Juliano Loureiro • jun. 26, 2022

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Escrita por J. R. R. Tolkien, a ‘trilogia’ de Senhor dos Anéis, é, sem sombras de dúvidas, um dos maiores clássicos da literatura mundial e arrisco dizer que talvez seja a maior fantasia já escrita.


Não digo isso afirmando que seja a melhor, até porque isso é pessoal, mas o número de livros vendidos, o estrondoso sucesso das adaptações cinematográficas, inúmeras edições nos deixam confortáveis em afirmar que Tolkien, Frodo e companhia estejam no mais alto patamar cultural, não somente literário.


Ousadia de minha parte,
neste conteúdo vou trazer um pouco de tudo sobre a franquia, até porque falar que vamos abordar tudo, haja post para caber e sempre tem gente descobrindo curiosidades. Então, prepare-se para uma viagem à Terra Média e descubra (ou relembre) curiosidades e fatos sobre Senhor dos Anéis.

J. R. R. Tolkien, o criador de Senhor dos Anéis

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J.R.R. Tolkien, cujo nome completo é John Ronald Reuel Tolkien, foi um renomado escritor, poeta, filólogo e professor universitário inglês, nascido em 3 de janeiro de 1892 e falecido em 2 de setembro de 1973. Ele é amplamente conhecido por suas obras de alta fantasia, "O Hobbit" e "O Senhor dos Anéis".


Tolkien foi um estudioso em linguística, com foco particular em línguas germânicas e nórdicas, o que influenciou profundamente sua escrita. Ele era professor na Universidade de Oxford e membro dos Inklings, um grupo literário que incluía C.S. Lewis, autor de "As Crônicas de Nárnia".


O impacto de Tolkien na literatura de fantasia e na cultura popular é imenso. Suas obras inspiraram um vasto corpo de literatura, arte, música, filmes e jogos. A trilogia cinematográfica "O Senhor dos Anéis", dirigida por Peter Jackson, trouxe suas histórias para um público ainda mais amplo e recebeu aclamação mundial.


Tolkien é frequentemente considerado o "pai" da literatura de fantasia moderna. Seu estilo de escrita, suas histórias épicas e sua habilidade em criar mundos completos e coerentes estabeleceram um novo padrão para o gênero e continuam a influenciar escritores e criadores de conteúdo até os dias atuais.

Quando Tolkien escreveu Senhor dos Anéis

Tolkien escreveu a sua obra-prima entre os anos de 1937 e 1949. Há quem ainda confunda as datas relacionadas aos livros, confundem o período de escrita com o período de publicação da obra.


Apesar de terminar antes mesmo dos anos 50, A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei foram publicados em 1954, os dois primeiros, e o último, em 55.


Outro detalhe importante é que, podemos dizer, a história começou bem antes com O Hobbit, publicado em 21 de setembro de 1937. Claro que você que é fã de Tolkien já sabia disso, mas para caso quem ainda não conheça, sim, a trilogia de O Senhor dos Anéis é uma sequência de O Hobbit.


O que talvez muita gente não saiba é que um dos conselheiros de Tolkien à época era ninguém menos que C.S.Lewis. Engraçado que hoje há um debate besta sobre O Senhor dos Anéis x As Crônicas de Nárnia, como se fosse impossível curtir os dois. Apesar que Tolkien deu umas cutucadas na obra de Lewis, mas isso não abalou a amizade dos dois e isso é conversa para outra hora.

As publicações de Senhor dos Anéis

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Apesar de famosa a trilogia, a ideia de Tolkien era que os livros fossem uma única publicação, imagine só o calhamaço. Porém, na época de publicação, um período pós-Segunda Guerra, o papel estava com o preço nas alturas (alô, 2022!) e, inclusive, havia racionamento do material, na Inglaterra.


Nasceu assim então a trilogia, sendo cada volume composto por 2 livros. O que muita gente não sabe é que as primeiras edições brasileiras eram vendidas separadamente, ou seja, a trilogia se desmembrou em 6 livros.


Essa edição foi publicada pela extinta editora Artenova e as publicações foram assim divididas:


  1. Terra Mágica e O Povo do Anel formavam A Sociedade do Anel;
  2. As Duas Torres e A Volta do Anel compunham As Duas Torres e;
  3. O Cerco de Gondor e O Retorno do Rei fechavam a série em O Retorno do Rei.


