Juliano Loureiro • fev. 21, 2023

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“A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso. A palavra foi feita para dizer.”.


A frase de Graciliano Ramos pode ser a síntese de suas obras. Um dos
principais autores brasileiros, referência na Geração de 30, Graciliano é considerado o melhor ficcionista do Modernismo e o prosador mais importante da Segunda Fase do Modernismo.


Sua principal obra,
Vidas Secas, nos deu uma das personagens mais amadas da literatura nacional, a cachorra Baleia. 


Bem, se você não conhece a Baleia, provavelmente não conhece Graciliano Ramos, um escritor que foi até prefeito, teve suas principais obras adaptadas para o cinema e, tudo isso, sem estudos. Ou, pelo menos, sem um curso superior, que algumas pessoas julgam necessário para ser um bom escritor.


Mas agora, chega de informações soltas, conheceremos um pouco mais da vida deste importante escritor, jornalista, prosador, ficcionista, prefeito, preso político…ufa! 


Boa leitura!

Biografia de Graciliano Ramos

graciliano-ramos

Graciliano Ramos de Oliveira nasceu em  27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrangulo, Alagoas. Seus pais, Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos, tiveram 16 filhos, Graciliano Ramos era o primogênito.


A infância de Graciliano dividiu-se entre as cidades de Viçosa, Palmeira dos Índios, Maceió e Buíque. Sendo as três primeiras no estado de Alagoas e a última em Pernambuco.


Na cidade de Viçosa, estudou em um internato, e foi lá que a carreira literária de Graciliano Ramos daria os primeiros passos.

Carreira pública e literária

O ano era 1904, no jornal interno do colégio O Dilúculo, Graciliano publicou sua primeira obra, um pequeno conto intitulado O Pequeno Pedinte.


No ano seguinte, a família muda-se para Maceió. Graciliano é matriculado no
Colégio Interno Quinze de Março. Apesar de já ter dado indícios da tendência literária, foi nesse colégio que o escritor desenvolveu maior interesse pela língua e pela literatura.


Em 1906, Graciliano assume o pseudônimo de Feliciano de Oliveira e passa a publicar sonetos na revista carioca
O Malho. Mas não seria o único nome falso que ele assumiria. Com outros, tornou-se colaborador do Jornal do Alagoas, em 1910.


Em 1914, após concluir o segundo grau, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro. Na capital carioca, Graciliano Ramos trabalhou como revisor e colaborador nos jornais os jornais Correio da Manhã, O Século e A Tarde.


Infelizmente, com o falecimento de duas irmãs, no ano seguinte, Graciliano retorna para a cidade de Palmeira dos Índios. Mal sabia que alguns anos depois, estaria assumindo a prefeitura da cidade.


No ano de 1927, Graciliano Ramos é eleito prefeito de Palmeira dos Índios, cargo que ocuparia até 1930. O escritor renunciou ao cargo para assumir a direção da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado, em Maceió.


E foi em 1933 que, digamos assim, Graciliano Ramos estreou na literatura nacional, com o romance Caetés. Mas ele começou muito bem, porque à época, Graciliano mantinha contatos com nomes como José Lins do Rego, Rachel de Queiroz e Jorge Amado.


Embalado pelo convívio com outros grandes nomes, já em 1934 ele publica o romance
São Bernardo e, em 1936, Angústia.


Entre as obras, no ano de 1933, Graciliano Ramos assume o cargo de Diretor da Imprensa Oficial e da Instrução Pública do Estado. Já em 1936,
Graciliano, acusado de ser comunista, foi preso pelo governo Getúlio Vargas.


Como de praxe, nada contra o autor foi encontrado e, após 9 meses, Graciliano foi solto.
Este período na cadeia foi inspiração para a obra Memórias do cárcere, um romance autobiográfico que veio a se tornar uma publicação póstuma.


Após o período na prisão, Graciliano Ramos mudou-se de vez para o Rio de Janeiro. No ano de 1939, assumiu o cargo de Inspetor Federal de Ensino. Somente em 1945, o autor filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).


Em 1951 foi eleito presidente da Associação Brasileira de Escritores. Em 1952, viajou para os países socialistas do Leste Europeu, experiência descrita na obra
Viagem, publicada em 1954, também uma publicação póstuma.


Graciliano Ramos faleceu dia 20 de março de 1953, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de câncer no pulmão. Deixou uma bibliografia com mais de vinte livros entre obras inéditas e póstumas, além de duas traduções de romances estrangeiros.

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Obras de Graciliano Ramos

Como citei na introdução do texto, a sua obra-prima, com certeza, é Vidas Secas. A história de uma família retirante, em busca de melhores condições longe do interior. O destaque fica pela narrativa sem floreios, uma linguagem direta, objetiva, mas que capta a essência de cada personagem, inclusive de Baleia.


A literatura
Graciliana traz para a reflexão problemas sociais marcantes do momento em que os romances foram escritos. O seu romance regionalista tem como lema criticar para denunciar uma questão social.


Um traço perceptível das obras de Graciliano é o seu
pessimismo convicto em relação ao homem. Para ele, o homem é fruto de seus relacionamentos sociais e, em uma sociedade burguesa, é impossível o homem se satisfazer sem a ganância e busca por dinheiro. É o materialismo sobre o sentimentalismo.


Principais livros publicados:


  • Caetés (1933);
  • Vidas Secas (1938);
  • São Bernardo (1934);
  • Angústia (1936);
  • A Terra dos Meninos Pelados (1939);
  • Brandão Entre o Mar e o Amor (1942);
  • Histórias de Alexandre (1944);
  • Infância (1945);
  • Histórias incompletas (1946);
  • Insônia (1947).


Livros póstumos


  • Memórias do Cárcere (1953);
  • Viagem (1954);
  • Linhas Tortas (1962);
  • Viventes das Alagoas (1962);
  • Alexandre e outros Heróis (1962);
  • Cartas (1980);
  • O Estribo de Prata (1984);
  • Cartas a Heloísa (1992).

Mais dicas literárias no YouTube

Graciliano Ramos realmente deve ser reconhecido, deixo aqui o meu pedido de que, se você não conhece Vidas Secas, acrescente à sua lista de leitura, deve ter e-book com preço bem acessível.


E se você já conhecia Graciliano, me conte qual a sua obra favorita do autor.


Antes de encerrar, eu tenho mais uma dica literária muito legal. Você quer ter mais um canal com conteúdos sobre literatura, livros, autores, tecnologia, tudo, mas tudo mesmo que envolva o universo literário?


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Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


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