a visita e
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