Juliano Loureiro • mai. 21, 2021

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Um dos estilos literários mais famosos com certeza é o conto! E essa verdade aplica-se tanto para nós, escritores, mas também para os nossos leitores. Porém, defini-lo não é assim tão simples, não é mesmo?


O conto entra naqueles conceitos que a gente “sabe por saber”, aqui em Minas Gerais seria explicado assim: “
um conto é um conto, uai”. Brincadeiras à parte, o conto é um estilo bem comum, a gente está em contato com ele frequentemente e isso faz com que sua explicação dispense ‘formalidade’.


Mas há quem estude literatura e trabalha exclusivamente com isso - o nosso caso - e, ter esse conceito bem definido, é fundamental. Então, sem mais delongas - até porque isso vai contra o ‘estereótipo’ do conto - vamos ao que interessa.

O que é um conto?

O conto é um estilo literário, subgênero do narrativo, com uma narrativa curta e que envolve apenas um único conflito. Apesar de ser uma história menor, o conto tem sempre um início, meio e fim.


Não é difícil imaginar de onde os contos vieram, aliás, determinar o seu local de origem, sim, é difícil, porque o conto nasce da necessidade humana em contar e ouvir histórias.


Quem não gosta de uma boa história, não é mesmo? 


Então, desde os povos bem antigos, antes mesmo dos gregos e romanos também, através das lendas dos povos orientais, das parábolas bíblicas e das histórias medievais, o conto está presente na sociedade antes mesmo das definições que conhecemos hoje. Um dos principais contistas brasileiro é Machado de Assis!

Elementos de um conto

Agora, para entender mais sobre o conto, é preciso conhecer os elementos-chave para que uma narrativa seja encaixada nesse estilo literário. Um conto não é conto se não tiver, fundamentalmente, os elementos: personagens, narrador, tempo, espaço, enredo, conflito.


Vamos conhecer um a um:

Personagens

É bem óbvio que para uma história existir, há a necessidade de um personagem, certo? E não importa se a narrativa é ficcional ou não, é fundamental a existência de seres vivenciando a história.


Quando falo em seres, não necessariamente me refiro a um ser humano, o personagem pode ser um animal, uma planta e até mesmo um objeto humanizado. O personagem é qualquer ser com vida e consciência para vivenciar a narrativa.


É importante frisar que, na maioria, os contos apresentam poucos personagens, devido à narrativa mais curta. Existem contos com vários personagens? Existem, mas mesmo assim, as histórias são breves!

Se não há história sem personagens, para os leitores ela só existe se alguém a contar. Esse é o papel do narrador, ser a voz que conta o que há na narrativa, é o contador de história.


Simples o conceito do narrador, não é mesmo? Mas os seus livros não precisam ter sempre o mesmo estilo de narrador, existem 3 tipos de narradores:


  • Narrador personagem ou em primeira pessoa: quando você opta pelo narrador personagem, automaticamente você opta por um agente da história, ou seja, quem participa dos acontecimentos também conta a história aos leitores. Por isso, o uso da primeira pessoa na conjugação dos verbos é obrigatória, exceto, claro, quando o narrador conta um acontecimento de outro personagem;


  • narrador observador: esse é o modelo mais conhecido de narrador. Ele somente observa e narra os acontecimentos, não tem nenhuma participação no desenrolar dos fatos. Os verbos devem ser flexionados na terceira pessoa do discurso. É importante frisar que um narrador observador não tem nenhum conhecimento sobre o passado ou futuro da história, muito menos da consciência e pensamento dos personagens;



  • narrador onisciente: como o próprio nome diz, esse narrador sabe de tudo sobre a narrativa, desde o que aconteceu até o que acontecerá. Também consegue contar o que se passa na mente dos personagens e seus pensamentos e emoções. Apesar de todo esse conhecimento, o narrador onisciente não é um participante da história.
cta-generos-literarios
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Tempo

O elemento tempo pode ser compreendido de duas maneiras e ambas estão corretas e você vai ver que é possível trazer as duas compreensões para a sua história.


