Juliano Loureiro • dez. 11, 2021

Compartilhe este artigo:

Você é daqueles que sempre associa literatura clássica e livros clássicos a uma leitura mais sofisticada, geralmente escrita por algum dos cânones literários do passado? Sempre tem a visão daqueles calhamaços antigos com as páginas amareladas? E se eu te falar que um livro clássico pode ter apenas 20 anos?


O “problema” está estritamente no termo “clássico”
, que nos traz ideia de algo que é antigo, que já está por aí há décadas, principalmente na literatura que ainda nos traz a lembrança das aulas de literatura, na escola.


Essa associação não é errônea, porque realmente existe um período “clássico” das artes, conhecido como Classicismo e ali está inserida a literatura classicista. Mas isso aí já é uma conversa para outro post, para uma conversa mais formal.
Hoje, quero falar sobre o que são os livros clássicos da literatura.


E aí sim, instigar a discussão sobre o que faz um livro ser clássico, mas já de antemão deixando claro que não há uma única verdade, até porque veremos que não é difícil novos clássicos surgirem, libertando qualquer amarra de padronização estética e temporal.


Então, venha comigo nessa leitura para debatermos o que é (ou não) um livro clássico.

O que torna um livro clássico

Estamos de acordo que a partir daqui não iremos nos prender às correntes literárias, certo? Ao pesquisar o termo clássico no dicio.com.br, encontramos algumas definições que nos ajudarão no debate:


“Considerado como um modelo do gênero; exemplar: obra que se tornou clássica.

[Literatura] Reconhecido por autores por serem considerados modelos.

[Literatura] Obras que têm seu valor reconhecido e constituem referências.”


A literatura, assim como todas as artes, é fluída, não há um padrão fixo determinante, então com base no primeiro conceito, acima apresentado, não podemos fechar os olhos para os livros “recentes” e excluí-los de uma lista de clássicos. Por exemplo, as obras de young adult não podem ser consideradas clássicas? Ou você vai dizer que Harry Potter ainda não atingiu o patamar?


Assim como a obra máxima de J. K. Rowling daqui uns anos será sempre lembrada como referência para a literatura de fantasia, para outros autores young adult, temos grandes obras de gêneros menos ‘cultuados’ que são impossíveis de desassociar do clássico.

 

Drácula, de Bram Stoker é uma das principais obras do terror, da literatura gótica, um clássico da literatura do gênero e sua influência rompeu as barreiras da literatura e foi parar até no cinema. O livro é um exemplo perfeito para mostrar porque um livro é clássico:


  • temporalidade: publicado em 1897, até hoje é lembrado por autores e leitores e a cada ano ganha novas versões;
  • modelo: apesar de não ser o primeiro livro sobre vampiros, é em Bram Stoker que os principais diretores de cinema inspiraram-se para criar seus filmes;
  • valores e referências: Drácula tem uma construção quase que perfeita de cenários e contextos históricos.


Além de ter todas as características de uma obra clássica, incluindo costumes da época retratados na história,
Drácula tem uma escrita fácil de ler, quebrando alguns paradigmas quando falamos sobre livros clássicos. Se quiser saber mais sobre Drácula, recomendo a leitura de Por que você tem que ler Drácula?


É legal a gente perceber que o clássico vai sim ter muito dos valores, características, estética e forma do período em que foi produzido, mas se depois de tantos anos, esse livro ainda desperta curiosidade, agrega conhecimento ou simplesmente entretém os leitores, ele está sim próximo de se tornar clássico.


Imagine você escrever um livro agora, em 2022, por exe
mplo. Tudo que você está escrevendo tem os seus valores, suas ideias e influência do meio que você vive. Se daqui a 50 anos, o seu livro ainda despertar o interesse dos leitores, se ele ainda agregar valor ou influenciar novos escritores, por que não considerá-lo clássico?


