Juliano Loureiro • jul. 11, 2020

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Haya Pinkhasovna Lispector, uma das principais escritoras brasileiras de todos os tempos, a maior do último século, é, na verdade, ucraniana. Mas para a felicidade da literatura nacional, naturalizou-se brasileira ainda criança. E, muito provavelmente, você já compartilhou alguma de suas frases (será que era dela mesmo?), na internet.


O ano de 2020 é o ano de centenário de ninguém menos que: Clarice Lispector.


Então, sem delongas, conheceremos um pouco mais sobre a vida e obra de um dos nomes mais famosos e importantes da literatura, não só brasileira.

Clarice Lispector: biografia

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Clarice Lispector, Haya de batismo, nasceu no dia 10 de dezembro de 1920, na cidade ucraniana de Tchetchelnik. Filha de descendentes de judeus, sua família passou anos fugindo da perseguição antissemita, na Rússia, durante o período da Guerra Civil Russa - entre os anos de 1918-1920. 


É nesse cenário de fuga que a família Lispector chega ao Brasil, em 1921, em Maceió. Toda a família se naturaliza brasileira, tendo seus nomes ‘abrasileirados’, digamos assim. E a mudança de país seria apenas a primeira dentre tantas, na vida de Clarice.


Em 1925, a família Lispector muda-se para o Recife, em busca de uma vida melhor e, em 1935, mudaram-se para o Rio de Janeiro.

A infância e adolescência

Já deu para perceber que Clarice não teve uma vida fácil em seus primeiros anos, não é mesmo? Vou, agora, abordar alguns dos principais acontecimentos e curiosidades da escritora brasileira.


O primeiro aspecto super importante sobre a vida de Clarice é a facilidade com a qual foi alfabetizada e, principalmente, o aprendizado de novas línguas. Além do idioma natural dos pais, o iídiche, aprendeu (obviamente) o português e estudou inglês, francês e hebraico. Fora do campo linguístico, vale mencionar que Clarice também fazia aulas de piano.


Clarice Lispector aprendeu a ler e escrever muito nova e, ainda na infância, escreveu seus primeiros contos. No ano de 1930, quando ela tinha ainda 9 anos, escreveu a sua primeira peça de teatro,  Pobre menina rica, mas sem nenhum sucesso. 


Aliás, as suas primeiras escritas, as quais ela tentou viabilizar uma forma de publicá-las, foram recusadas pela imprensa de Recife. Eram pequenos contos, os quais os especialistas criticaram por trazer poucos fatos e muita emoção e sensações.


O ano de 30 foi bem trágico para a família Lispector com a morte da matriarca Marieta. A mãe de Clarice sofria de paralisia.


Em 1935, como já disse anteriormente, Clarice e família mudam-se para a até então capital federal, Rio de Janeiro. Morando na Tijuca, a escritora frequentou o colégio Sílvio Leite. Relatos afirmam que Clarice Lispector era uma assídua frequentadora da biblioteca da escola.


Três anos mais tarde, Clarice matriculou-se no Curso Complementar do Colégio Andrews e deu início ao trabalho como professora particular de português e matemática.

A carreira de Clarice Lispector

Em 1939, Clarice Lispector ingressou na Faculdade Nacional de Direito e conciliava os estudos com o trabalho de secretária em um escritório de advocacia e tradutora de textos científicos.


O ano de 1940 tem três marcos importantes na vida de Clarice Lispector: o primeiro foi a perda do seu pai. Já no âmbito profissional, Clarice publicou o seu primeiro conto:  Triunfo. O último fato interessante de 40 foi o início da carreira de jornalista de Lispector. E foi muito por acaso.


Com a sua experiência como tradutora, ela buscava uma oportunidade no setor de tradução do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Como não havia vagas para tradutora, Clarice Lispector foi designada como repórter na Agência Nacional. E não parou por aí, nos anos seguintes, ainda trabalhou como redatora e repórter no Correio da Manhã e no Diário da Noite. 


