Uma letra b azul ao lado de um ponto de exclamação verde

Juliano Loureiro • 31 de outubro de 2022

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Escritores devem ler bastante para melhorarem cada vez mais a sua técnica. Existe até uma frase que diz: antes de se tornar um bom escritor, é preciso de tornar um grande leitor. Acredito nesta frase, pois como toda profissão, o estudo deve ser constante. Escritores não são exceções.


Entretanto, o foco do texto de hoje não é a discussão sobre leitura, mas sim sobre produções audiovisuais. Para ser mais específico, sobre a série da Netflix "Black Summer".


Assisti a primeira temporada da série e anotei bons insights para os escritores de ficção científica, mais especificamente os que adoram uma história pós-apocalíptica. Que tal me acompanhar neste texto e ver quais os ensinamentos que tive com esta série? Boa leitura!

Sobre o que é "Black Summer"?

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Antes de falar sobre o que achei da série, importante ambientar você sobre o que ela se trata. Portanto, segue a sinopse:


Seis semanas após o início de um apocalipse zumbi, Rose (Jaime King) é separada de sua filha, Anna, e resolve embarca em uma jornada angustiante até encontrar sua filha. Viajando na companhia de um pequeno grupo de refugiados na América do Norte, ela deve enfrentar um novo mundo hostil e tomar decisões brutais durante o verão mais mortal do apocalipse zumbi.

Ensinamentos de "Black Summer" para os escritores

Agora, sim, falarei sobre o que achei de interessante desta série para os escritores de ficção científica pós-apocalíptica.

Foco nos personagens

A desconfiança e as constantes traições são recorrentes na série. Um fato esperado, tendo em vista que o apocalipse é uma novidade para toda a população, fazendo com que todos não saibam qual a melhor decisão tomar.


O susto, espanto, ações equivocadas, desespero, medo, aflição e demais sentimentos elevamos ao extremo são percebidos nas expressões em todos os personagens.


Este ponto da construção da história foi o que mais me chamou a atenção. Esta surpresa e medo de enfrentamento do mundo novo eu não percebi em Fear The Walking Dead, por exemplo, série que conta os primeiros momento do apocalipse naquele mundo.

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A morte é certeira

A todo momento pequenos grupos são formados e desfeitos. Apegar a um personagem pode ser um risco, pois certamente ele irá morrer em breve. Esta foi a sensação passada no decorrer dos episódios. E este é um ponto onde a ficção se torna próximo do real.


Pessoas comuns, sem a mínima instrução militar, utilizando armas de alto calibre. Algo comum em filmes e séries, correto?! Em "Black Summer" também temos isso, mas com um toque a mais de naturalidade. Em diversas cenas, vimos pessoas matando outras por simplesmente não terem a mira apurada ou o pleno domínio do armamento.

Tensão, suspense e silêncio

Dos oito episódios da primeira temporada, metade desses são lentos e silenciosos. Os episódios 2, 3, 4 e 5 focam na construção de grupo, ganho de confiança, conflitos internos e reconhecimento de uma nova realidade. Por isso, são episódios lentos, e com trilha sonora quase nula, que acaba inserindo o telespectador na cena.


Uma série que começou prometendo entregar bastante ação, agora foca nos dramas pessoais e no suspense. A combinação do silêncio com o desconhecido mundo novo traz um balanço interessante para envolver quem assiste.

Zumbis ruins e mal trabalhados

A produção da série, que acertou nos personagens e nos seus dramas pessoais, errou nos zumbis. Eles são bobos, sem personalidade e não causam medo. Para quem assiste, inclusive, pode tirar boas risadas das performances. Particularmente, não gosto do tipo de zumbi corredor, desesperado.


É o tipo que entrega pouco para a narrativa, quebrando a sequência de suspense e tensão. Neste caso, ponto para The Walking Dead, que com seus zumbis lentos e cadavéricos, consegue controlar o medo da audiência.

Considerações

A série, que flertei durante meses para assistir, me surpreendeu positivamente e me animou para a segunda temporada. Apesar dos zumbis fracos e mal trabalhados, a produção da série foi bem competente ao entregar um certo realismo nas ações e consequências humanas, me fazendo refletir se eu faria, ou não, desta forma uma ação ou outra.

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Um homem com tatuagens senta-se à mesa com lucas remando livros

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 950 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 250 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. CLIQUE AQUI e confira.

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