Obviamente, tem autores que são praticamente unanimidades, principalmente porque o clássico, de certa forma, educa, tem reflexões atemporais e esses nomes vieram bem antes de nós. Mas a tendência é que essa lista de cânones vá aumentando com o passar dos anos.

Exemplos de livros clássicos

Após todo esse brainstorming, vou trazer algumas obras clássicas e vou recapitular a importância do clássico para moldar e influenciar um gênero, por isso começo com os já citados aqui:



Ao citar Harry Potter, alguns o enxergam como influência no gênero young adult, outros em fantasia. Por falar neste último gênero, é impossível não citar como clássicos, pelo menos esses dois:



As obras de Tolkien são lembradas por 10 entre 10 leitores de fantasias e também extrapolou a barreira literária e alcançou os cinemas. Ainda dentro da fantasia, alguns nomes que também venceram o tempo e até hoje despertam o encanto dos leitores:


  • As Brumas de Avalon (Marion Zimmer Bradley);
  • O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa (C. S. Lewis);
  • O Maravilhoso Mágico de Oz (L. Frank Baum);
  • Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll)


Agora, dois nomes poderiam entrar na lista, mas ainda não têm o tempo de estrada com suas obras. Aposto que muitos já vão dizer que os livros que citarei já são clássicos, mas deixo o julgamento para você:



Viu como é possível trazer exemplos de livros clássicos sem se prender a um único estilo ou período histórico? Vou citar mais algumas obras clássicas, independente de estilo literário ou ano de publicação, a intenção é mesmo misturar os clássicos:


  • Duna (Frank Herbert);
  • Orgulho e preconceito (Jane Austen);
  • Romeu e Julieta (Shakespeare);
  • O Chamado de Cthulhu e outros contos (H. P. Lovecraft);
  • Dom Quixote de la Mancha (Miguel de Cervantes);
  • Frankenstein (Mary Shelley);
  • Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa);
  • Moby Dick (Herman Melville);
  • Auto da Compadecida (Ariano Suassuna);
  • Dom Casmurro (Machado de Assis);
  • Crime e castigo (Dostoiévski);
  • A metamorfose (Franz Kafka);
  • A Hora da Estrela (Clarice Lispector);
  • A divina comédia (Dante Alighieri);
  • Cem anos de solidão (Gabriel García Márquez);
  • Decamerão (Giovanni Boccaccio)


Acho que essa lista tende a não ter fim. Mas acredito que, agora, consegui explanar um pouco sobre a literatura clássica. Para você, qual livro clássico não pode ficar de fora de nenhuma lista? Conte para a gente nos comentários abaixo.

Além de ler, você gosta de escrever? Conheça a Escola Bingo

Agora, antes de você sair, eu tenho mais uma dica muito importante! Conheça o meu canal no YouTube, um espaço para falarmos sobre tudo isso e muito mais. Então, inscreva-se agora e não deixe de ativar as notificações. Só assim poderemos criar um vínculo literário e termos boas conversas. Até.

Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


Para aprender mais sobre escrita criativa, confira meu canal no Youtube, vídeos diários para você. Link abaixo:

Acessar canal no YouTube

Pesquisar no blog

Últimos artigos

assessoria-de-imprensa-como-funciona-a-grande-aliada-dos-autores
Por Juliano Loureiro 24 abr., 2024
om essa liberdade vem o desafio de se destacar em um mercado cada vez mais disputado. É aqui que a assessoria de imprensa/literária se tornam ferramentas cruciais, ajudando autores a construir sua visibilidade e a estabelecer uma marca pessoal forte no espaço literário.
Mostrar mais...
logomarca-reduzida-bingo
Bingo Conteúdos Literários
CNPJ: 41.933.018/0001-23
Fale conosco
Email: suporte@livrobingo.com.br
Endereço: Avenida Getúlio Vargas , n.º1492, 2º andar.
CEP: 30112-024. Belo horizonte/MG
Share by: