Juliano Loureiro • dez. 15, 2020

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Ele foi membro da Sociedade Interplanetária Britânica, em 1945 apresentou os princípios da comunicação por satélite, os quais são utilizados hoje em dia, tem uma sonda espacial batizada em referência à sua principal obra, tem um asteróide batizado com seu nome e, não o bastante, uma espécie de dinossauro também foi batizada com seu nome.


Arthur C. Clarke já tem credenciais demais para justificar o posto de referência quando falamos de ficção científica. E não são somente os livros de Arthur C. Clarke que o credenciam enquanto porta-voz da ciência. Por isso, hoje, ao falar de Clarke, teremos que dar uma fugidinha da literatura e perceber a sua influência em nosso mundo.


Prepare-se, então, para conhecer um pouco mais sobre a vida de um escritor que marcou o seu nome na ciência.

Biografia de Arthur C. Clarke

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Arthur Charles Clarke nasceu no dia 16 de dezembro de 1917, em Minehead, Reino Unido. Sobre a sua infância e carreira acadêmica, há poucos dados em português, como encontramos dos mais diversos autores. Mas, tudo bem, isso não será empecilho para você compreender a importância de Arthur C. Clarke.


Um dado muito interessante sobre Arthur C. Clarke e que talvez o difere da maioria dos grandes escritores é que
Clarke não teve acesso à educação universitária. Mas isso acabou tornando-se um mero detalhe.


O pequeno Arthur demonstrou, na sua infância, um enorme interesse em astronomia, sendo capaz de desenhar um mapa da lua, usando apenas um telescópio caseiro. Não se surpreenda com a possibilidade do telescópio ter sido criado pelo próprio Clarke, porque é sabido que o escritor era também um inventor autodidata.


E foi na Segunda Guerra Mundial que Arthur C. Clarke deu um impulso na sua vida e na carreira científica e literária. Realmente, é impossível desassociar os dois campos - literatura e ciências - na vida de Clarke. 


Durante a Guerra, Arthur C. Clarke se alistou e serviu na Royal Air Force (RAF), a Força Aérea Real Britânica. Antes que você pense que o escritor partiu para luta armada, não é bem isso. Digamos que Clarke esteve mais na parte estratégica. Foi na RAF que ele pode colocar sua mente para trabalhar com radares, sendo um dos responsáveis por guiar as aeronaves e no desenvolvimento de um sistema de defesa por radar.

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O início da carreira literária

Só mesmo um autor com uma mente tão brilhante, como Arthur C. Clarke, conseguiria em meio à Guerra dar início a uma carreira literária. E de magnitude tão esplêndida que se tornaria referência nos mais diversos campos da sociedade.


Ainda no meio do caos militar, mais precisamente em 1945, Arthur C. Clarke apresentou os princípios da comunicação por satélite utilizados nos sistemas atuais, foi o responsável pelo conceito de
satélite geoestacionário. Como reconhecimento, a órbita geoestacionária também é conhecida como órbita Clarke.


Durante a Guerra, sabe-se lá como, Arthur C. Clarke ainda teve tempo para começar a publicar suas primeiras histórias e contos com uma temática espacial, da conquista do Espaço pelos homens. Teria Clarke, já vislumbrado a “corrida espacial”?


Com suas publicações de histórias e artigos, Arthur ganhou notoriedade e isso permitiu que ele conseguisse ingressar no King’s College e fazer uma pós-graduação em Astronomia.

2001: uma Odisseia no Espaço

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Durante seus estudos, em 1948, escreveu o conto The Sentinel - que viria a ser publicado em 1951. E, para a surpresa de muitos, é essa história que vai inspirar Stanley Kubrick a produzir a maior obra prima de ficção científica do cinema: 2001: uma odisséia no espaço.


É isso mesmo que você leu!
A obra de Kubrick não foi inspirada em um livro de Arthur C. Clarke. Além do conto The Sentinel, um outro conto serviu de inspiração para o diretor: Encounter in the Dawn.


Essa história é uma das poucas em que o filme inspira o livro, principalmente quando tratamos de duas obras primas, referências em suas categorias artísticas. Arthur C. Clarke auxiliava Kubrick na produção do filme e, paralelamente, construía a história para o seu livro, que nada mais é do que uma ampliação do roteiro cinematográfico.


