Juliano Loureiro • dez. 11, 2020

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“Quando você estava começando como escritor, sendo negro, pobre e homossexual, deve ter pensado: ‘Nossa, quão desfavorecido se pode ser?’” Essas foram algumas das palavras explanadas por James Baldwin durante entrevista em um talk show. Em poucas palavras, o autor conseguiu também apresentar o que a sua obra significa.


Nascido em Nova York, exatamente no dia 2 de agosto de 1924, foi um
romancista, ensaísta, dramaturgo, poeta e crítico social estadunidense. As suas maiores críticas são focadas em cima do famoso e ilusório “sonho americano”. Suas obras são consideradas pioneiras sobre sexualidade da população negra.


Em vida, publicou mais de 20 obras. Apesar de estar incluído em diversas minorias, Baldwin conseguiu deixar a sua marca no mundo. Seus livros mais famosos e celebrados são: “Go Tell it on the Mountain” (1953), "Giovanni's Room” (1956) e “Another Country” (1962) - falarei melhor sobre cada uma logo à frente.


Se você ainda não teve a oportunidade de conhecer Balwdin, faço um convite para prosseguir com a leitura e incluir seus livros na sua lista. Vamos lá?

Conhecendo um pouco mais sobre James Baldwin

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Baldwin sabia do peso social que o seu corpo e suas ideologias tinham. Toda essa “rebeldia” é imprimida nas suas obras. Muitas delas, inclusive, abordavam os direitos dos homossexuais antes mesmo da pauta ser considerada nos Estados Unidos do início do século XX.


Um dos pontos fortes do seu legado é o documentário
“Eu Não Sou Negro”, lançado em 1987, trinta anos após a morte de Baldwin. 


Indicado ao Oscar e dirigido por Raoul Peck, o documentário conta com roteiro inspirado em um manuscrito não terminado sobre a vida de Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King,
figuras importantes na luta pelos direitos civis.


No Brasil as suas obras também ressoam. Uma das provas são os exemplares dos principais livros que estão sempre esgotados pela Companhia das Letras, que detém os direitos autorais no Brasil.


Uma das suas frases mais marcantes e que também engloba a crítica sobre o sonho americano diz:

“Este mundo é branco e eles são negros. Os brancos detêm o poder, o que significa que eles são superiores aos negros (intrinsecamente, isto significa: Deus quis assim), e o mundo tem inúmeros jeitos de fazer esta diferença conhecida e sentida e temida”.

As principais obras de James Baldwin

Agora que você sabe um pouco mais sobre a história do autor, que tal conhecer as suas principais e aclamadas obras? Confira:

O quarto de Giovanni (1956)

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Lançado em 1956, o segundo romance de James Baldwin é uma obra-prima da literatura americana. Com pinceladas autobiográficas, o livro trata de uma relação bissexual ao acompanhar David, um jovem americano em Paris à espera de sua namorada, Hella, que por sua vez está na Espanha. 


Enquanto ela pondera se deve ou não se casar com David, ele conhece Giovanni, um garçom italiano por quem se apaixona. “O quarto de Giovanni” explora as agruras de personagens que enfrentam o vazio existencial ao perceber a fragilidade dos laços e as frustrações de seus desejos.

Se o disseres na montanha (1953)

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Romance inaugural da sua obra de ficção, constituiu-se desde logo como marco para muitos outros escritores, ao mesmo tempo que foi conquistando o lugar de clássico da literatura americana


Neste seu primeiro romance, Baldwin dá voz a John Grimes, um rapaz de catorze anos posto perante um dilema num sábado de Março de 1935, no Harlem nova-iorquino. Prestes a fazer catorze anos, na véspera de um sermão na montanha, John está numa encruzilhada que tanto pode ser uma crise como uma epifania. 


John quer para si um destino diferente daquele que a família e a comunidade lhe reservaram: o de seguir os passos do padrasto, ministro da Igreja Pentecostal.

Notas de um filho nativo (1955)

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Publicada originalmente em 1955, esta reunião de ensaios escritos entre as décadas de 1940 e 1950. O que mais impressiona nesses testemunhos ― narrados com inteligência, sensibilidade e estilo extraordinário ― é sua atualidade. 


Ao usar como matéria-prima sua própria experiência para refletir sobre o que representa ser um escritor negro e homossexual nos Estados Unidos, seu país de origem, e em Paris, cidade onde viveu por muitos anos, Baldwin oferece um poderoso e urgente depoimento sobre direitos civis.

Terra estranha (1962)

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Tendo como pano de fundo a agitada cena musical de Nova York dos anos 1950, Terra estranha é um retrato franco sobre bissexualidade e relações inter-raciais, publicado em uma época em que esses assuntos eram tabu.


Este romance de fôlego, publicado em 1962, tem como pano de fundo os clubes de jazz de Greenwich Village, em Nova York, na década de 1950. 


Rufus, um baterista negro em decadência, se envolve com Leona, uma mulher branca nascida no sul dos Estados Unidos. Dessa relação complexa em sua origem, desdobram-se temas caros a James Baldwin, como raça, nacionalismo, identidade, depressão e bissexualidade.

Se a rua Beale falasse (1974)

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Lançado em 1974, o quinto romance de James Baldwin narra os esforços de Tish para provar a inocência de Fonny, seu noivo, preso injustamente. Livro que inspirou o filme homônimo dirigido por Barry Jenkins, vencedor do Oscar por “Moonlight”.


Tish tem dezenove anos quando descobre que está grávida de Fonny, de 22. A história de amor dos dois é interrompida bruscamente quando o rapaz é acusado de ter estuprado uma porto-riquenha, embora não haja nenhuma prova. Convicta da honestidade do noivo, Tish mobiliza sua família e advogados na tentativa de libertá-lo da prisão.


Se a rua Beale falasse é
um romance comovente que tem o Harlem da década de 1970 como pano de fundo. Ao revelar as incertezas do futuro, a trama joga luz sobre o desespero, a tristeza e a esperança trazidos a reboque de uma sentença anunciada em um país onde a discriminação racial está profundamente arraigada no cotidiano.


Gostou de conhecer um pouco mais sobre a vida e história de James Baldwin? Então eu quero apresentar o meu romance autoral “Lucas: a Esperança do Último”.
Clique aqui e descubra mais sobre a narrativa e como ajudar na publicação! ;)

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


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