Aqui no blog BINGO, já foi mencionado diversos autores que marcaram a literatura nacional. Neste blog post, vou aprofundar um pouco mais sobre a trajetória de Jorge Leal Amado de Faria, conhecido apenas como
Jorge Amado.
Esse nome é familiar para você? Caso a resposta seja negativa, tenho a certeza que você já ouviu falar em algumas dessas obras:
“Dona Flor e Seus Dois Maridos”, “Tenda dos Milagres”, “Tieta do Agreste”, “Gabriela, Cravo e Canela” e “Tereza Batista Cansada de Guerra”. Acertei?
Não é por menos. Jorge Amado é considerado
o escritor brasileiro com mais adaptações para as mídias audiovisuais, seja novelas ou para as telonas do cinema. Com isso, a sua obra ganhou maior expansão e também fãs.
Para se ter uma ideia, ele é o segundo escritor que mais vendeu livros na história do país, ficando atrás apenas de
Paulo Coelho. Quer conhecer um pouco mais sobre a sua vida e obras? Está no lugar correto! Continue a leitura para conferir ainda mais!
Um poucos sobre a vida de Jorge Amado
Nascido no ano de 1912, a sua cidade natal é Itabuna, na Bahia. E a sua “rebeldia” já começou cedo.
Logo aos 12 anos, fugiu de um internato onde estudava e passava boa parte do tempo. Meses após, sem voltar para a escola, seu pai o obrigou a fazer, sendo que Jorge não concordou. Isso fez com que na adolescência fosse trabalhar plantando cacau.
Vivendo no meio dos trabalhadores, agora já na capital Salvador, ingressou no Ginásio Ipiranga, onde fez o curso secundário. Ligou-se à "Academia dos Rebeldes", um grupo de jovens, chefiado por Pinheiro Viegas, que tinha como objetivo a renovação literária.
Mais tarde acabou ingressando nos jornais “A Pátria” o jornal oficial, e “A Folha”, fundado por ele, que contestava A Pátria. Com 14 anos estreou na revista “A Luva”, com um poema de feições modernistas.
Seu primeiro romance foi publicado em 1932, aos 20 anos, intitulado “O País do Carnaval”. Já em 1933 lança “Cacau”, que sofreu forte censura por parte do governo de Getúlio Vargas.
Em 1936, Jorge foi preso, por pertencer à Aliança Libertadora Nacional, junto com outros intelectuais, como é o caso de
Graciliano Ramos. O grupo era conhecido por espalhar pensamentos comunistas, o que é uma mentira — sendo uma
fake news da década de 30.
Em 1937 publica
Capitães de Areia, que retrata a vida de menores delinquentes da Bahia. A obra é apreendida pela censura do Estado Novo, e ele é novamente preso. Já em 1941 refugia-se na Argentina e começa a redigir O Cavaleiro da Esperança, que relata a vida de Luiz Carlos Prestes.
No ano de 1945, Jorge decide ingressar na política, se tornando deputado estadual em São Paulo. Apesar disso, não conseguiu terminar o mandato, pois foi cassado em 1948. O que resultou no seu refúgio em Paris.
Em 1956 retornou ao Brasil.
Em 1958 escreveu o livro mais famoso de sua obra: “Gabriela, Cravo e Canela”.
Isso marcou o início da segunda fase de sua obra, caracterizada pelo tratamento satírico e humorístico dos textos, sem prejuízo das intenções da crítica social.
Finalmente em 1961, Jorge Amado candidatou-se à
Academia Brasileira de Letras. É eleito por unanimidade, onde ocupou a cadeira n.º 23. Nesse mesmo ano, publica “Os Velhos Marinheiros''.
Características de suas obras
Jorge Amado é conhecido por
obras regionalistas, o que foi conhecido como o “Segundo Tempo Modernista” (1930-1945). As suas obras refletem a vida urbana de Salvador, e também de características fortes do Nordeste.
Por meio da ficção, Jorge fala sobre questões políticas-sociais, o que é muito perceptível em obras como “Capitães de Areia”. Outros temas pertinentes são a seca, o trabalho precário, o coronelismo e o latifundiário.
Sucesso comercial
Como citado anteriormente, Jorge Amado possui diversas obras que ficaram imortalizadas pelas suas obras originais e também pelas suas adaptações para o audiovisual.
Alguns exemplos são: “Tieta do Agreste” que virou a novela “Tieta”, produzida pela Globo a partir de 1989. O seu sucesso era tão grande que todos os
seus episódios passavam da casa dos 70 pontos de audiência.
Outro grande êxito é o romance “Dona Flor e Seus Dois Maridos”. A sua adaptação ao cinema em 1976
manteve o recorde até 2010 de maior público, levando mais de 10 milhões de espectadores (recorde ultrapassado por “Tropa de Elite 2).
É estimado que Jorge tenha vendido
mais de 20,7 milhões de cópias de livros no Brasil. Sua obra literária – 49 livros, ao todo – também já foi tema de escolas de samba por todo o País. Seus livros foram traduzidos em 80 países, em 49 idiomas.
Obras publicadas em vida
- O País do Carnaval, 1931;
- Cacau, 1933;
- Suor, 1934;
- Jubiabá, 1935;
- Mar Morto, 1936;
- Capitães de Areia, 1937;
- A Estrela do Mar, poesia, 1938;
- Terras do Sem-Fim, 1943;
- O Amor do Soldado, 1944;
- São Jorge dos Ilhéus, 1944;
- Bahia de Todos os Santos, 1944;
- Seara Vermelha, 1945;
- O Mundo da Paz, 1951;
- Os Subterrâneos da Liberdade, 1954;
- Gabriela Cravo e Canela, 1958;
- Os Velhos Marinheiros, 1961;
- Os Pastores da Noite, 1964;
- Dona Flor e Seus Dois Maridos, 1966;
- Tenda dos Milagres, 1969;
- Teresa Batista Cansada de Guerra, 1972;
- Tieta do Agreste, 1977;
- Farda Fardão Camisola de Dormir, 1979;
- O Menino Grapiúna, 1981;
- Tocaia Grande, 1984;
- O Sumiço da Santa: Uma História de Feitiçaria, 1988;
- Navegação de Cabotagem, 1992;
- A Descoberta da América pelos Turcos, 1994;
- O Milagre dos Pássaros, 1997.
Jorge Amado morreu no dia 6 de agosto de 2001, causando uma verdadeira comoção nacional. O que demonstra a importância da sua obra para a história do povo brasileiro, que se sente espelhado nos personagens criados pelo escritor.
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