Juliano Loureiro • set. 24, 2020

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Não há como negar que todos nós adoramos uma boa história, não é mesmo?! Toda aquela apreensão em torno de um personagem principal, o clímax, o desfecho como esperado (ou não). O gênero narrativo é, talvez, o favorito da maioria dos leitores.


Mas o que será que esse gênero tem de diferente? Aliás, você sabe quais são as características do gênero narrativo? E o gênero épico, qual a diferença entre ambos? Se é que existe diferença! 


Tudo que você precisa saber sobre os textos narrativos ou épicos, eu conto para você, agora!


Uma boa leitura para você!

Qual a diferença entre gênero narrativo e gênero épico?

Nada melhor que começar este conteúdo, com uma resposta a esta dúvida tão frequente. Para isso, temos que voltar à Grécia, por volta dos anos 335 a.C. e 323 a.C., quando Aristóteles definiu a literatura com 3 gêneros: o épico (ou narrativo), o dramático e o lírico.


Quando a gente fala em épico, a gente já pensa em grandes feitos, realizações fantásticas feitas pelas mãos de grandes heróis, não é mesmo? Essa era a principal características das histórias épicas, contadas sempre de maneira enfática, tentando imortalizar conquistas de um povo. Essas narrativas, no seu início, eram sempre em forma de versos, os chamados poemas épicos.


E claro, para “florear” essas histórias, os autores abusavam da criação de seres mitológicos, monstros, enfatizam atos ‘heróicos’, colocavam suas histórias em verdadeiros pedestais. Então, o gênero épico nasceu nos pilares dos heróis e suas conquistas.


Porém, com o passar dos tempos, essas histórias foram ficando cada vez maiores e os versos já não comportavam tamanhas narrativas, sendo aos poucos substituídos pela prosa. E claro, a preferência dos leitores também mudou com o tempo, deixando um pouco os poemas épicos de lado e abrindo caminho para essa narrativa em prosa, o que chamamos hoje de romance.


“Ah! Mas então não existe mais o gênero épico?”.


Hoje, se refere ao gênero como narrativo, mais abrangente. Os textos épicos são classificados como subdivisão de gênero narrativo. 

O que é o gênero narrativo?

Agora que você já entendeu a diferença entre narrativo e épico, hora de então saber o que é esse tal gênero narrativo. No tópico anterior, já trouxe alguns insights sobre o que compõe o gênero, mas vamos colocar de forma mais clara.


Não há nem muito o que introduzir sobre o assunto,
basicamente o gênero narrativo é aquele texto que nos conta uma história através de um narrador. E é claro, não há histórias sem personagens. Esses personagens desenvolvem ações, em um determinado tempo e espaço.


Conceitualmente falando, é bem simples a definição do estilo. Porém, é preciso compreender as suas características e estruturas para que você consiga diferenciá-lo dos demais gêneros.


Para um detalhamento mais aprofundado sobre os elementos da narrativa, recomendo a leitura do artigo
Quais são os elementos de uma narrativa? E como usá-los?.

Característica e estruturas do gênero

As características vão te ajudar a identificar se um texto é narrativo ou não. Algumas dessas dicas vão só reforçar o que já falei:


  1. Textos em prosa (grande parte);
  2. História contada por um narrador;
  3. A narrativa é uma sucessão de fatos reais ou imaginários;
  4. Apresenta uma estrutura com introdução, desenvolvimento e conclusão;
  5. Tudo acontece em um determinado tempo e espaço;
  6. O discurso da narrativa pode acontecer de forma direta, indireta ou indireta livre.


Agora, vou aprofundar em alguns dos tópicos, para você compreender a estrutura do gênero.

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Narrador

Se você é um estudante da área de literatura, provavelmente já se deparou com o termo “foco narrativo”, que é a mesma coisa, principalmente para esclarecer os tipos de narradores presentes no gênero narrativo.


