A ficção científica é um dos gêneros literários mais populares, as histórias envolvendo avanços tecnológicos sempre atiçaram a curiosidade dos leitores. E não é de hoje que robôs e Inteligência Artificial são os assuntos preferidos.
É engraçado porque a relação da Inteligência Artificial e toda tecnologia envolvida conosco humanos é meio que dúbia. Há o encantamento com as novidades, mas há também um medo do novo.
Quantas histórias nos foram contadas sobre robôs amigos? Mas, também, quantas não existem sobre máquinas que se revoltam contra a humanidade?
Prato cheio para autores e diretores de cinema, a Inteligência Artificial já é uma realidade, não podemos negar, mas ainda há muita fantasia em torno dela e isso nos rendeu obras fantásticas, sejam os livros e/ou adaptações cinematográficas.
Por isso, hoje quero trazer alguns dos melhores, mas também sugestões de livros sobre Inteligência Artificial e a relação com os homens. Alguns nomes, obviamente, não poderiam ficar de fora, já outros eu trouxe a título de curiosidade.
Confira, então, algumas obras selecionadas e já peço, de antemão, que ao final da leitura, você deixe um comentário sobre as obras ou nos conte alguma que tenha ficado de fora.
Uma boa leitura!
Série dos Robôs (4 livros), de Isaac Asimov
Impossível não falar de
Asimov
em qualquer conteúdo relacionado à Inteligência Artificial ou qualquer outro assunto relacionado à ficção científica. Poderia simplesmente falar para ler toda sua bibliografia e já estaríamos resolvidos.
Brincadeiras à parte, é inegável a importância de Isaac Asimov e principalmente desta sua série Robôs. Foi nela em que Asimov criou as Três Leis da Robótica, às quais todos os robôs são obrigados a obedecer e que os impedem de se insurgir contra os humanos.
São 4 livros:
- As cavernas de aço;
- O Sol desvelado;
- Os robôs da alvorada;
- Robôs e império.
As histórias mesclam o melhor da ficção científica com romance policial e trazem como protagonistas o detetive Elijah Baley e de seu parceiro, o robô positrônico Daneel Olivaw. A dupla é responsável por investigar crimes misteriosos, porém, não é somente na Terra que estão acontecendo tais crimes, mas sim em toda Galáxia.
É um tempo em que a população da Terra cresceu desenfreadamente, por isso, foram criadas algumas colônias, chamadas
Os Mundos Siderais. Porém, como em toda história de colonização, os colonizados se revoltam contra seus colonizadores e passam a ditar as próprias regras.
E para resolver este entrave - e os mistérios que virão surgir ao longo da série -, a Terra tem o seu representante, o investigador de polícia Elijah Baley. Do lado dos Siderais foi enviado também alguém para representá-los, mas o que Elijah não imaginava era que seria um robô: R. Daneel Olivaw.
A cada livro, um novo mistério para os investigadores, sempre envolvendo o relacionamento entre humanos e robôs. E com isso, R. Daneel e Elijah vão construindo uma reputação de respeito, mesmo quando lidam com alguns de seus medos.
A série Robô é pilar para toda a cultura pop e de ficção científica que veio depois, não por menos Isaac Asimov é um dos maiores nomes do gênero.
Robopocalipse, de Daniel H. Wilson
Daniel H. Wilson colocou em
Robopocalipse,
talvez, o maior medo que as gerações mais velhas tinham com relação à tecnologia e principalmente os robôs:
uma possível revolta das máquinas.
Mas não desanime achando que é apenas mais uma história do homem contra as máquinas, a vantagem do livro de Daniel H. Wilson é o autor ser também doutor em robótica. Então a sua narrativa não é totalmente fantasiosa e traz bastante coisas mais modernas, algumas relações com a tecnologia que não existiam à época das histórias clássicas de ficção científica.
Em
Robopocalipse, uma inteligência artificial criada por nós, humanos, cria consciência independente e, como é de se imaginar, quer dominar o planeta, exterminando as pessoas.
