Juliano Loureiro • mai. 09, 2022

Compartilhe este artigo:

José de Alencar foi um nome importante da nossa literatura. Além de grandes clássicos  como O Guarani e Iracema, foi político e maior entusiasta do romantismo, tido como o fundador de romances com temáticas nacionais.


Este texto é mais um da série aqui do blog intitulada "Os maiores escritores do Brasil", onde homenageamos os grandes nomes da nossa literatura. Sem mais delongas, conheça mais sobre a vida e obra de José de Alencar. Boa leitura!

Quem foi José de Alencar?

José Martiniano de Alencar nasceu no distrito de Messejana (que futuramente foi incorporado à Fortaleza/CE) em 1º de maio de 1829. Faleceu em 12 de dezembro de 1877 no Rio de Janeiro, aos 48 anos. Nascido de uma relação ilegítima, devido ao fato do seu pai, José Martiniano Pereira de Alencar, ser sacerdote da igreja Católica.


Anos mais tarde, Alencar acompanhou o seu pai na mudança para o Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, e aos onze anos, foi matriculado no Colégio de Instrução Elementar. Seu pai foi  senador e, posteriormente, governador do estado do Ceará.


Alencar foi um escritor e político brasileiro, seguindo os caminhos do pai. Um dos maiores nomes da nossa literatura, é considerado o fundador do romance de temática nacional. Formou-se em Direito em 1850 e chegou a ser Ministro da Justiça do Brasil, entre 1868 e 1870, sob a monarquia de dom Pedro II.


Iniciou a sua carreira literária no Correio Mercantil e no Diário do Rio de Janeiro. Em 1854 estreou como folhetinista no Correio Mercantil. Em 1856 publicou o primeiro romance, Cinco Minutos, seguido de A Viuvinha em 1857. Ainda em 1857, com O Guarani, alcançou o seu maior destaque. Como era comum na época, esses primeiros romances foram publicados em jornais e só depois em livros.


Em 1860, mesmo ano de falecimento do seu pai, ingressou na política, como deputado estadual no Ceará, sempre militando pelo Partido Conservador. E durante os anos seguintes conseguiu legislaturas subsequentes. E após dois anos ocupando o cargo de Ministro da Justiça, abandona a carreira política, por divergência com dom Pedro II.


José de Alencar foi vítima de tuberculose e chegou a viajar para a Europa em busca da cura, mas faleceu no mesmo ano.

Características literárias de José de Alencar

José de Alencar possui uma obra constituída de romances indianistas, urbanos e regionalistas, sendo o primeiro autor brasileiro com o objetivo de construir uma cultura literária genuinamente brasileira, sem as características estéticas vindas de Portugal.


Esta identidade cultural nacional foi o principal viés do romantismo, sendo José de Alencar o seu maior entusiasta. Nos seus romances, o autor buscava simplificar a linguagem, trazendo narrativas acessíveis e mais próximas da linguagem falada por aqui. Além da linguagem, suas obras retratavam a realidade do Brasil, como vimos na trilogia indianista, composta por Iracema (1865), O guarani (1857) e Ubirajara (1874).


E todo esse esforço para reforçar a cultura consolidada do povo brasileiro deu resultado, sendo o autor peça essencial para a compreensão da nossa literatura nos dias atuais.

Obras de José de Alencar

José de Alencar é autor de diversos romances, publicados entre 1856 e 1893. Também escreveu crônicas e para o teatro, além da sua autobiografia, "Como e por que sou romancista", de 1893.


E justamente os seus romances que marcaram época. Veja abaixo três dos principais livros publicados pelo autor.

O Guarani (1857)

o-guarani

Este foi um dos primeiros romances publicados por José de Alencar e pode ser considerada a sua principal obra, fazendo seu trabalho ser reconhecido pelo público aos 27 anos.


O Guarani conta a  história de Peri, um índio forte e leal da Nação Goitacá e sua relação com a família de dom Antônio de Mariz, um fidalgo português. Peri é o protetor de Cecília, uma bela donzela filha de Dom Antônio.


