Juliano Loureiro • abr. 28, 2023

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Adélia Prado é uma das mais importantes escritoras brasileiras contemporâneas. A mineira é reconhecida por sua poesia intensa e profundamente pessoal, que aborda temas como amor, fé, maternidade, identidade feminina e sexualidade. 


Com uma trajetória literária que se estende por mais de quatro décadas,
Prado se tornou um ícone da literatura nacional e um exemplo inspirador de criatividade e autenticidade. 


Neste post, exploraremos a vida e a carreira de Adélia Prado, destacando suas obras mais significativas e sua contribuição para a cultura brasileira.

Biografia de Adélia Prado

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Adélia Prado nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, no dia 13 de dezembro de 1935. Batizada como Adélia Luzia Prado de Freitas, a escritora é filha de João do Prado Filho, ferroviário, e de Ana Clotilde Corrêa, dona de casa.


A escritora começou a frequentar a escola com 7 anos, quando foi matriculada pelos pais no Grupo Escolar Padre Matias Lobato. A vida escolar de Adélia ainda passaria pelo Ginásio Nossa Senhora do Sagrado Coração.


No ano de 1951,
Adélia Prado iniciou o magistério na Escola Normal Mário Casassanta e o concluiu em 53. Apta a lecionar, seu primeiro contato com a sala de aula enquanto professora foi no Ginásio Estadual Luiz de Melo Viana Sobrinho.


Adélia ainda cursou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em Divinópolis, e formou-se em Filosofia, no ano de 1973.


Falando um pouco sobre a vida pessoal, fora da escola e antes de entrarmos na carreira da escritora, Adélia perdeu a mãe aos 14 anos e o pai aos 36. Casou-se em 1958 com José Assunção de Freitas e constituíram uma família com 5 filhos.

A carreira literária

Adélia Prado começou a escrever seus primeiros versos aos 14 anos, infelizmente motivada pela perda da mãe. Já as suas primeiras publicações foram em jornais de Divinópolis e Belo Horizonte, por volta do início dos anos 70. Ainda em 71, ela dividiu com Lázaro Barreto a autoria do livro A Lapinha de Jesus.

Apadrinhada por Carlos Drummond de Andrade

Em 1973, Adélia Prado resolve enviar seus textos a um crítico literário. Estou falando de Affonso Romano de Sant'Anna, um dos principais nomes da literatura mineira à época.


De posse da carta e de originais de poemas de Adélia, Sant’Anna encaminha os textos para ninguém menos que Carlos Drummond de Andrade. O também poeta mineiro fica impressionado com a escrita de Adélia Prado, segundo Drummond, os poemas da poetisa eram fenomenais.


Sabe o que ele fez então?

Carlos Drummond entrou em contato com Pedro Paulo de Sena Madureira, editor da Editora Imago, recomendando que publicasse o trabalho de Adélia. Os primeiros poemas enviados por Drummond a Pedro Paulo transformaram-se no primeiro livro individual da autora, Bagagem.


Não bastasse o primeiro empurrãozinho, Drummond ainda publicou uma crônica, no Jornal do Brasil, chamando venerando o trabalho daquela nova escritora que surgia. E, claro, mais uma vez deu certo. Adélia Prado começou a ser notada pelo público e pela crítica.


Em 1976, Bagagem ganhou uma festa oficial de lançamento, digamos assim. Além dos ‘padrinhos’ Affonso Romano de Sant'Anna e Carlos Drummond, estiveram presentes nomes importantes, como Antônio Houaiss, Raquel Jardim, Clarice Lispector, Juscelino Kubitschek, Nélida Piñon, entre outros.

Prosa, teatro e política

Após essa estreia fenomenal, Adélia Prado ficou ainda mais motivada a seguir a carreira e, já no seu segundo livro individual, lançado em 78, O coração disparado, foi premiada com o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro.


Com a carreira de escritora tão promissora - e já premiada -, Adélia Prado opta por desistir do magistério e dedicar-se à escrita. Aproveitou também para aventurar-se na prosa e, em 1979, publicou Soltem os cachorros e, no ano seguinte, Cacos Para Um Vitral.


Neste período de início de carreira, mas já é premiada, Adélia Prado também trabalhou com teatro. Em 80, dirigiu o grupo teatral amador “Cara e Coragem” na montagem da peça Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna e, em 1981, dirigiu A Invasão, de Dias Gomes.