Seguindo a cronologia da vida de Clarice Lispector, daremos uma pausa na carreira, para tratar de alguns aspectos de sua vida pessoal, que no fim vão interferir também na vida profissional.


Em 1943, Clarice Lispector casou-se com seu companheiro de faculdade de Direito, Maury Gurgel Valente. Com ele, teve dois filhos. O mais velho, Pedro, foi diagnosticado com esquizofrenia e o mais novo, Paulo, é afilhado de Érico Veríssimo.


Por que falei que o casamento de Clarice e Maury interferiu na carreira de Clarice?


Maury era diplomata e Clarice levou, enquanto durou o casamento, uma vida itinerante, morando em diversos países. Essa experiência quase “cigana” influenciou a autora na produção de suas obras, entre elas  O Lustre e Cidade Sitiada; o primeiro livro de contos, escrito enquanto morava na Suíça, em 1964. Seus livros eram sempre lançados em suas curtas passagens pelo Brasil.


Agora, voltemos ao ano de casamento de Clarice e Maury Valente. 43 foi realmente um ano importante na vida da autora. Além do matrimônio, Clarice, finalmente, naturalizou-se brasileira e ainda publicou o seu primeiro livro: Perto do Coração Selvagem. A obra foi bem recebida pela crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha.

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O divórcio, a volta para o Brasil, a literatura infantil e a política

Pelos parágrafos acima, já percebeu que o casamento de Clarice e Maury não teve o “até que a morte os separem”. Em 1959, o casal separou-se e Clarice Lispector voltou para o Rio de Janeiro com os filhos.


No retorno ao país, a autora dedicou-se ao trabalho nos jornais, assinando colunas femininas nos mais diversos veículos de comunicação carioca. Obviamente, Clarice Lispector não abandonou os contos e continuou a produzir e a ser premiada por suas obras.


Em 1967, uma reviravolta na carreira da escritora. A literatura infantil chegou e, ao que tudo indica, Clarice Lispector tomou gosto pela coisa e a temática a acompanhou até o fim de sua vida. 


O primeiro livro infantil lançado por Clarice, O Mistério do Coelho Pensante, foi eleito pela Campanha Nacional da Criança, o melhor livro infantil do ano de 67.


Mas nem só de livros e manifestações literárias viveu Clarice Lispector. A autora tinha um forte engajamento político, chegando a fazer parte e estar na linha de frente na Passeata dos Cem Mil contra a ditadura militar. 


Um dado muito bacana sobre a carreira de Clarice Lispector é que ela é responsável pela adaptação de grandes clássicos internacionais para o mercado brasileiro. Entre os autores por ela traduzidos estão:
Júlio Verne, Agatha Christie e Edgar Allan Poe.


Em 1977, ano de sua morte, lançou seu último romance A hora da estrela e uma coletânea de crônicas, Para não esquecer.

O estilo literário de Clarice Lispector

Lembram quando contei, aqui, que os primeiros trabalhos de Clarice não foram bem recebidos pelos críticos recifenses, que alegavam que seus textos não traziam fatos, mas apenas sensações? Pois bem, por esse e outros motivos, Clarice é vista como uma das principais escritoras intimista.


Um texto escrito sob a perspectiva intimista leva ao leitor a ver o mundo com a visão do personagem, é uma leitura que exige uma sensibilidade para compreender o íntimo dos participantes da narrativa.


Clarice Lispector escreveu muito sobre o cotidiano, porém com esse convite a sentir as sensações de quem narra (geralmente, as narrativas eram em primeira pessoa). Essas situações corriqueiras ganham dramaticidade com uma descrição psicológica do ocorrido, uma profunda epifania.


Há quem diga que foi Clarice Lispector uma das principais responsáveis por trazer a presença do inconsciente para a literatura brasileira. 


E, reforçando uma ideia já abordada no texto, é característica das obras de Lispector um aspecto autobiográfico.