Com a morte acidental de uma índia aimoré pelo irmão de Cecília, dom Diogo, a família portuguesa corre perigo, pois a tribo busca vingança. Assim, Cecília e sua família contarão com a proteção de Peri, o bravo herói brasileiro.

Iracema (1965)

iracema

O livro, outro grande clássico de José de Alencar que, assim como O Guarani, é uma leitura cobrada nos vestibulares, narra a história da indígena Iracema, descrita como a virgem dos lábios de mel, que se apaixona pelo português Martim, inimigo de seu povo.


Na trama passada no início do século XVII, o amor proibido de Iracema é uma alegoria do processo de colonização do Brasil pelos europeus.


Alencar, no que ficou conhecida como a trilogia indigenista, retratava a relação da corte portuguesa com os indígenas locais. Além de O Guarani e Iracema, publicou em 1874 Ubirajara.

Senhora (1875)

senhora

Senhora foi o penúltimo romance publicado por Alencar e é um romance urbano que retrata o casamento por interesse numa sociedade de aparências do século XIX. Senhora revela as convenções da sociedade burguesa carioca do século XIX, traçando um painel da vida da corte com críticas aos costumes da época, como o casamento por interesse e arrivismo social.


Na história, Aurélia deixou recentemente de ser uma moça sem precedentes na sociedade aristocrática nos entremeios do século XIX. Por isso quer aproveitar todas as regalias que lhe são convenientes, inclusive escolher o seu futuro marido.


Noutro extremo, vive Fernando, um homem bem-apessoado, que tenta conduzir as senhoras de sua família entre as exigências da sociedade e a sua própria: a boemia. Entre as andanças desses dois jovens, uma união intensa e imposta surgirá. As reviravoltas norteadas pelo orgulho poderão, ou não, surpreender o desfecho desse improvável romance.

Demais obras de José de Alencar

Além das três obras acima, saiba quais outras obras do autor foram publicadas:

Romances:

  • Cinco Minutos, 1856;
  • A viuvinha, 1857;
  • O guarani, 1857;
  • Lucíola, 1862;
  • Diva, 1864
  • Iracema, 1865;
  • As minas de prata - 1º vol., 1865;
  • As minas de prata - 2.º vol., 1866;
  • O gaúcho, 1870;
  • A pata da gazela, 1870;
  • O tronco do ipê, 1871;
  • Guerra dos mascates - 1º vol., 1871;
  • Til, 1871;
  • Sonhos d'ouro, 1872;
  • Alfarrábios, 1873;
  • Guerra dos mascates - 2º vol., 1873;
  • Ubirajara, 1874;
  • O sertanejo, 1875;
  • Senhora, 1875;
  • Encarnação, 1893.

Teatro

  • Verso e reverso, 1857;
  • O Crédito, 1857;
  • O Demônio Familiar, 1857;
  • As asas de um anjo, 1858;
  • Mãe, 1860;
  • A expiação, 1867;
  • O jesuíta, 1875.

Crônicas

  • Ao correr da pena, 1874;
  • Ao correr da pena (folhetins inéditos), 2017 (organizado por Wilton José Marques).

Autobiografia

Como e por que sou romancista, 1893.


Chegamos ao final do nosso texto sobre José de Alencar. Agora me conta aqui, qual outro autor clássico da nossa literatura você curte mais ou qual você vai dedicar um tempinho a mais de leitura, hein? Me conte aqui nos comentários e até o próximo texto!

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

Acessar canal no YouTube

Pesquisar no blog

Últimos artigos

assessoria-de-imprensa-como-funciona-a-grande-aliada-dos-autores
Por Juliano Loureiro 10 mai., 2024
om essa liberdade vem o desafio de se destacar em um mercado cada vez mais disputado. É aqui que a assessoria de imprensa/literária se tornam ferramentas cruciais, ajudando autores a construir sua visibilidade e a estabelecer uma marca pessoal forte no espaço literário.
Mostrar mais...
logomarca-reduzida-bingo
Bingo Conteúdos Literários
CNPJ: 41.933.018/0001-23
Fale conosco
Email: suporte@livrobingo.com.br
Endereço: Avenida Getúlio Vargas , n.º1492, 2º andar.
CEP: 30112-024. Belo horizonte/MG
Share by: