Uma letra b azul ao lado de um ponto de exclamação verde

Juliano Loureiro • 29 de novembro de 2021

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O hábito de leitura dos brasileiro é uma incógnita até hoje: afinal, nós lemos muito ou pouco? Em linhas gerais, sem trazer estudos, somente no feeling, temos uma percepção de que a leitura não é um dos hábitos preferidos pelo brasileiro. Motivos para isso são vários: desde o desestímulo das políticas culturais ao difícil acesso às bibliotecas e propriamente aos livros.


Com a ascensão dos livros digitais, os e-books, acreditava-se que a leitura se tornaria um hábito mais barato e acessível. Mas, será que é isso que estamos vivendo? Como o brasileiro se adaptou ao novo modelo literário?


Neste texto,
vou abordar alguns aspectos dos hábitos de leitura de e-book do brasileiro e a relação com a (já não tão) nova forma de consumo literário.


Antes de adentrarmos propriamente ao digital, vamos com alguns dados preliminares:

Hábitos de leitura do brasileiro, segundo a Opinion Box

A Opinion Box apresentou, em maio deste ano, uma pesquisa completa e interessante sobre a relação do brasileiro com os livros. Vale a pena trazer esses números para entendermos e vermos a leitura no geral e, depois, afunilamos para o que nos interessa.


Segundo a pesquisa:


  • 21% dos entrevistados afirmaram que, em 2020 durante a pandemia, leram entre 5 e 10 livros;
  • 32% afirmaram que o hábito pela leitura aumentou neste mesmo período;
  • 45% apostam e confiam que irão ler ainda mais no próximo ano


Esse recorte do período do primeiro ano completo de pandemia, mostra que a leitura tornou-se uma alternativa aos hábitos que ficaram sem espaço com o distanciamento social e com as pessoas ficando em casa. Agora, vou apresentar alguns dados sobre o comportamento do leitor e que já nos dá insight sobre a leitura digital:


  • 93% dos leitores preferem ler em casa;
  • 10% prefere ler em bares e cafés.


Um dado interessante, se pensarmos que uma das vantagens dos livros digitais é poder estar sempre com eles. Um fator que, particularmente, acho muito relevante para os livros digitais é onde os leitores compram ou preferem comprar seus livros:


  • 83% prefere comprar livros pela internet;
  • 57% costumam comprar em livrarias físicas.


O que podemos perceber é que ainda há uma grande fatia do público leitor que frequenta a livraria, afinal, um leitor ávido não abre mão do contato com o livro físico. Mas isso não o impede de comprar pela internet.


Eu poderia me alongar aqui sobre os benefícios das compras digitais, mas o que quero apontar é que, até onde sei, somente pela internet você compra os livros digitais. 


Então, não somente é mais fácil comprar os livros físicos, mas é o local onde encontramos os e-books e eles quase sempre estão ao lado das suas versões físicas, às vezes por um preço mais em conta, com a entrega quase que instantânea, sem risco da encomenda se perder pelo caminho, enfim, são vários os atrativos na internet para “empurrar” as versões digitais dos livros.

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Livros digitais e a relação com o leitor brasileiro

A leitura é mesmo uma coisa fantástica, não é mesmo? A capacidade de envolver-se em ‘polêmicas’ artísticas é incrível, primeiro era “livro ou filme”, agora temos “livro físico ou digital”. E sempre temos entusiastas dos dois lados, defendendo com unhas e dentes o seu ponto de vista. Por aqui, somos da opinião que nós, leitores, só temos a ganhar com essas possibilidades.


Mas, o foco aqui não é debater o que é melhor ou pior, mas sim apresentar a relação do brasileiro com os e-books. Será que já estamos totalmente adaptados ao novo?


Ainda com base no estudo da Opinion Box (confesso que o primeiro dado me surpreendeu):


  • 65% dos leitores, geralmente, leem livros digitais;
  • porém, 76% dos entrevistados ainda preferem a versão física.


Com foco nessa última informação, o que a gente pode pensar sobre a preferência pela versão física? Apego material? Já um certo saudosismo, como aconteceu com os discos e mp3? Acho que a questão é um pouco mais séria que apenas uma questão de preferência, veja esse dado:


  • 31% dos entrevistados acham difícil manusear os leitores e livros digitais.


A dificuldade em ler nos dispositivos digitais está muito atrelada ao acesso aos aparelhos e até no manuseio dos smartphones. 


Tudo bem que os novos leitores já nasceram em um mundo totalmente digital, mas eu, por exemplo, tive aulas de informática na escola, imagine a dificuldade de quem não tem essa familiaridade com smartphone, se aventurar no universo de kindles e outros leitores digitais.


Mas aí você se pergunta sobre os 65% que leem livros digitais, o que leva uma pessoa optar pelo e-book?


  • 58% apontam a facilidade em levar os livros para qualquer lugar;
  • 48% falaram que ocupam menos espaço em casa;
  • 39% acham que é mais fácil comprar e receber;
  • e 39% acreditam que os ebooks são mais baratos


Em contrapartida:


  • 6% dos entrevistados acham os ebooks caros e;
  • 5% dizem não encontrarem os livros que desejam ler

O livro digital no Brasil

Para finalizar o assunto, por enquanto, vou trazer alguns dados sobre o e-book no mercado literário brasileiro, são dados de uma pesquisa de 2019 feita pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).


O primeiro dado que quero apresentar pode causar um certo espanto, em 2019:


  • os livros digitais representaram, apenas, 4% de participação total no mercado (ou seja, 96% dos livros consumidos eram físicos);
  • para comparação: nos Estados Unidos e Europa, os livros digitais representam em torno de 20% do mercado;
  • mesmo com o índice de 4%, o faturamento com livros digitais, no Brasil, aumentou 115% entre 2016 e 2019.


A gente percebe a discrepância entre Brasil e o resto do mundo, mas não podemos esquecer de alguns fatores primordiais como o acesso à tecnologia e os valores dos livros no Brasil. 


Mesmo com uma fatia irrisória do mercado (4%), o aumento do faturamento foi estrondoso, a receita com e-books, audiolivros e outras plataformas de distribuição de conteúdo digital girou em torno de R$ 103 milhões.


Um dado interessante que justifica a ainda baixa adesão ao e-book é que apenas 30% do que é lançado em formato físico no Brasil é imediatamente publicado no digital (dados de 2019). É uma boa porcentagem, mas ainda aquém se desejamos popularizar o formato.


Acredito que estamos caminhando para essa popularização do e-book. Em 2019, para você ter ideia, foram vendidos 4,7 milhões de livros digitais (um crescimento de 37% no acervo digital, em comparação aos 3 anos anteriores) e foram lançados 8,9 mil novos títulos em formato digital.


Com seus prós e contras, o e-book só tem a agregar ao nosso hábito de leitura. Sem aquela picuinha de que o livro físico é melhor ou o digital é superior. Podemos - e devemos - valorizar os dois formatos.


Quero saber de você: como é sua relação com os livros digitais? Conte para a gente nos comentários abaixo.

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Um homem com tatuagens senta-se à mesa com lucas remando livros

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 950 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 250 episódios publicados. 


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