Juliano Loureiro • jan. 24, 2021

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Um dos maiores sucessos do cinema não existiria se não houvesse o Neuromancer. E quanta coisa mudou na sétima arte desde que Matrix foi lançado, em 1999?


Não bastasse a influência literária, William Gibson expandiu seu universo para outras áreas. Criou o seu próprio espaço, o ciberespaço, e acabou recebendo neste, o que viria a ser um dos subgêneros mais consagrados da ficção científica: o cyberpunk!


Se você é fã da trilogia Matrix ou de ficção científica em geral, agradeça Gibson. Agora, se você ainda não sabe de quem estamos falando, é tempo de corrigir essa “heresia literária” e conhecer um pouco da vida e obra de Gibson.


Escolha a sua pílula azul ou vermelha e boa leitura!

Biografia de William Gibson

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William Ford Gibson nasceu no dia 17 de março de 1948, na Carolina do Sul (EUA), mas viveu boa parte da infância na Virgínia. Com apenas 11 anos de idade, perdeu o seu pai.


Na escola,
Gibson era incentivado a ser um bom leitor. Bem, na verdade, tal estímulo partia mais de seus pais, que, inclusive, questionavam os métodos dos professores que não incentivavam o hábito da leitura. 


Por mais contraditório que possa parecer, a leitura acabou atrapalhando o desempenho escolar de Gibson. Com seus 12 anos, William já alimentava o sonho de se tornar um escritor de ficção científica. Tornou-se um jovem recluso, apegado às leituras do gênero, não dava devida atenção aos estudos.


Com 13 anos, teve seu primeiro contato com grandes autores como  Allen Ginsberg, Jack Kerouac e William S. Burroughs. O último, segundo Gibson, foi um dos principais responsáveis pela percepção da importância da literatura e da ficção.


Agora, se você acha que as aventuras se resumem às obras de William Gibson, está enganado. A sua vida pessoal também teve uma boa dose de adrenalina, digamos assim. No ano que o autor completou 20 anos, os EUA estavam em guerra contra o Vietnã. E o que Gibson fez? 


Em 1968, William Gibson emigrou para o Canadá e fixou residência em Vancouver. Essa “fuga” permitiu a Gibson dedicação total à carreira de escritor, o contato com a contracultura, além de lhe render uma dupla cidadania e uma graduação em Literatura Inglesa, pela University of British Columbia.

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A Importância de William Gibson

Alguns o chamam de O Profeta Noir do Cyberpunk, afinal, não é para menos. A sua obra de estreia é nada menos que Neuromancer, de 1984. O seu primeiro livro deu origem à consagrada trilogia de ficção científica Sprawl. Essa obra prima da ficção científica e cyberpunk é composta, também, pelos livros Count Zero e Mona Lisa Overdriver.


Logo na sua estreia, Gibson criou o gênero cyberpunk, não somente pelos elementos da narrativa. É importante frisar que essa ‘criação’ se deve muito a implementação, criação de termos que viriam a se tornar marcos característicos do gênero. Ciberespaço é, talvez, o termo mais importante criado por Gibson, literalmente falando. 


A partir da compreensão do que vem a ser esse conceito é que se torna possível o surgimento de novas histórias do gênero cyberpunk. E se palavras são importantes para definir, identificar um gênero, o que dizer do conceito de “matrix”? Com certeza, Keanu Reeves deve ser muito grato a William Gibson e sua obra prima
Neuromancer, pois foi na trilogia Sprawl que a matrix foi criada.


Tirando a influência cinematográfica, que algumas pessoas podem relativizar, é inegável que Gibson também é um visionário. Já em suas primeiras obras, ele cita a existência de uma tecnologia muito semelhante à nossa internet, que conhecemos hoje. Essa visão de futuro está atrelada à concepção dos conceitos, que citei acima, a importância da criação dos termos, não é apenas inventar uma palavra, mas todo o seu contexto de existência.


Com isso, foi possível basear-se também em Gibson para a criação de ambientes virtuais, como jogos, além da própria internet. E se você acha que tamanha influência ficou só na literatura e internet (como se isso fosse pouca coisa, né?) e quer uma relevância mais popular, digamos assim, é creditado a Gibson a previsão do surgimento de programas de TV como os reallity shows. 


Então, se você se acha mais ‘cult’ por ter decorado até as falas de Matrix e menosprezar o Big Brother, saiba que ambos têm o “mesmo criador”.

Principais obras de Gibson

Se você leu do início até aqui, já deduziu qual a principal obra de William Gibson. Vale, portanto, informar que Neuromancer foi premiada com as principais premiações da literatura de ficção científica:


  • Neuromancer (1984): ganhou os prêmios Nebula Award, Hugo Award e o Philip K. Dick Memorial Award;
  • Count Zero (1986);
  • Mona Lisa Overdrive (1988): esses três primeiros compõem a trilogia Sprawl;
  • A Máquina Diferencial (1990): em coautoria com Bruce Sterling;
  • Reconhecimento de Padrões (2003): marca o início da Trilogia Blue Ant (os dois próximos livros completam a série). Curiosidade: é a única história de Gibson a se passar no presente;
  • Território Fantasma (2007);
  • História Zero (2010);
  • Periféricos (2014).


Trouxe duas trilogias como principais obras de Gibson não como as únicas obras relevantes, mas como dicas para quem quer conhecer um pouco mais do universo, ops, do ciberespaço da ficção científica. É evidente que
Neuromancer é fundamental, para quem quer começar a aventurar-se por esse tipo de literatura e para quem já é fã do estilo.


Há também alguns contos de Gibson que são muito bacanas e, até mesmo, referência do estilo. É o caso da história de
Johnny Mnemonic, publicada em 1981 e que ganhou uma adaptação cinematográfica, em 1995, com roteiro do próprio William Gibson. 


E, para finalizar, duas últimas curiosidades sobre o autor: ele foi roteirista de dois episódios da série
Arquivo X e escreveu o primeiro roteiro para Alien 3, que, infelizmente, foi totalmente modificado e reescrito.


Antes de ir, quero deixar um convite mais que especial. Que tal conhecer a minha obra
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Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

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