Para isso, partem do domínio da rede mundial de computadores para depois, pouco a pouco, invadir outros sistemas, como celulares, por exemplo.
E para derrotar os robôs, só mesmo a humanidade em torno de um único objetivo.
Qualityland, de Marc-Uwe Kling
A obra de Marc-Uwe Kling é uma divertida, sarcástica, emocionante e, talvez, sombria história do nosso futuro. Ao menos o que se passa na cabeça de Kling, pode ser até utopia, mas suas críticas têm um quê de verdade e nos faz refletir enquanto nos diverte.
Qualityland é a nação mais desenvolvida do planeta, tudo nela é planejado para otimizar o seu dia a dia.
Há inúmeros robôs para cada situação corriqueira, desde drones que indicam o melhor caminho para o trabalho, uma inteligência artificial que detecta o que você precisa para relaxar e tem até máquinas que encontram o seu parceiro ou parceira ideal.
Então, enquanto a humanidade vai ficando cada vez mais automatizada, os robôs são os responsáveis para lidar com emoções.
E aí, o que pode acontecer quando esses papéis se invertem? Como lidar com os robôs com aspectos humanos e vice e versa?
Realidades adaptadas, de Philip K. Dick
Não é só Asimov que tem lugar cativo nas listas de leituras sobre inteligência artificial e robôs.
Philip K. Dick também é
hors concours e essa obra selecionada para esta lista já responde o porquê da sua menção.
A gente sabe que a
ficção científica é um gênero que cresceu muito com o cinema, os dois se completam, podemos dizer. Quem não tem aquele livro favorito que não vê a hora de assisti-lo nas telonas ou já tem o seu filme predileto baseado em algum livro?
Disso, Philip K. Dick não poderia reclamar, pois algumas de suas histórias viraram clássicos cinematográficos, e
Realidades adaptadas reúne algumas delas.
Talvez, o grande acerto deste livro é trazer algumas publicações desconhecidas do grande público, ou para pessoas que não sabiam que seus filmes favoritos foram baseados na obra de K. Dick.
São, ao todo, 7 histórias e você pode se espantar ao descobrir quais os filmes elas deram origem:
- Lembramos para você a preço de atacado, deu origem ao aclamado Vingador do Futuro;
- Segunda Variedade, adaptado como Screamers – Assassinos Cibernéticos;
- Impostor, chegou ao cinema com o mesmo nome;
- O Relatório Minoritário, deu origem ao filme Minority Report – A Nova Lei;
- O Pagamento, também chegou ao cinema com o mesmo nome;
- O Homem Dourado, no cinema, chegou com o nome de O Vidente;
- Equipe de Ajuste, adaptado como Os Agentes do Destino.
Glória Sombria, de Roberto de Souza Causo
Para representar a literatura nacional, Roberto de Souza Causo e seu protagonista Jonas Peregrino. Apesar de
Glória Sombria ser a primeira história publicada em livro, Peregrino já apareceu em outros textos de Causo:
Batalhas na memória, Descida no Maelstrom, Trunfo de campanha, A alma de um mundo e Tengu e os assassinos.
A história de
Glória Sombria se passa no século XXV, a humanidade já avançou na exploração do espaço, a Via Láctea possui as
Zonas de Expansão Humana e é na quarta, chamada
Esfera, que a história se desenrola.
Peregrino é um tenente com uma carreira quase chegando ao final, mas a sua expertise em planejamento de operações especiais o colocou em posição de chefia, para comandar uma missão na
Esfera, a zona dominada por naves-robôs vivendo em pé de guerra contra humanos e espécies alienígenas.
Mas a luta de Peregrino não será somente contra os robôs, nas próprias Forças Armadas ele tem seus “inimigos”.
Glória Sombria tem outro ponto de destaque: as caracterizações dos ambientes, objetos e nomenclaturas têm referências diretas ao nosso país. Ponto para a
literatura e cultura brasileira.
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