Algumas de suas principais obras

Perto do Coração Selvagem (1943)

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Essa obra já tem um forte traço da literatura intimista. Joana, a personagem principal, é uma jovem que perdeu os pais e é enviada para um internato.


Lá, Joana se apaixona por um professor, alguns anos mais velho. E a trama do livro baseia-se no drama de Joana em busca de um autoconhecimento, tentando entender todo o porquê de suas existência e do motivo das coisas acontecerem de diversas formas. 

Laços de Família (1960)

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Uma coletânea de 13 contos que, como vocês podem deduzir, têm suas tramas desenvolvidas em um contexto familiar.


Muitos críticos e especialistas acreditam que o livro tenha traços autobiográficos. Pois bem, o clímax da obra é a tentativa dos personagens resolverem seus problemas e se depararem com um lado psicológico nada estável, bem abalado e selvagem.


O livro recebeu, em 1961, o Prêmio Jabuti de Literatura.

A Maça no Escuro (1961)

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De pano de fundo, um crime. O principal suspeito: Martim, personagem principal. A vítima: a esposa de Martim. A maçã no escuro poderia muito bem ser uma história policial sobre um homicídio. Mas é claro que Clarice Lispector vai mais além, inclusive, para muitos, o crime nem é o principal evento da obra.


Primeiro, porque o que a história narra é que Martim foge da cena do crime, porém, o mesmo não tem certeza do que aconteceu, teria ele matado a própria esposa? E a sua fuga é, então, o que podemos dizer o evento do livro. Porque é na sua fuga, do que ele nem sabe do quê, que Martim se transforma em um novo homem.


Temos aqui, então, um questionamento: será que acontecimentos desse nível, tão trágicos, densos, têm o poder de transformar o homem? Ou pior: será que só essa magnitude de evento consegue nos transformar, de nos fazer enxergar os valores que carregamos em vida?


Clarice Lispector narra essa fuga em três grandes partes: “Como se faz um homem”, “Nascimento do herói” e a terceira “A maçã no Escuro”. Obviamente, o intimismo se faz presente, característica marcante da escritora, e em alguns aspectos, como alguns críticos pontuam, a narrativa tem um quê bíblico. Eu explico.


Em nenhum momento, vemos uma intenção de julgamento de Martim, se ele é culpado ou inocente pela morte da esposa. O que vemos na obra é a descoberta do personagem para a vida. Cada uma das três partes tem um novo aprendizado. Martim vai aprendendo como se relacionar com o mundo, seja com a natureza, seja com outras pessoas e até mesmo com as consequências de seus atos.


Uma história sobre criação e valores. Como renunciar a algumas verdades e acordarmos para outras. Mais uma vez, Clarice nos empresta os olhos e o (in)consciente de seus personagens para refletirmos sobre nós mesmos, como pessoas. 


A obra recebeu o prêmio Carmen Dolores Barbosa, como o melhor livro do ano de 1961. 

A Paixão Segundo G.H. (1964)

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Clarice era uma escritora de um primor único para criar uma atmosfera intimista, contra isso não há argumentos. Mas se mesmo assim, alguém teimar em discordar, A Paixão Segundo G.H. é o romance ideal para contrapor uma teimosia sem sentido. 


Considerado por muitos como a obra-prima de Clarice, o romance tem como de praxe o trivial do dia a dia: uma situação em que a patroa, bem afortunada, demite a sua funcionária e resolve ela mesma arrumar a sua casa. Porém, aí é que entra o intimismo.


G.H. é a patroa que está em um conflito consigo mesma. Ela não se enxerga mais como uma pessoa completamente realizada, afinal, a sua condição financeira, digamos assim, a afastou daquilo que ela fazia de melhor, que é arrumação. Sim, afinal, com uma boa condição, a gente paga os outros para fazer esse serviço, não é mesmo?


