Juliano Loureiro • fev. 23, 2021

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Rei Leão, Dumbo, Aladdin e, agora, Pinóquio. Parece que a moda do live action veio para ficar. E é claro que a literatura também sai ganhando com essas novas adaptações cinematográficas, afinal, é a chance de atrair um novo público para as origens de alguns filmes. A gente sabe que muitas obras saem de contos, histórias ou livros, então, a literatura também agradece ao live action.


Citei algumas das obras mais recentes, mas o live action não é nenhuma novidade no cinema, o que estamos vendo agora é uma onda de adaptações de grandes sucessos de bilheteria do passado, como foi Rei Leão, e histórias clássicas infantis, como Aladdin e agora, o bonequinho mais famoso de todo mundo:
Pinóquio.


E você deve estar se perguntando o
porquê da escolha de Pinóquio para um post exclusivo. Dois motivos principais: o primeiro é porque a história é baseada em um clássico literário italiano. Na verdade, a origem da história é na Itália, mas Pinóquio é universal, não é mesmo? E o segundo motivo é porque não foi apenas uma adaptação em live action que a obra ganhou, mas 2 filmes. E com possibilidade dos dois estrearem em 2021, no Brasil.


A primeira adaptação estreou em janeiro, a segunda ainda não tem data definida. Enquanto aguardamos, que tal conhecer um pouco da história do boneco mais peralta da literatura?

As Aventuras de Pinóquio

Pinóquio entra naquele hall das histórias que conhecemos por inteira e não lembramos muito bem de quando e como a conhecemos. Algumas histórias permeiam o universo infantil de maneira tão intrínseca que a gente nem se dá conta se lemos os livros ou assistimos aos inúmeros desenhos, filmes e/ou animações.


Pois bem, então, cabe a mim fazer uma apresentação formal - digamos assim - da obra. Primeiro, saiba que a
história original é um romance italiano Le avventure di Pinocchio. Storia di un burattino, de Carlo Collodi. No bom português, foi traduzido como As Aventuras de Pinóquio.


E quando
As Aventuras de Pinóquio foi publicado? Aí vem a primeira curiosidade: Carlo Collodi não publicou imediatamente um livro. Entre os anos de 1881 e 1883, essas aventuras foram publicadas em séries, em um jornal infantil italiano, o Giornale per i Bambini. Somente em 1883, a obra tornou-se um único livro, com ilustrações de Enrico Mazzanti.

As diversas adaptações de Pinóquio

Desde 1883, Pinóquio ganha suas releituras, sejam as inúmeras traduções, adaptações cinematográficas e até mesmo referências em filmes e jogos. E é claro que sempre há aquele diretor que quer dar o seu pitaco e deixar sua marca na adaptação. Com isso, a história muda um pouco, não chega a ser totalmente distorcida, mas quem gosta de originalidade ganha pretexto para reclamações.


E por falar em adaptações não tão fiéis ao original,
você sabia que a versão mais conhecida mundialmente é uma das que mais alterou o “roteiro original” de Collodi? Isso mesmo, a versão de Walt Disney não é tudo isso que a gente pensava. Se você, como eu, acreditava, até hoje, que o Pinóquio dos estúdios Disney era “o original”, precisa ler esse tópico com algumas das principais adaptações.


Obviamente, são dezenas delas, separei algumas que você encontra facilmente por aí. Quer saber quantos Pinóquios existem por aí e quantas histórias eles contam, confira:

Pinóquio, de 1940 (Walt Disney)

pinoquio-disney

Dificilmente, alguém supera a popularidade da Disney. Mesmo quando a obra em questão não é de autoria da empresa de Mickey, bater de frente com suas produções é pedir para “perder de lavada”, usando um jargão do futebol. Fato é que a Disney entra em nossas vidas, na infância e praticamente molda boa parte do nosso imaginário. E não foi diferente com a história do boneco de madeira de Gepeto.


Pinóquio também se tornou um dos maiores sucessos da Disney, considerada uma obra-prima do cinema de animação. Ganhou, inclusive, dois Oscar: o de Melhor Trilha Sonora e de Melhor Canção, com When You Wish Upon a Star.


Mas,
também é conhecida como a versão menos fiel ao texto de Collodi. A Disney nunca foi de fazer críticas sociais explícitas em suas obras, por isso, alguns personagens essenciais à obra original foram, simplesmente, cortados da adaptação. Isso porque eles eram responsáveis pelo tom sufocante da obra e representavam a pobreza e angústia de algumas classes italianas à época. A Disney quis deixar tudo mais colorido e deixando as lições somente para as ações e comportamento de Pinóquio.

Pinocchio, de 1976 (TBS)

É claro que um clássico como Pinóquio não iria se contentar apenas com adaptações para o cinema. Em 1976, a história foi parar na televisão americana, em formato teatral. Essa versão produzida para a TBS chegou até mesmo ser exibida no Brasil e teve até lançamento em VHS!


