Juliano Loureiro • mar. 26, 2023

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A literatura lusófona tem sido uma fonte rica e diversificada de expressão cultural, reunindo escritores talentosos e suas obras que transcendem fronteiras geográficas e linguísticas.


Neste artigo,
apresentarei um grupo seleto de renomados autores lusófonos que têm cativado leitores ao redor do mundo com suas histórias instigantes e reflexivas.


Entre eles estão
Paulina Chiziane, José Eduardo Agualusa, Odete Semedo, Ondjaki, Raduan Nassar e Grada Kilomba, cujas obras têm se destacado por sua originalidade, sensibilidade e capacidade de abordar questões sociais e culturais relevantes. 


Cada um desses autores deixa uma marca memorável no cenário literário lusófono, revisitando vozes distintas e enriquecedoras que merecem ser conhecidas e apreciadas. 


Chega de falar. Vamos agora adentrar ao universo fascinante da literatura lusófona e descobrir as contribuições desses talentosos escritores.

1. Paulina Chiziane (Moçambique)

paulina-chiziane

Pioneira na literatura de seu país, Paulina foi a primeira mulher a publicar um romance moçambicano.


As suas obras têm como característica o protagonismo feminino, e não é de se esperar outra coisa. Paulina, em sua juventude, atuou na Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), durante a Guerra de Independência.


O seu primeiro romance,
Balada de Amor ao Vento, foi publicado em 1990. E a sua principal obra é Niketche: uma história de poligamia, de 2001.

2. José Eduardo Agualusa (Angola)

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O escritor angolano deixou o seu país natal e partiu para Portugal para estudar, pasmem, Agronomia e Silvicultura. Mas Agualusa acabou se enveredando para o mundo das palavras, começou como jornalista e logo em seguida deu início a sua carreira literária.


Durante a sua vida, Agualusa viajou por vários países lusófonos - inclusive, escreveu crônicas para
O Globo. Essas suas andanças por terras lusófonas influenciam a sua escrita. Os países são constantemente cenários de suas histórias, mas principalmente Angola.


Sua primeira obra publicada foi
A Conjura, um romance de 1989, que recebeu o Prémio Revelação Sonangol no mesmo ano. Outros livros de destaque: O Vendedor de Passados (2004), Teoria Geral do Esquecimento (2012) e A Sociedade dos Sonhadores Involuntários (2017).

3. Odete Semedo (Guiné-Bissau)

odete-semedo

A poetisa Odete Semedo é um nome importante para a cultura da Guiné-Bissau. Ela deixou o país para estudar, formando-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.


Ao voltar para a terra natal, assume a Coordenação Nacional do Projeto de Língua Portuguesa no Ensino Secundário. A partir daí, Odete começa a ocupar a política nacional, além de exercer a profissão de professora. 


Dentre os cargos políticos ocupados pela poetisa, estão: Diretora-Geral do Ensino da Guiné, presidente da Comissão Nacional para a UNESCO - Bissau, Ministra da Educação Nacional e,  até mesmo, Ministra da Saúde.


No campo literário,
Odete Semedo sempre foi vista como uma escritora de alma inquieta. Um dos principais traços de suas obras é a mistura de línguas, ao mesmo tempo que ela utiliza da língua colonial, o português, ela apresenta diversos traços da oralidade em crioulo.


Suas principais obras são Entre o Ser e o Mar (1996) e No Fundo do Canto (2007).

4. Ondjaki (Angola)

ondjaki

Ndalu de Almeida, mais conhecido (ou somente) como Ondjaki, é um escritor que passeou por diversas áreas artísticas e por diversos países lusófonos. 


Em Lisboa, cursou teatro amador, mas acabou optando depois por uma especialização profissional. Nas artes plásticas, tem duas mostras individuais, uma em Angola e outra no Brasil. Além disso tudo,
Ondjaki também é cineasta.


Mas falando de literatura, sua primeira publicação é
Actu Sanguíneu, de 2000. Ondjaki não se prende a um único estilo, este seu primeiro trabalho é de poesia, mas logo depois vieram os romances (Bom Dia Camaradas, de 2001), os contos (Momentos de Aqui, de 2001), as novelas (O Assobiador, de 2002) e, inclusive, obras infanto-juvenil (Ynari: A Menina das Cinco Tranças).


