Juliano Loureiro • abr. 21, 2021

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Gostar ou não de um livro é uma decisão pessoal. Há quem ame um livro e há quem odeie este mesmo livro. Seja por um final inesperado ou a morte do personagem favorito, os livros que dividem opiniões não necessariamente são ruins. E só sobre isso que falaremos hoje. Sobre o que é preciso para que um livro seja considerado bom.


Afirmo que você não gostar de um livro é diferente dele ser ruim. Para que um livro seja considerado bom, deve-se atentar aos pontos que falarei mais adiante. Portanto, boa leitura e me diga no final, lá no campo dos comentários, a sua opinião.

Ser bom é diferente de ser popular

Eu já adiantei na introdução desse artigo que gostar ou não de um livro é diferente dele ser bom ou ruim. O gosto é pessoal, mas ser bom depende de alguns fatores técnicos relativos à construção do livro.


Um bom exemplo é o livro Uma casa no fundo de um lago, que eu li em 2020 e que me decepcionou, tendo em vista que foi escrito por um autor famoso, Josh Malerman, que também é autor de BirdBox, fenômeno que ganhou adaptação pela Netflix. Na minha resenha publicada eu falei de todos os pontos que me desagradaram, vale a pena conferir.


Uma casa no fundo de um lago tem uma boa premissa, boa construção de personagens,  bons diálogos e um conflito principal interessante. Mas pecou ao não entregar um bom final para o leitor. Neste caso, o livro é tecnicamente ruim? Não. Todavia, eu não gostei. Tanto é que as resenhas do livro são divididas entre os que gostaram e os que não gostaram.

Narrativa coesa

A narrativa nada mais é do que contar uma história. É um texto sobre ações e acontecimentos envolvendo personagens, fictícios ou reais. Ter uma narrativa coesa é um dos principais pontos para que um livro seja considerado bom. Afinal, a narrativa o acompanhará durante toda a leitura.


Uma narrativa é construída por uma estrutura básica, veja:


  1. Introdução: é o início de tudo. Onde é apresentado os elementos da narrativa, como personagens, tempo e espaço.
  2. Desenvolvimento: aqui temos o desenrolar das ações dos personagens, os acontecimentos. É o momento onde somos ‘apresentados’ a um conflito e constitui-se um clímax de curiosidade sobre o andar da história.
  3. Conclusão: o fim da história. Comumente, vemos uma solução para o conflito principal. Porém, cada vez mais, vemos histórias com um final aberto, deixando leitores surpresos e até confusos.   


Um livro bom é aquele que consegue equilibrar a narrativa, envolvendo o leitor durante todas as páginas do livro.

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Diálogos envolventes

Uma bom livro é construído com bons diálogos. E, naturalmente, para se ter bons diálogos é preciso ter uma boa construção de personagem. E o diálogo deve atender a alguns pontos importantes:


  • gerar uma aproximação emocional entre leitor e personagem;
  • proporcionar o crescimento do personagem;
  • acelerar ou diminuir o ritmo da história;
  • expor pontos chave enredo;
  • criar momentos únicos de tensão.


Quando um livro entrega diálogos que atendem a boa parte desses pontos, é sinal que teremos uma história bem contada pelos seus personagens.

Bons conflitos

O conflito pode ser definido como as diferentes motivações e situações enfrentadas pelo personagem principal ou, talvez, por mais de um personagem ao longo da narrativa. O conflito tem várias origens e pode ser:


  • interno: conflito do personagem está em conflito consigo mesmo;
  • entre dois personagens: geralmente entre o protagonista e o vilão/antagonista;
  • tecnologia: quando o conflito é entre o personagem e máquinas ou elementos tecnológicos;
  • natureza: quando o conflito se dá contra fenômenos naturais, como um furacão;
  • sobrenatural: visto em livros de suspense, quando o conflito é contra algo não real.


Eu uma história profunda e com múltiplos personagens, é de se esperar vários conflitos que fazem, consequentemente, termos várias oportunidades de fechamento destes conflitos. Mas quando o conflito principal é encerrado, finalizamos a história

Livre de erros gramaticais

Por fim, para que um livro seja considerado bom, ele deve estar livre de erros gramaticais. É bem verdade que dificilmente encontraremos um livro 100% livre de erros, sejam gramaticais ou deslizes de digitação. O que não pode ocorrer são erros recorrentes e que atrapalhem a experiência do leitor com o livro.


O que achou deste texto, onde levantamos os pontos principais para que um livro seja considerado bom? Me conte nos comentários e até o próximo texto.

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

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