O mais legal dessa adaptação é que o filme era quase um musical, interpretado pela atriz e cantora Sandy Duncan. Isso mesmo, a intérprete de Pinóquio, nessa versão dirigida por Ron Field e Sid Smith, era uma mulher. A adaptação foi premiada com dois Emmys, um “Oscar da TV americana”.

As Aventuras de Pinocchio, de 1996 (New Line Cinema)

A adaptação dos anos 90 foi feita em por estúdios de 5 países: EUA, Inglaterra, França, República Checa e Alemanha. Chegou ao Brasil, no Natal de 96, uma boa época para um lançamento desses, não é mesmo?


Mas não foi o que aconteceu. Mesmo com uma data propícia a abarrotar as salas de cinema com uma história clássica infanto juvenil, o filme passou despercebido pelo grande público. Na verdade, o filme foi um fracasso de crítica e bilheteria. Artisticamente, ele era bem “estranho”, misturando atores reais com marionetes. Mas, se servir de consolo, ao menos ele não foi tão criticado quanto à próxima adaptação.

Pinóquio, de 2002 (Miramax)

Essa adaptação está aqui, apenas para você saber que ela existe, porque se depender dos críticos e bilheteria, melhor nem passar perto, é uma adaptação que fracassou por completo. E olha que no elenco tinha Roberto Benigni - ganhador do Oscar de Melhor Ator, por A Vida é Bela.


Mas, a presença de Benigni é um dos fatores determinantes do fracasso. O filme peca em diversas partes, é super exagerado e, o pior: Roberto Benigni é o próprio Pinóquio. Algo totalmente sem sentido, que mais parece uma escolha feita por vaidade, já que o próprio ator é também o diretor dessa adaptação mal sucedida.


Apesar do fracasso, Benigni não desistiu de Pinóquio.

As mais novas versões de Pinóquio

Os anos de 2020 e 2021 estão favoráveis ao boneco e sua turma. Nesse intervalo, Pinóquio ganhará duas novas versões. Aliás, uma já foi para as telonas e a outra está em produção e, novamente, pelas mãos da Disney. Porém o estúdio do Mickey ainda não deu uma data de lançamento. Então, vamos falar do que já foi feito e do que sabemos.

Pinóquio, de 2020 (de Matteo Garrone)

Será que uma obra italiana, ao ser adaptada para o cinema por um outro italiano, será mais fidedigna ao original? Bem, foi com essa premissa que Matteo Garrone levou o seu Pinóquio aos cinemas em 2020 - no Brasil, a estreia foi em janeiro de 2021.


Matteo Garrone é um diretor que gosta de mostrar as sujeiras da sociedade italiana, sem pudor. Por isso, ao anunciar a sua adaptação do clássico de Collodi, ele prometeu uma versão, digamos, sombria. Isso já é perceptível na ambientação da Toscana, como um local bem miserável, à mercê da fome e da exclusão social.


Chama a atenção também o pouco uso de efeitos especiais. Ao assistir o filme, repare na atuação de Federico Lelapi, o Pinóquio, que com apenas o uso de próteses deu vida ao protagonista. Essa atuação mais física, dá uma sensação maior de realidade, é como se Pinóquio fosse realmente humano.


Garrone manteve a história mais próxima à original e trouxe, de volta, Roberto Benigni ao mundo de Pinóquio, mas dessa vez como Gepeto. Acho que, agora, faz mais sentido, né Roberto?

Pinóquio, sem data de lançamento (Disney+)

E a Disney prepara mais uma adaptação de Pinóquio. Dessa vez, em formato de live action, e direto para a sua plataforma de streaming, a Disney+.


Ainda são poucas as informações sobre essa nova versão, o que sabemos até o momento:


  • as gravações vão ter início em março de 2021;
  • a direção está a cargo de Robert Zemeckis com roteiro de Chris Weitz;
  • Tom Hanks será o intérprete de Gepeto;
  • Benjamin Evan Ainsworth será a voz de Pinóquio;
  • Cynthia Erivo será a Fada Azul;
  • Joseph Gordon-Levitt fará a voz original do Grilo Falante;
  • Luke Evans fará o papel de Barker, o Cocheiro;
  • Keegan-Michael Key dará voz a João Honesto e;
  • Lorraine Bracco será Sofia, a Gaivota, nova personagem da história.


E se você acha que acabou,
há ainda em produção uma adaptação em formato de animação da Netflix, com direção de Guillermo Del Toro e vozes de Cate Blanchett, Ewan McGregor e Tilda Swinton. O lançamento está previsto para o fim de 2021.


Antes de encerrar, vou deixar um convite super importante para você. Agora que você já conhece as diversas histórias de Pinóquio, que tal conhecer a minha obra?


Em
Lucas: a Esperança do Último, apenas 2% da população mundial sobreviveu à Grande Extinção. Estamos em 2042 e Lucas acredita que somente ele e seu gato Félix sobreviveram. Mas algo acontece e ele passa a acreditar que ainda pode encontrar a sua família, para isso, terá de sair em uma jornada de vida ou morte.


Quer saber mais sobre essa história?
Baixe, agora, os capítulos iniciais e conheça Lucas!

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


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