  • Narrador personagem: a história é contada na 1ª pessoa. Ou seja, o narrador é um personagem e participa de ações;
  • Narrador observador: neste caso, o narrador não participa das ações. As histórias são narradas na 3ª pessoa, o narrador não conhece todos os personagens, restringindo-se  apenas a narrar as ações de terceiros.
  • Narrador onisciente ou onipresente: neste caso, o narrador conhece todos os personagens e suas histórias. Narração também em 3ª pessoa, com a diferença de que o narrador tem conhecimento dos pensamentos e sensações dos personagens. A narrativa pode vir em 1ª pessoa quando o narrador “invoca” as vozes dos pensamentos.

Estrutura da narrativa

A concepção de uma boa história, obviamente tem um “esqueleto” de sustentação, não basta jogar fatos de maneira aleatória. Um bom texto do gênero literário possui como base uma estrutura composta por:



  • Introdução (ou apresentação): momento no qual o leitor conhece os personagens (ou parte deles), suas tramas, espaço e tempo.
  • Desenvolvimento: a história começa a ser contada e a trama se desenrola através das ações dos personagens.
  • Clímax: algumas pessoas consideram o clímax como parte do desenvolvimento, o que não é de todo errado, mas o clímax é o ponto alto da história, o momento de maior tensão.
  • Desfecho: momento em que a narrativa se caminha para a conclusão dos conflitos. Vale lembrar que, em muitas histórias, os desfechos são quase que intrínsecos ao clímax.

Tempo

Essa peculiaridade do gênero narrativo não se resume apenas ao tempo passado, presente e futuro. Estamos falando de tempos:



  • Cronológico: também chamado de tempo físico, é a medida de tempo que somos habituados: dias, horas, minutos, semanas, meses, anos….
  • Psicológico: este tempo condiz com a consciência de cada personagem. Então, aqui a definição de passado, presente e futuro é bem difusa, quase que sem limites entre eles.

Discurso

São 3 tipos de discursos encontrados nas narrativas:


  • Direto: é quando o personagem fala. Exemplo clássico é o diálogo entre os personagens;
  • Indireto: neste caso, o narrador fala pelos personagens. Você vai reparar que, aqui, a narrativa é na 3ª pessoa.
  • Indireto livre: o discurso indireto livre acontece no momento em que há uma interferência do narrador junto a fala do personagem. É como se acontecesse ao mesmo tempo um discurso direto e um indireto.

Subgêneros narrativos

Como já disse inúmeras vezes, não só neste texto, os gêneros literários abrangem uma gama enorme de estilos. Então, não posso encerrar o texto como se o gênero narrativo fosse um único modelo de texto. 


Dentro dessa padronização de gênero, há possibilidades de se construir inúmeras narrativas, de diferentes formas e estilos. Por exemplo, dentro do gênero narrativo, você encontra:


  • Romance: a narrativa extensa, sempre em prosa, que “substituiu” os poemas épicos para narrar as conquistas dos personagens. Dentro do estilo, além das conquistas, há espaço para críticas sociais e caracterização de época.
  • Novela: é uma narração mais dinâmica que o romance, além de conciliar diferentes tramas que acabam se interligando. É mais curta que um romance e maior que um conto.
  • Conto: uma narrativa rápida e intensa, afinal, “em poucas linhas” somos apresentados a personagens e tramas. Por essa característica minimalista, os detalhes acabam sendo mais superficiais.
  • Poesia épica ou epopeia: como dito no início do texto, a poesia épica deu origem ao estilo, ao contar em versos as histórias de conquistas de heróis e seus povos.
  • Fábula: quem não se lembra das fábulas, na escola? As fábulas são narrativas com dois aspectos fundamentais: interpretadas em sua maioria por personagens animais, elas sempre tinham uma lição e moral ao seu final.
  • Crônica: texto narrativo curto, quase sempre com linguagem informal, narra fatos do cotidiano com bom humor. Uma característica marcante da crônica é o teor crítico, seja de costumes sociais ou político.


Bem, por enquanto isso é tudo sobre o gênero narrativo!
E já que estamos falando de como é feita uma boa história, eu quero te fazer um convite, principalmente para você que gosta de escrever.


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Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

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