Você tem reparado que algumas obras começaram a “popularizar novamente” com uma penca de novas versões, edições de capa dura, capa assim, capa assada. Tradução de fulano, com prefácio de ciclano e milhares de novas ilustrações?
Se você reparou que algum livro começou a aparecer demais nos anúncios pela internet afora, pode ter certeza que ele caiu em domínio público. E, com isso, as editoras vão à farra para tentarem produzir a nova melhor versão da obra.
Eu já falei sobre o que é domínio público, no post
Quando uma obra vira domínio público?, mas só recapitulando, trata-se de “uma condição jurídica na qual uma obra não possui o elemento do direito real ou de propriedade que tem o direito autoral.”. Bem, como eu disse, isso é conversa passada, vale uma leitura posteriormente.
Neste post, eu vou exemplificar com dicas de leituras, algumas obras que caíram em domínio público e que, se você ainda não leu, não há desculpas.
Chega de conversa! Vamos conhecer, agora, sete clássicos da literatura que estão em domínio público! Preparados?
Boa leitura!
Traiu ou não traiu?
Um dos maiores dilemas da literatura mundial, já está em domínio público.
Dom Casmurro, uma das principais obras de Machado de Assis, foi publicada em 1899 e traz Bentinho, Escobar e Capitu em um suposto triângulo amoroso, que até hoje mexe com o imaginário dos leitores.
Dom Casmurro não é apenas um clássico literário brasileiro, mas é considerado como uma das principais obras ocidentais do século XIX.
Um dos caçulas na turma do domínio público é George Orwell.
Em 2021, a sua morte completou 71 anos, que é o tempo necessário para que o acervo de obras de um determinado autor entre para o seleto grupo de obras em domínio público.
Provavelmente, você tem sido bombardeado com anúncios, banners e até pop-ups anunciando uma nova versão de
1984. Também, não é para menos. Um dos principais nomes da ficção científica, em domínio público, significa que as editoras podem trabalhar edições, traduções conforme sua linha editorial. Então, prepare-se para uma enxurrada de anúncios.
Falando propriamente sobre
1984, trata-se simplesmente da obra que inspirou a criação do Big Brother. Isso mesmo que você leu. Big Brother é o personagem mais sinistro dessa obra distópica. Um exemplo clássico da literatura de distopia,
1984 retrata um mundo futuro sob o domínio de um governo autoritário, que falsifica os registros históricos do passado, para criar um falso cenário democrático presente.
Uma das principais obras da literatura infantojuvenil, precursora da aclamada série
Sítio do Picapau Amarelo, a obra
Reinações de Narizinho é uma das fantasias literárias mais completas já publicadas. Isso porque mescla a originalidade - e genialidade - de Monteiro Lobato com o que já era um clássico em 1931.
Reinações apresenta ao leitor toda a turma que viria se tornar um sucesso inquestionável: Pedrinho, Dona Benta, Narizinho, Emília, o Visconde, Rabicó, Quindim, Nastácia, o Burro Falante. E, conhecendo já essa turma e o Sítio, já sabemos que a imaginação é terreno fértil para as aventuras, imagine o que não acontece quando ainda encontramos Gato Félix, Cinderella e a Branca de Neve?
Não tem desculpa para deixar de incentivar uma criança à leitura, pois como você pode perceber, até os clássicos infantojuvenis estão em domínio público.
04. O Mercador de Veneza, de William Shakespeare
Escolhi uma das principais obras ‘shakespearianas’ para mostrar que o teatro também tem suas obras em domínio público. Ninguém sabe ao certo quando o livro
O mercador de Veneza foi realmente publicado, acredita-se entre os anos de 1596 e 1598.
Apesar de datar ali por volta de 1600 - ou bem antes -, a obra traz uma temática tão atual que é a intolerância racial. Se você ainda não leu, recomendo uma leitura com calma, principalmente no discurso do personagem Shylock, um agiota judeu que cobra uma dívida de um nobre falido e seu amigo.