Apesar de ser um nome em ascensão, ainda em 81, foi apresentado no Departamento de Literatura Comparada da Universidade de Princeton o primeiro de uma série de estudos sobre a obra de Adélia Prado.


O ano de 1981 foi realmente movimentado para a escritora, além do teatro e do estudo sobre as suas obras, Adélia resolve voltar à poesia e publica Terra de Santa Cruz.


Dois anos depois, em 83, Adélia Prado recebeu o convite do prefeito da sua cidade natal para assumir o cargo de Chefe da Divisão Cultural da Secretaria Municipal de Educação e da Cultura de Divinópolis. A poetisa ficaria no cargo até 1988.


Mas não pense que ela largou a escrita, em meio às funções burocráticas e políticas, publicou Os componentes da banda, em 84.

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A partir da segunda metade dos anos 80, a carreira de Adélia Prado fica dividida entre teatro e eventos internacionais. Em 85, participou, em Portugal, de um programa de intercâmbio cultural entre autores brasileiros e portugueses. 


No mesmo ano, viajou a Cuba, onde marcou presença no II Encontro de Intelectuais pela Soberania dos Povos de Nossa América. 


Em 1988, Adélia Prado apresentou-se na Semana Brasileira de Poesia, em Nova York, e publicou o livro
A Faca no Peito. A escritora ainda participaria de um encontro entre escritores latino-americanos e alemães, em Berlim.


Já no início dos anos 90, uma amenizada no frenesi da carreira. Em 91, lança
Poesia Reunida e, em 93, volta à Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Divinópolis.


Apesar de lançar, em 94,
O homem da mão seca, Adélia Prado iniciou a obra em 87. Segundo a própria autora, após escrever todo o primeiro capítulo, ela foi tomada por depressão tão profunda que a bloqueou criativamente.


Mesmo após a publicação, Adélia ainda sentia os efeitos dessa depressão e houve um hiato de 5 anos, até que ela retomasse com os lançamentos dos livros
Oráculos de maio e Manuscritos de Felipa. 


Neste meio tempo, em 96, estreia em Belo Horizonte a peça
Duas horas da tarde no Brasil, texto adaptado da obra da autora por Kalluh Araújo e pela filha de Adélia, Ana Beatriz Prado. 

Características das obras de Adélia Prado

Adélia ficou conhecida por retratar o cotidiano sob o olhar feminino, sua poesia costuma colocar a perspectiva da mulher em seus versos, destacando sempre em primeiro plano. A escritora foi consagrada como a voz mais feminina da poesia brasileira.


A poetisa costuma dizer que o próprio cotidiano é literatura. Por isso, ao nos depararmos com uma obra da autora, reconhecemos temas recorrentes da vida de província, as preocupações dos personagens do interior mineiro, a fé católica e a devoção, além, claro, das relações familiares.


Seus textos carregam uma linguagem mais coloquial e simples, tornando sua obra leve e original.

Principais livros de Adélia Prado

  • Bagagem (1975);
  • O Coração Disparado (1978);
  • Soltem os Cachorros (1979);
  • Cacos para um Vitral (1981);
  • Terra de Santa Cruz (1981);
  • Os Componentes da Banda (1984);
  • O Pelicano (1987);
  • A Faca no Peito (1988);
  • Poesia Reunida (1991);
  • O Homem da Mão Seca (1994);
  • Duas Horas da Tarde no Brasil (1996);
  • Oráculos de Maio (1999);
  • Estreia do Monólogo Dona da Casa (2000);
  • Quero Minha Mãe (2005);
  • A Duração do Dia (2010);
  • Miserere (2013).

Conheça, agora, os meus livros

De uma das principais escritoras brasileiras e mineiras, para outro escritor mineiro. Após conhecer um pouco mais sobre a vida e obra de Adélia Prado, quero fazer um convite para que você conheça o meu trabalho, para que você possa conhecer os meus livros.


Acesse o meu site e confira meus trabalhos já publicados. 


São quatro livros e, com certeza, tem um que cabe na sua lista de leitura. Ou quem sabe, todos possam fazer parte da sua biblioteca?! 


Tem livro distópico, uma leitura young adult, tem história sobre controle do tempo, tem minicontos e até mesmo um livro de pensamentos e frases poéticas.


Não deixe de conferir e comente o que achou deste artigo, dos meus livros, troquemos uma ideia!

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

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