Ondjaki possui uma obra bem extensa e premiada. Só aqui no Brasil ele já ganhou o
Prêmio Jabuti, na categoria juvenil, com AvóDezanove e o segredo do soviético, em 2010. Foi também premiado com o Prêmio José Saramago, pela obra Os transparentes.

5. Raduan Nassar (Brasil)

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Mais um vencedor do Prêmio Jabuti, na nossa lista. E aqui já vale uma curiosidade: Raduan Nassar é (ou era) um escritor considerado pela crítica comparado a nomes consagrados da literatura brasileira, como Clarice Lispector e Guimarães Rosa. Mas por que eu levantei a hipótese de Raduan não ser mais um escritor?


O autor descendente de libaneses estreou na literatura em 1975 e, nove anos depois, resolveu aposentar a escrita. Mas esses anos foram suficientes para ele marcar o seu nome na história da literatura brasileira e até no cinema nacional.


Raduan publicou apenas 3 livros, porém, todos premiados: Lavoura Arcaica (1975) ganhou o Prêmio Jabuti (categoria Revelação de Autor), Um Copo de Cólera (1978) ganhou Prêmio APCA (categoria melhor ficção) e Menina a caminho (1997) ganhou o Prêmio Jabuti (categoria Contos e Crônicas).


E para coroar essa (até então) breve carreira, em 2016, Raduan foi agraciado com o Prêmio Camões pelo conjunto da obra.

6. Grada Kilomba (Portugal)

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Artista multidisciplinar portuguesa, Grada Kilomba também é escritora, professora universitária, psicóloga e teórica. Apesar de nascida em Lisboa, tem raízes em São Tomé e Príncipe e Angola. Para quem é bom de História, vê aqui já uma ligação colonialista que vai refletir na obra de Kilomba.


Todo o trabalho de
Grada traz reflexões sobre memória, raça, gênero e pós-colonialismo.  Kilomba cria intencionalmente um espaço híbrido entre as linguagens acadêmica e artística, dando voz, corpo e imagem aos seus próprios textos. 


Essa transição entre o acadêmico e literário vem de sua experiência em salas de aula, como, por exemplo, em universidades da Alemanha e Gana. Uma curiosidade sobre Grada é que a multidisciplinaridade não se refere somente à escrita.


Grada Kilomba institucionalizou o que ela chama de
Performing Knowledge (em tradução livre: Performando Conhecimento). Num leque artístico, Kilomba propõe desde a leitura encenada dos seus textos, instalações de vídeo e performance.


Falando de seus livros, a obra destaque é
Memórias da Plantação (Cobogó). Em 2019, Grada Kilomba esteve no FLIP ( Festival Internacional de Literatura de Paraty) e o livro foi o mais vendido daquela edição. 


E vale ressaltar que
Memórias da Plantação é o exemplo perfeito da multidisciplinaridade da autora, pois a obra ‘nasceu’ como um trabalho acadêmico e transformou-se tanto que chegou ao ponto de se tornar um texto para o teatro também.

Alguns dos escritores lusófonos que já passaram por aqui

Com certeza, você chegou ao final da lista pensando “não é possível que ele não falou de fulano” ou então “uma lista sem sicrano não é uma lista.”. Mas, calma. Ao montar essa primeira parte da lista, quis apostar no “desconhecido”, para fugir do senso comum.


Mas é claro que alguns dos autores que você deu falta estão aqui, mas eles já possuem suas histórias contadas no blog. Então, segue mais uma listinha com alguns dos principais nomes lusófonos que, eu diria, é obrigação você conhecer.


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Juliano Loureiro; escritor, profissional de marketing e produtor de conteúdos literários.


Criei o Bingo em 2019 para compartilhar conteúdos literários com outros escritores, que também têm dúvidas sobre como escrever e publicar um livro. 


Já escrevi mais de 900 artigos, além de diversos e-books gratuitos. Na minha jornada literária, publiquei 6 livros, sendo 3 da série pós-apocalíptica "Corpos Amarelos".


Também sou criador do Pod Ler e Escrever, podcast literário com mais de 200 episódios publicados. 


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