E é a partir daí que entra Clarice e sua narrativa. A história é toda contada através do fluxo de consciência da narradora, no caso a personagem principal G.H..Para deixar tudo mais inquietante, intrigante e diria até angustiante, o clímax acontece no quarto de empregada, recém desocupado e em um confronto entre a personagem e uma barata.


Sim! É na interação entre G.H. e a barata que o romance tem o ápice e já adianto, se você não tem estômago forte, vai ter um pouco de dificuldade na leitura, porque o que pode ser mais nojento em um contato com uma barata? 


Vou deixar um trecho do romance e vocês concluem:
“Diante de meus olhos enojados e seduzidos, lentamente a forma da barata ia se modificando à medida que ela engrossava para fora. A matéria branca brotava lenta para cima de suas costas como uma carga.”. E isso não é o pior,o mais nojento acontece depois ainda.


Esses fatos colocados assim, isoladamente e fora do contexto, podem parecer banais e estranhos. Mas em cima disso que Clarice constrói uma narrativa densa, tentando fazer com que o leitor veja as situações não só pelo olhar do narrador/personagem, mas também tenha consciência do consciente de quem narra e vive a situação. É entender o significado de um simples gesto ou tomada de decisão.

Felicidade Clandestiva (1971)

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Temos aqui uma coletânea fundamental para quem quer conhecer um pouco sobre Clarice Lispector, Felicidade Clandestina é uma excelente apresentação à autora.


Temos nessa obra, textos produzidos e publicados como crônicas em jornais até o ano de 71. E, como de praxe, os textos classificados como contos não têm uma estrutura fixa, característica da autora. São, ao todo, 25 histórias, algumas com traços extremamentes autobiográficos, o que nos leva a uma narrativa autoanalítica de Clarice.


Em Felicidade Clandestina, muitas das histórias são narradas através do fluxo de consciência dos personagens, então temos uma narrativa que segue a “linha de pensamento” do narrador/personagem e, como, o pensamento não é cronológico, ficamos à mercê das divagações. Nada de diferente das obras de Clarice Lispector, não é mesmo?


O legal de vermos a história sob essa perspectiva é que podemos acompanhar as epifanias dos personagens e as transformações nas percepções do que é certo e errado, do que vale a pena ou não, do que faz bem ou mal. 


Enfim,
essa narrativa que nos prende ao consciente e inconsciente dos personagens nos leva a um campo de conflito muito explorado por Clarice, sendo o campo do psicológico e aí, a gente percebe os famosos conflitos existenciais, que a gente às vezes passa, também. Não é mesmo?

Água Viva (1973)

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Lembra-se de quando eu falei que em algumas obras de Clarice existia um traço autobiográfico? É o que temos em Água Viva, uma personagem que é uma artista (pintora) um tanto quanto solitária que “se entrega” às reflexões sobre a vida, ancorada nas observações de tudo aquilo que a rodeia. 


O diferencial para as principais obras é que temos aqui um monólogo, o romance chegou até a ser classificado como um “denso e fluente poema em prosa.”. A linguagem do monólogo é repleta de metáforas, dando às coisas uma proporção ainda maior, uma observação trivial leva a personagem a divagações complexas sobre o sentido da vida.


Venho falando durante todo o texto sobre essa característica intimista da escrita de Clarice e, quando a gente se depara com uma história, com uma única personagem, em que ela conversa “sozinha”, fica impossível não acreditar que Clarice Lispector se colocava em cada um dos seus personagens. 


Talvez, por isso, ela tinha essa maestria em colocar o leitor, também, dentro dos seus personagens e fizesse uma leitura do (in)consciente de cada um deles.

Hora da Estrela (1977)

Imagine que você viveu a sua vida toda em uma cidade bem pequena, bem afastada dos grandes centros urbanos, mas resolve tentar a sorte e embarca rumo à capital do seu estado, por exemplo.


Como você, que sempre viveu na simplicidade, encararia um mundo novo, cheio de competitividade entre as pessoas. Pessoas essas, por diversas vezes, desleais, querendo tirar vantagem uma das outras.