Na trama de
2001, um objeto estranho chega à Terra, ainda nos primórdios da humanidade. Mesmo sem uma capacidade cognitiva para descobrir o que era tal objeto, os homens moldam seu comportamento em torno de tal adereço e assim evoluem. Milhões de anos se passam e, na Lua, é descoberto um monolito soterrado.


A sociedade acha por bem enviar à Lua uma equipe de astronautas e uma Inteligência Artificial, HAL 9000. Porém, algumas falhas colocam a expedição em risco e a interação homem e máquina e também nos leva a pensar se somos, realmente, seres desenvolvidos e, apontados, como os mais inteligentes.

Uma curiosidade sobre a obra:
2001 não é filha única. Ela é a primeira publicação de uma quadrilogia: 


  1. 2001: uma odisseia no espaço (1968);
  2. 2010: uma odisseia no espaço 2 (1982);
  3. 2061: uma odisseia no espaço 3 (1987) e;
  4. 3001: odisseia final (1997).

Outras obras e curiosidades de Arthur C. Clark

A carreira de Arthur C. Clarke está longe de se resumir apenas na série Odisseia no espaço. Existem centenas de publicações que não cabem aqui, porque são textos realmente de caráter científico. Mas tais publicações, com certeza, fazem diferença no nosso dia a dia.


No início de seu trabalho, grande parte da comunidade científica recebia de forma cética os estudos de Clarke. Foi assim com os satélites geoestacionários e, hoje, temos TVs, telefones e internet. 


Em 1964, Clarke já cravava que seria possível uma cirurgia em humanos, com médicos e pacientes em lugares distintos. Em 2001, cirurgiões de Nova York operaram um paciente que estava a 6 mil km de distância, na cidade francesa de Estrasburgo.


Arthur C. Clarke também afirmou que em um futuro teríamos os seres mais inteligentes da Terra, não os humanos ou animais, mas sim as máquinas. Se veremos isso, eu não sei, mas é fato que estamos cercados de serviços que funcionam só com Inteligência Artificial. Vou torcer para que não ocorra uma revolta das máquinas!


Curiosidade literária: Arthur C. Clarke chegou a publicar algumas obras sob dois pseudônimos: Charles Willis e EG O’Brien. E, quando tornava-se um ícone da literatura ficcional, resolveu mudar-se para o Sri Lanka onde pode dedicar-se a uma nova paixão, a exploração submarina.


Alguns dos principais livros de Arthur C. Clarke foram publicados no Brasil, pela
editora Aleph:


  • 2001: uma odisséia no Espaço;
  • O fim da infância;
  • Encontro com Rama;
  • Poeira lunar;
  • As fontes do Paraíso


Suas obras foram agraciadas com as premiações máximas da literatura mundial: o
Prêmio Hugo de Melhor Romance e o Prêmio Nebula de Melhor Romance:


  • Poeira Lunar, em 1963, recebeu o Prêmio Hugo;
  • Em 1974, Encontro com Rama ganhou o Hugo e Nebula;
  • No ano de 1980, foi a vez de As fontes do Paraíso levar os dois prêmios;
  • No ano de 1983, 2010 - Uma Odisseia no Espaço V2. ganhou o Prêmio Hugo;
  • O Fim da Infância ganhou o Prêmio Hugo, referente ao ano de 1954.


Arthur C. Clarke foi diagnosticado, em 1980, com uma doença degenerativa no sistema nervoso, mas isso não o impediu de lançar uma biografia:
Amazing Days: uma autobiografia de ficção científica, de 1989.


Mesmo com a doença, Arthur C. Clarke viveu até 2008, quando faleceu por insuficiência cardíaca.


Após essa história de ciência e literatura, pergunto a você: qual obra de Clarke te chama mais atenção? Você sabia que
2001 é baseado no filme e não o contrário, como a maioria das adaptações? Conta pra gente aí nos comentários.


Agora, já que falamos sobre futuros imaginários, tenho um convite bacana para sua leitura.


Lucas: a esperança do último é um romance distópico que estou produzindo através de um projeto de financiamento coletivo. Para que você conheça um pouco sobre a história de um futuro sombrio, onde apenas 2% da população está viva, disponibilizei os três primeiros capítulos para leitura!


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Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


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