A primeira compreensão pode ser o tempo de duração do conto. Quanto tempo decorreu do início ao fim da sua história? Foi horas, dias, meses ou anos? Geralmente, por serem histórias breves, os contos têm um tempo curto de duração, mas isso não é regra. Sua história pode acontecer durante séculos, desde que a narrativa seja reduzida.


O segundo entendimento de tempo diz respeito à época que a história acontece, em qual período histórico está inserida sua narrativa. Por exemplo, seu conto é do tempo da descoberta do Brasil ou do tempo do atentado de 11 de setembro?

Espaço

Toda história ocorre em algum lugar, certo? Esse tal lugar nada mais é que o espaço! 


Obviamente, você não precisa gastar linhas e linhas da sua história descrevendo o local, primeiro, porque contos são curtos e você precisa ‘ocupar’ suas linhas com informações mais relevantes. Também não há necessidade que o espaço seja descrito fielmente, a sua caracterização pode estar subentendida nas entrelinhas, basta colocar a criatividade para funcionar.


De novo, volto ao fato do conto ser uma história breve: por esse motivo, grande parte dos contos ocorrem em um único espaço.

Enredo

O enredo nada mais é que a sequência de fatos e ações que fazem a história existir. É o enredo que delimita a estrutura do conto: seu início, meio e fim.

O conflito é o gatilho para o desenrolar da trama do seu conto. É uma situação causada por alguma ação inicial ou em uma das ações iniciais e obriga os personagens a se movimentarem para resolver tal conflito.


Lembrando mais uma vez que o conto é um estilo literário breve, normalmente apresenta um único conflito.

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Estrutura do conto

Para dividir tantos elementos numa história é preciso compreender também como o conto é moldado. Apesar de ser uma narrativa curta, tantas vezes repetida aqui no texto, o seu conto deve apresentar algumas estruturas básicas como introdução, desenvolvimento, clímax e desfecho.


Explicarei um pouco melhor cada uma dessas partes:


  • introdução: também conhecida como apresentação, é a parte inicial do seu conto e deve apresentar o contexto e os elementos principais da sua história;


  • desenvolvimento: é nessa etapa que surge o conflito e o(s) personagem(ns) começa(m) a agir;


  • clímax: é o momento em que a tensão toma conta da história e os leitores estão apreensivos, porque o conflito está no auge e os personagens estão prestes a tomar a decisão que mudará todo o destino da narrativa;



  • desfecho ou conclusão: como não poderia diferir, é o momento no qual o leitor é apresentado as consequências finais do clímax, independente do resultado.

Tipos de contos

Mesmo as narrativas mais breves, como são os contos, conseguem levar os nossos leitores aos mais diversos universos. Prova disso são os tipos de contos existentes. Apresentarei os principais:


  • Contos de fada (ou maravilhosos): as famosas histórias iniciadas com o “era uma vez”. Os contos de fada têm sempre elementos mágicos ou sobrenaturais em sua trama. Os personagens - em sua maioria - não existiriam realmente, assim como o espaço e o tempo retratados. Nos contos de fadas, esperamos sempre pelo final feliz e as lições de moral.


  • Conto fantástico: diferente do estilo antecessor, em um conto fantástico os cenários e personagens fazem parte do nosso dia a dia, são pessoas comuns, em ambientes comuns e em tempos que realmente existiram ou existem. O que tem de fantástico nesse tipo de conto são os acontecimentos absurdos que causam estranheza ao leitor e o estimula a ler a história para saber o desfecho.


  • Conto de terror: podemos dizer que o conto de terror é o antagonista do conto de fadas. Envolve o sobrenatural, porém com personagens lendários, como o lobisomem, vampiros, zumbis etc.


Agora que você já tem mais conhecimento sobre um dos estilos literários mais famosos, faltando para você começar a publicar suas histórias?


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Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

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