Essa é, mais ou menos, a história narrada pelo personagem Rodrigo S.M. Mas não é a sua história, mas sim de
Macabéa, uma alagoana que pouco sabe o que dizer e quase nada tem a oferecer e, mesmo assim, partiu para a cidade grande.

Cronologia das obras de Clarice Lispector

  • 1943: Perto do Coração Selvagem;
  • 1946: O Lustre;
  • 1949: A Cidade Sitiada;
  • 1952: Alguns Contos;
  • 1960: Laços de Família (recebeu o Prêmio Jabuti como melhor livro na categoria conto, crônicas e novela);
  • 1961: A Maçã no Escuro (vencedor do prêmio Carmen Dolores Barbosa, como melhor livro do ano);
  • 1964: A Legião Estrangeira  e A Paixão Segundo GH;
  • 1967: O Mistério do Coelho Pensante (eleito melhor livro infantil do ano, pela Campanha Nacional da Criança);
  • 1968: A Mulher que Matou os Peixes (infantil);
  • 1969: Uma aprendizagem ou o Livro dos prazeres (ganhador do prêmio Golfinho de Ouro do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro);
  • 1971: Felicidade Clandestina;
  • 1973: Água Viva e A Imitação da Rosa;
  • 1974: A Via Crucis do Corpo; Onde Estivestes de Noite e A Vida Íntima de Laura (infantil);
  • 1975: Visão do Esplendor (coletânea de crônicas) e De Corpo Inteiro (uma série de entrevistas);
  • 1977: A Hora da Estrela e Para Não Esquecer;
  • 1978: Um Sopro de Vida e Quase de Verdade (infantil);
  • 1979:  A Bela e a Fera.

Curiosidades sobre Clarice Lispector


Clarice Lispector, uma das mais notáveis escritoras brasileiras do século XX, possui uma trajetória e obra repletas de curiosidades interessantes. Essa lista também serve como um compilado dos principais pontos discutidos neste texto.  Confira:


  1. Nascimento na Ucrânia: Clarice Lispector nasceu em 10 de dezembro de 1920, em Chechelnyk, na Ucrânia. Sua família imigrou para o Brasil para escapar das perseguições aos judeus durante a Guerra Civil Russa.
  2. Nome de Nascimento: Seu nome ao nascer era Haia Lispector, mas foi mudado para Clarice ao chegar no Brasil.
  3. Início Precoce na Escrita: Clarice começou a escrever desde muito jovem. Seu primeiro romance, "Perto do Coração Selvagem", foi publicado quando ela tinha apenas 23 anos, sendo recebido com entusiasmo pela crítica, destacando-se por seu estilo inovador.
  4. Carreira Diplomática: Ela foi casada com um diplomata brasileiro, Maury Gurgel Valente, o que a levou a viver em vários países, incluindo Itália, Suíça, Inglaterra e Estados Unidos.
  5. Estilo Único: Clarice é conhecida por seu estilo literário introspectivo e inovador. Sua escrita é frequentemente classificada como pertencente ao realismo mágico, embora ela mesma nunca tenha se identificado com nenhum movimento literário específico.
  6. Jornalismo: Além de romances e contos, Clarice escreveu também para jornais e revistas. Ela tinha uma coluna no Jornal do Brasil e escreveu diversas crônicas e textos para publicações periódicas.
  7. Influência Literária: Clarice influenciou e continua influenciando muitos escritores no Brasil e no mundo. Sua obra é considerada um marco na literatura brasileira, especialmente para o movimento feminista, devido à forte presença de temas como a introspecção feminina e a busca pela identidade.
  8. Obra Póstuma: Após sua morte em 1977, várias obras inéditas foram publicadas, incluindo romances, contos, entrevistas e correspondências.
  9. Reconhecimento Internacional: Sua obra ganhou notoriedade internacional, sendo traduzida em muitas línguas, consolidando Clarice Lispector como uma das mais importantes escritoras do século XX.
  10. Adaptações Cinematográficas: Algumas de suas obras foram adaptadas para o cinema e teatro, o que ajudou a disseminar ainda mais sua influência e reconhecimento.