Um pouco mais de curiosidade sobre as edições brasileiras:


  • somente em 1994, sob os cuidados da editora Martins Fontes a obra de Tolkien foi publicada no mesmo modelo britânico, com 3 livros e os títulos devidamente traduzidos;
  • a atual detentora dos direitos da obra, no Brasil, é a Harpercollins;
  • as edições da editora são consideradas as mais fiéis no quesito tradução;
  • as traduções causaram estranheza, mas a Harpercollins manteve o desejo de Tolkien com relação a sua obra, por exemplo:
  • anãos no lugar de anões. Tolkien usava a expressão arcaica “Dwarves”, então a tradução mais próxima da forma seria anãos;
  • outras palavras como “orques” e “gobelins” foram assim grafadas por desejo de Tolkien que pedia para que as traduções ficassem mais parecidas com a fonética de cada língua.

Influências e o processo de criação de O Senhor dos Anéis

O que influencia uma obra que é referência para quase tudo que veio depois? Você já parou para pensar quem ou o quê pode ser tão impactante a ponto de J. R. R. Tolkien criar algo tão majestoso por influência?


Trinta e sete anos antes de publicar A Sociedade do Anel, por volta de 1917, Tolkien se debruçava sobre estudos mitológicos. Para quem não sabe, Tolkien era filólogo, um estudioso das línguas através de documentos antigos. 


Não só na trilogia propriamente, mas todas as obras de Tolkien abraçam a  linguagem, o cristianismo, a mitologia, a arqueologia, a literatura antiga e moderna e, claro, experiência pessoal, como por exemplo, a sua ida à Primeira Guerra.


Com relação à literatura, estudos mostram que Tolkien foi influenciado por escritores como William Morris e, principalmente pela obra Beowulf com o seu inglês arcaico. Acredita-se que muitos dos nomes de personagens e seres da obra tolkieniana têm origem na clássica obra inglesa.


Com relação à mitologia, são inúmeras as influências, dentre as principais:


  • germânica: umas das referências mais associadas à Tolkien e sua obra é a ópera de Richard Wagner , Der Ring des Nibelungen , cuja história também se refere a um poderoso anel da mitologia germânica. Tolkien sempre refutou essa ideia;
  • finlandesa: a epopéia Kalevala, de Elias Lönnrot, também tem como centro da obra, um item mágico de grande poder, o Sampo , que confere grande fortuna a seu dono. Assim como o Anel, forças do bem e do mal duelam pela posse do objeto;
  • céltica: a principal referência da cultura Celta em O Senhor dos Anéis pode estar na representação dos elfos, mesmo que Tolkien não fosse tão aficcionado com os celtas. O Hobbit  e Silmarillion talvez tenham mais influência, mas há também referências com as lendas arturianas (uma herança galesa e celta): Gandalf foi comparado com Merlin , Frodo e Aragorn com Arthur e Galadriel com a Dama do Lago.


Como eu disse anteriormente, todas essas informações encontram respaldo em estudos sobre a vida e obra de Tolkien e, ao que tudo indica, estão bem longe de serem definitivas. Constantemente novas histórias sobre o autor vão surgindo.


E falar sobre O Senhor dos Anéis também não aparenta cessar tão cedo, porque ainda falta conversar sobre as suas adaptações cinematográficas, influências na cultura pop e, como se não bastasse, vem aí uma série da Amazon Prime Video: O Senhor dos Anéis: os Anéis de Poder.


A estreia está marcada para o dia 2 de setembro de 2022. Ansioso? O que poderemos esperar de mais uma adaptação? Essa conversa fica para uma próxima atualização!


Ah! Antes de ir, uma última curiosidade, o que está escrito no Anel? A resposta é:  Ash nazg durbatulûk, ash nazg gimbatul, ash nazg thrakatulûk agh burzum-ishi krimpatul, em português:  “Um anel para todos governar, um anel para encontrá-los, um anel para a todos trazer e na Escuridão aprisioná-los”.


Quero deixar dois convites para você, antes de terminar a sua leitura. Quer conhecer um pouco mais sobre a vida de J.R.R.Tolkien? Leia a sua biografia, no blog.


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Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


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