A história está para além de uma cobrança de dívida, mas tem um debate interessante sobre vingança, intolerância, justiça, religião e dá para fazer um parâmetro inquietante sobre a nossa sociedade. Será que evoluímos como pessoas desde a época de Shakespeare?
05. A Divina Comédia, de Dante Alighieri
Como ir do céu ao inferno em uma única obra? E, literalmente falando, é o que acontece em
A Divina Comédia, um dos poemas mais famosos de todos os tempos, do italiano Alighieri, publicado ontem mesmo: só em 1472!
Apesar da ironia na introdução do tópico, mas de maneira simplista é o que acontece nesta obra épica. O personagem é o próprio Dante e a sua narrativa, em forma heróica, traz o seu passeio pelo Inferno, Purgatório e Paraíso, os três capítulos também de sua obra.
E se você ainda não se deu por convencido da importância da obra, Dan Brown inspirou-se claramente no livro para produzir
Inferno, que ganhou uma adaptação cinematográfica. Ah! E até mesmo alguns
jogos virtuais como Devil May Cry e Resident Evil utilizaram a obra de Alighieri como referência em alguns detalhes.
06. Dom Quixote, Miguel de Cervantes
Miguel de Cervantes publicou sua obra prima em 1605 e, quem diria, que muitos de nós não seríamos Quixotes e Sanchos Pança, saudosistas lutando contra moinhos de ventos, não é mesmo?
Se você ainda não conhece a história do “cavaleiro” que luta contra monstros e a realidade, montado em seu cavalo Rocinante, aproveite que
Dom Quixote já está há anos em domínio público e faça um favor a você mesmo. A obra do espanhol já foi escolhida como a melhor ficção de todos os tempos, pelo Clubes do Livro Noruegueses, em 2002.
Uma narrativa fantástica, que mexe com o imaginário do leitor, mesmo que com um teor crítico aos fatores momentâneos, é possível identificar tais críticas e ainda perceber a ironia e o tom humorístico da obra.
07. A Volta ao Mundo em 80 Dias, de Júlio Verne
Uma das principais obras de aventura da literatura mundial,
A Volta ao Mundo em 80 dias, não só já está em domínio público como influenciou e ainda influencia inúmeras produções artísticas, para além da literatura.
O que faz uma pessoa entediada, cansada da monotonia de sua vida? Que tal apostar com os amigos que seria capaz de dar a volta ao mundo em 80 dias? Afinal, o mundo já estava bem avançado em 1872, não é mesmo? De maneira simplista, essa é a história de Phileas Fogg e seu fiel escudeiro, Jean Passepartout.
Os dois partem nessa jornada insana só para ganhar uma aposta bem generosa, financeiramente falando. E, com a mente criativa de Verne a todo vapor, as coisas que acontecem a Fogg e Passepartout, só lendo para crer.
Apresentei a vocês, até o momento, sete livros que estão em domínio público. É pouca coisa, porque é uma biblioteca quase que infinita. Só para você ter ideia, já deve ter associado que se uma obra do autor já está em domínio público, todas as outras também estarão. Então, de sete autores dá para montar uma listinha caprichada de indicações. Imagine o acervo de Machado de Assis, Monteiro Lobato e tantos outros?!
Ah! E se você me permite mais uma indicação, tenho uma que, apesar de não estar em domínio público, você tem acesso muito fácil. Quero falar sobre a minha publicação, o meu livro
Lucas: a Esperança do Último.
Lucas: a esperança do Último é um romance distópico de um futuro sombrio, onde apenas 2% da população está viva. O ano é 2042. Lucas e Félix são os únicos seres sobreviventes de Nova Del Rey, cidade que ainda carrega os impactos da Grande Extinção.
Bem, por aqui vou deixar vocês com essa pequena introdução. Mas você pode ter uma prévia ainda maior, baixando os capítulos iniciais.
Baixe, agora, os primeiros capítulos e conheça Lucas!
