Uma letra b azul ao lado de um ponto de exclamação verde

Juliano Loureiro • 13 de setembro de 2022

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Na hora que você está escrevendo a sua história, o seu livro ou escrevendo “de bobeira”, de quem é a voz dos personagens? Eles falam por si só ou alguém fala por eles?


Nos
textos narrativos, os discursos são usados para dar voz aos personagens e narradores, expressar os pensamentos dos interlocutores, em resumo, transmitir as mensagens.


Mas estamos cansados de saber que existem diversas formas de se passar uma mensagem e para que essa variedade fosse possível, é óbvio que deveria existir mais de um discurso. E é isso que descobriremos, agora:
o que são os discursos diretos e indiretos? Quais diferenças e o que seria ainda um terceiro discurso, o indireto livre?


Chega de conversa, descobriremos o que é cada um desses discursos e os seus usos. Uma boa leitura!

O que é discurso direto

O discurso direto é o mais fácil de se identificar e, talvez, o mais simples de se utilizar, isso porque ele é a reprodução exata da fala/pensamento do personagem. 


Para o leitor, é ainda mais simples identificar o discurso direto, pois em 99% dos casos ele vem sinalizado com o uso do travessão ou aspas.


Para localizar o discurso direto em uma história, é só atentar-se ao fato de que o narrador interrompe a sua ‘fala’ e abre um espaço para a reprodução fiel da fala de um personagem.


Outra marca do discurso direto é o uso de verbos de elocução, ou declarativos. Exemplos mais comuns destes verbos: afirmar, dizer, sugerir, responder, perguntar etc.


Exemplo de uso do discurso direto:


Estava calor no dia, quando o pai entrou na sala e perguntou:

- Quem quer ir tomar um sorvete?

- Podemos ir à sorveteria na Praça Doze - Sugeriu a mãe.

- Eu já estou pronto para ir - Exclamou o filho caçula.

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Discurso indireto: o que é e como usá-lo

O discurso indireto é quando o narrador utiliza-se de suas palavras para transmitir a mensagem/pensamento de outrem. 


Para o leitor, esse discurso, por vezes, passa despercebido como uma representação de um diálogo. Porém, o escritor deve ficar bastante atento para a construção do discurso indireto.


O discurso indireto também pede o uso de um verbo de elocução, porém acompanhado de um conectivo, que pode ser uma preposição, uma conjunção etc. Esse conectivo é que “muda” a voz, passando do narrador para a voz do personagem.


Vamos ao exemplo, para ficar mais fácil.


Os seguranças afirmaram que ninguém entraria no evento, antes das 21h.


  • “Afirmaram”: verbo de elocução;
  • “que”: conjunção;
  • “Os seguranças afirmaram”: a voz do narrador contando um fato;
  • “ninguém entraria no evento, antes das 21h”: as vozes dos seguranças.


Outro exemplo:


Ricardo afirmou que nunca jogou uma partida tão disputada de basquete.


Um detalhe muito importante: o discurso indireto ocorre sempre na 3ª pessoa e dispensa o uso de travessão.


Os discursos direto e indireto são utilizados mais frequentemente, o que, obviamente, pode gerar mais dúvidas sobre seus usos e diferenças. Que tal analisarmos algumas sentenças, com a mesma mensagem, porém nos dois discursos?


Vamos fazer esse exercício juntos:


  • discurso direto: Eu preciso estudar mais!
  • discurso indireto: Disse que precisava estudar mais.


  • direto: O que fará para conseguir estudar mais?
  • indireto: Perguntou-me o que faria para estudar mais.


  • direto: Não me atrapalhe durante os estudos.
  • indireto: Pediu que não lhe atrapalhasse durante os estudos.
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O discurso indireto livre

Por último, mas não menos importante, o discurso indireto livre, que nada mais é do que uma mescla entre os discursos direto e indireto.


Apesar da definição simples, o seu uso talvez seja o que gera mais dúvida, inclusive nos leitores quando se deparam com o discurso indireto livre e já não sabem mais se a voz é do personagem ou narrador.


Quando o autor decide pelo uso do discurso indireto livre, podemos ter certeza de que ele opta por fugir dos padrões acadêmicos e preza pela liberdade criativa e poética. Inclusive, é bastante comum o discurso indireto livre misturar a primeira pessoa do singular e plural e/ou terceira pessoa em uma mesma sentença.


Vamos de exemplos?


  • A noite avançava rapidamente. Que frio está fazendo!
  • Era um dia normal de verão. Estou derretendo com essa roupa.


Como você pode ter percebido, uma característica marcante no discurso indireto livre é a imprecisão em determinar quem está falando, se ainda é o narrador ou o personagem.

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Um homem com tatuagens senta-se à mesa com lucas remando livros

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 950 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 250 episódios publicados. 


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