Charles Bukowski foi considerado um escritor rebelde e audacioso para a sua geração. Com temas sensíveis, que rodeavam a sua vida pessoal e de amigos próximos, foi considerado o último “escritor maldito” da literatura norte-americana.
E o motivo não é para menos. Em um tempo no qual os
best-sellers eram romances, autobiografias ou livros de autoajuda, Bukowski chegava com os seus
livros densos, que abordavam o sexo, drogas, alcoolismo, ressacas, jogatinas e tudo mais.
No entanto, foi exatamente dessa forma que o escritor alemão conseguiu se consagrar e conquistar fãs. Com mais de 45 livros publicados, até hoje consegue impressionar leitores mais novos e liberais.
Quer conhecer um pouco mais da trajetória de Charles Bukowski e também as suas principais obras? Então você está no lugar correto! Continue a leitura para conferir tudo.
Qual a biografia de Charles Bukowski?
Charles Bukowski nasceu em em 16 de agosto de 1920, Andernach, Alemanha. Durante sua jornada, se nacionalizou como americano.
Bukowski viveu a maior parte de sua vida em Los Angeles. Frequentou brevemente o Los Angeles City College e trabalhou em empregos braçais enquanto escrevia contos, o primeiro dos quais foi publicado em meados da década de 1940.
Após um período de 10 anos durante os quais ele abandonou a escrita e viajou pelos Estados Unidos vivendo a vida de um alcoólatra destituído. Logo após, retornou a Los Angeles e começou a publicar poesia em 1955.
Começando com “Flower, Fist and Bestial Wail'' (1959), volumes de sua poesia apareciam quase anualmente em pequenas editoras clandestinas. Em 1963, ano em que publicou “It Catches My Heart in Its Hands'' — uma coleção de poesia sobre alcoólatras, prostitutas, jogadores perdedores e pessoas deprimidas — Bukowski já tinha seguidores leais.
Coleções de poesia posteriores notáveis incluem “Mockingbird Wish Me Luck” (1972), “Love Is a Dog from Hell” (1977), “War All the Time” (1984) e “You Get So Alone At Times That It Just Makes Sense” (1986).
Qual era o estilo de escrita de Bukowski?
Os contos e romances de Bukowski são
impiedosamente realistas e geralmente cômicos.
Frequentemente, as obras observam os pensamentos e ações do alter ego de Bukowski, Henry Chinaski, um trabalhador não qualificado e beberrão, amante da música clássica e apostador a cavalo.
Como citado anteriormente, a sua obra era marcada por temas polêmicos, retratados de forma explícita.
Por isso,
sua literatura é recomendada para os maiores de idade. Era constantemente comparado com outros autores, como Henry Miller, Louis-Ferdinand e Ernest Hemingway.
Quais foram as principais obras publicadas em vida?
Confira a lista especial abaixo:
- Crônica de um amor louco;
- Notas de um velho safado;
- Fabulário Geral do Delírio Cotidiano;
- Delírios Cotidianos;
- A mulher mais linda da cidade;
- O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio;
- Hino da Tormenta;
- Tempo de voo para algum lugar;
- Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém;
- Vida desalmada. Florianópolis;
- O Amor é um Cão dos Diabos;
- Ao Sul de Lugar Nenhum - Histórias da Vida Subterrânea;
- Pedaços de um caderno manchado de vinho;
- Amor é tudo que nós dissemos que não era;
- As Pessoas Parecem Flores Finalmente;
- Cartas na Rua;
- Factotum;
- Mulheres;
- Misto Quente;
- Hollywood.
Qual a importância cultural?
Engana-se quem pensa que Bukowski foi importante apenas para os escritores. Nos dias atuais, muitos artistas da cultura pop elencam o escritor como
um verdadeiro gênio à frente do seu tempo.
Prova disso é a quantidade de citações dos seus poemas em músicas de grandes artistas. Alguns exemplos são:
- Stealing Happy Hours — U2;
- She Looks Like Fun — Arctic Monkeys;
- Mac Miller — Wedding.
Outro exemplo, agora ligado à literatura, é a inspiração utilizada por Mark Manson no seu best-seller “The Subtle Art of Not Giving a Fuck”, que ainda vende muito bem pelo mundo — inclusive no Brasil.
Conclusão
Charles Bukowski parece um dos vários autores que são incompreendidos durante o seu tempo na Terra. Durante os anos de atividade, era chamado de louco, contendo várias de suas artes censuradas ao redor do mundo.
No entanto, cada vez mais a sua obra ganha o destaque merecido. Ao falar sobre como criava a sua escrita, em uma carta escrita em 1963 declarou:
"Alguém em um desses lugares [...] me perguntou: 'O que você faz? Como você escreve, cria?' Não tente, eu disse a eles. Você não tenta. Isso é muito importante: não tente, nem para os Cadillacs, criação ou imortalidade. Você espera, e se nada acontecer, você espera mais um pouco. É como um inseto doido na parede. Você espera que ela chegue até você. Quando ela chegar perto o suficiente, você estende a mão, dá um tapa nela e mata. Ou, se você gostar da aparência, você a transforma em um animal de estimação."
Bukowski faleceu em São Pedro, Califórnia, Estados Unidos, no dia 9 de março de 1994.
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