A vida e obra de Clarice Lispector são um retrato fascinante da riqueza cultural e literária brasileira, marcadas por uma abordagem única na exploração da psique humana e da condição feminina.

Impacto de Clarice na literatura

Clarice Lispector teve um impacto profundo e duradouro na literatura, tanto brasileira quanto mundial, por diversas razões:



  1. Estilo Inovador: Clarice trouxe um estilo inovador à literatura, caracterizado por uma abordagem introspectiva, psicológica e existencial. Seu foco não estava tanto nos acontecimentos externos, mas nas experiências internas de seus personagens, explorando profundamente suas emoções e pensamentos.
  2. Rompendo Padrões Narrativos: Ela desafiou os padrões narrativos tradicionais, utilizando uma linguagem que muitas vezes se afasta da linearidade e se aproxima do fluxo de consciência, uma técnica que explora os pensamentos e sentimentos de um personagem em sua forma mais pura.
  3. Influência Feminista: Como uma das poucas escritoras mulheres de destaque de sua época, Lispector trouxe uma perspectiva feminina única para a literatura. Seus textos frequentemente exploram temas como a identidade feminina, a autonomia e os dilemas existenciais das mulheres, o que a tornou uma figura importante para o movimento feminista na literatura.
  4. Reconhecimento Internacional: Apesar de ser uma figura central na literatura brasileira, Clarice Lispector também ganhou reconhecimento internacional. Sua obra foi traduzida em várias línguas, permitindo que leitores ao redor do mundo experimentassem sua escrita única.
  5. Influenciando Gerações de Escritores: Lispector influenciou e continua influenciando gerações de escritores. Sua abordagem inovadora da narrativa, seus temas profundos e sua técnica de escrita são frequentemente citados como inspiração por outros autores.
  6. Legado na Literatura Brasileira: Clarice é considerada uma das mais importantes escritoras da literatura brasileira. Sua obra é estudada em escolas e universidades, e continua a ser um ponto de referência para a literatura contemporânea no Brasil.
  7. Diversidade de Gêneros: Além de romances e contos, ela também escreveu crônicas, ensaios e até literatura infantil, mostrando sua versatilidade como escritora.
  8. Exploração de Temas Universais: Apesar de profundamente enraizada na cultura brasileira, a obra de Lispector explora temas universais como o amor, a morte, a busca por significado e a natureza da existência humana, tornando-a acessível a um público amplo e diversificado.


O impacto de Clarice Lispector na literatura é tanto uma questão de forma quanto de conteúdo. Ela não apenas explorou temas profundos e complexos, mas também revolucionou a maneira como as histórias podem ser contadas, influenciando assim o desenvolvimento da literatura moderna.

Frases de Clarice Lispector

Coitada de Clarice! Se estivesse viva, passaria boas horas dos seus dias desmentindo algumas frases à ela atribuída, sendo compartilhadas pelas redes sociais e grupos de WhatsApp.


Caso você queira compartilhar algo relacionado à autora, mas não quer correr o risco de pagar mico e divulgar uma mentirinha, separamos algumas frases e os respectivos livros de onde foram tiradas. Assim, você pode compartilhar sem ser taxado de mentiroso:


  • "Dor é vida exacerbada." (Água Viva)
  • "Gostar de estar vivo dói." (Felicidade Clandestina)
  • "A loucura é vizinha da mais cruel sensatez." (Aprendendo a Viver)
  • "Bem sei que é assustador sair de si mesmo, mas tudo o que é novo assusta." (A Hora da Estrela)
  • "Civilizar minha vida é expulsar-me de mim." (Um Sopro de Vida)


Pronto! Pode compartilhar sem medo de errar. 


Até o próximo texto!

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

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